segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

Arsenal de armas para caça é apreendido em parque no litoral de SP

 

Arsenal de armas para caça é apreendido em parque no litoral de SP

Polícia Ambiental apreendeu oito espingardas e munições em sítio no interior do Parque Estadual da Serra do Mar, no litoral norte de SP

VINICIUS PASSARELLI

28/01/2023 12:18, ATUALIZADO 28/01/2023 12:18



São Paulo – A Polícia Militar Ambiental apreendeu nessa sexta-feira (27/1) um arsenal de armas de fogo e apetrechos utilizados para a caça de animais silvestres no Parque Estadual da Serra do Mar, em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo.

Por meio de denúncias, policiais do 3º Batalhão de Polícia Ambiental localizaram um sítio dentro da reserva que seria utilizado para pernoite de caçadores.

Durante a vistoria, foram apreendidas oito espingardas de diferentes modelos e calibres, além de munições e outros equipamentos de caça ilegal.

No momento da fiscalização, não havia ninguém no sítio. O proprietário do local foi identificado e autuado. Na esfera administrativa, foi elaborado um auto de infração ambiental no valor de R$ 2 mil de multa.

De acordo com a Polícia Militar, essa é a segunda apreensão de armas de caça de animais silvestres no litoral norte em uma semana. A corporação orienta que a população faça denúncias de caça ilegal por meio do telefone 190.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

Carne cultivada: produção, vantagens e possíveis riscos

 

Carne cultivada: produção, vantagens e possíveis riscos

Equipe eCycle10 min de leitura

 


Imagem de Maude Frédérique Lavoie no Unsplash

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Descubra como é feita a carne cultivada em laboratório e conheça seus benefícios, riscos e impactos ambientais

Se preferir, vá direto ao ponto Esconder 

1. Carne tradicional versus carne cultivada 

2. O contraponto 

3. Uma questão de saúde? 

4. Hormônios anabólicos e desreguladores endócrinos: possíveis riscos 

5. Considerações éticas 

6. Economia 

7. Recepção do público 

Carne cultivadacarne de laboratório ou carne artificial é a carne produzida em laboratório por meio de técnicas de bioengenharia – ou seja, sem abate. Este setor emergente visa desestabilizar as formas convencionais de produção de produtos de origem animal, com o objetivo de reduzir o número de animais mortos para alimentação e criar um sistema alimentar global mais sustentável e ético.

A carne cultivada é produzida a partir de células animais, começando com a retirada indolor de uma amostra de tecido muscular de um animal vivo, que é então transformada em massas de células. Amostras de vacas, galinhas, coelhos, patos, camarões e até atuns foram levadas a laboratórios na tentativa de recriar partes de seus corpos sem ter de criar, confinar ou abater os próprios animais.

Em 2013, Mark Post, professor da Universidade de Maastricht, apresentou o primeiro “hambúrguer de laboratório”, ou seja, produzido a partir de carne cultivada. A experiência, financiada por Sergey Brin, co-fundador do Google, foi resultado de 5 anos de pesquisa e surgiu a partir da reprodução de células-tronco bovinas, cultivadas e alimentadas com nutrientes em laboratório.

Desde então, o sonho de poder produzir carne a partir da “agricultura celular”, sem a pecuária, ganhou apoio tanto de ativistas dos direitos dos animais quanto, principalmente, de atores do setor. Um grande número de start-ups foi criado, muitas delas patrocinadas por grandes nomes da indústria de alimentos.

Com esse objetivo em mente, em 2018 a Food And Drug Administration dos Estados Unidos estabeleceu um marco regulatório e abriu caminho para a comercialização desses produtos. Mas a carne cultivada seria uma revolução alimentar ou uma utopia impossível? Quais os dilemas éticos, econômicos e psicossociais que seu processo de produção envolve? E, para além das questões teóricas, quais são os riscos e os benefícios que a criação de carne cultivada implica?

Carne tradicional versus carne cultivada

Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) estima que a demanda por carne vai aumentar em mais de dois terços nos próximos 40 anos – e o problema é que os métodos de produção atuais não são nada sustentáveis.

pecuária contribui para o agravamento das mudanças climáticas por meio da liberação descontrolada de metano, um gás de efeito estufa 20 vezes mais potente do que o dióxido de carbono. O aumento da demanda aumentará significativamente os níveis de metano, dióxido de carbono e óxido nitroso e causará perda de biodiversidade.

Outro grande problema causado pela indústria agropecuária é o elevado consumo de água. Cultivar plantas para a alimentação animal representa 56% de toda a água consumida nos EUA. O cultivo de grãos consumidos pelos animais demanda uma quantidade enorme de água, que, somada ao consumo direto dos bichos, representa, segundo um estudo, faixas de consumo de água de 34-76 trilhões de litros por ano.

Além disso, a pecuária é a principal causa da extinção de espécies, zonas mortas nos oceanos, poluição da água e destruição de habitats. O uso disseminado de pesticidas, herbicidas e fertilizantes químicos utilizados na produção de culturas para alimentação animal interfere nos sistemas de reprodução dos animais e na saúde do consumidor final. E, segundo um relatório da organização Mercy for animals e um estudo publicado na revista científica Nova Economia, ela também é a principal causa direta de desmatamento na Amazônia.

Diante deste cenário, a carne de laboratório surge como uma opção sustentável que mudará para sempre a maneira como comemos e encaramos os alimentos. Uma pesquisa realizada em 2011 por pesquisadores da Universidade de Oxford sugere que a produção de carne bovina cultivada poderia usar até 99% menos espaço do que o necessário para os métodos atuais de criação de gado.

O estudo também aponta que as emissões de gases de efeito estufa e outros prejuízos ao meio ambiente são substancialmente menores quando se produz carne cultivada, em comparação com os métodos utilizados para produzir carne de verdade.

O contraponto

Apesar dos resultados positivos revelados pela pesquisa da equipe de Oxford, estudos mais recentes sugerem que, no longo prazo, o impacto ambiental da carne cultivada em laboratório poderá ser maior do que o da pecuária. Ao contrário da investigação anterior, estes estudos consideraram não só a natureza dos gases emitidos, mas também os custos energéticos das infraestruturas necessárias à cultura de células.

Os animais têm um sistema imunológico que os protege naturalmente contra infecções bacterianas e outras. Este não é o caso da cultura de células e, em um ambiente rico em nutrientes, as bactérias se multiplicam muito mais rápido do que as células animais. Para evitar a produção de um bife com mais bactérias do que carne, é essencial evitar a contaminação – e isso requer um alto nível de esterilidade.

Na indústria farmacêutica, por exemplo, as culturas de células são realizadas em “salas limpas” altamente controladas e higienizadas. A esterilidade é geralmente garantida pelo uso de materiais plásticos descartáveis.

Isso reduz significativamente o risco de contaminação, mas gera resíduos plásticos, cujo nível nos ecossistemas já é alarmante. Alguns dos materiais de cultura são feitos de aço inoxidável e, portanto, podem ser esterilizados a vapor ou lavados com detergentes, mas esses tratamentos também têm um custo ambiental.

Embora poucos estudos tenham sido feitos sobre o impacto ambiental da indústria farmacêutica, os dados disponíveis sugerem que sua pegada de carbono pode ser 55% maior do que a da indústria automotiva.

Uma questão de saúde?

A carne de laboratório é mais saudável do que a carne tradicional? Segundo especialistas, ela pode ser. Se você se preocupa com a contaminação da carne pelas fezes, a carne cultivada pode ser uma boa alternativa, uma vez que a E. coli pode ser totalmente eliminada no laboratório e nas instalações de produção.

O uso de antibióticos, um problema grave associado à produção de carne, também seria eliminado. A Organização Mundial de Saúde apontou, em um relatório, que cerca de 700 mil pessoas morrem de doenças resistentes a medicamentos a cada ano, com esse número subindo para potencialmente 10 milhões até 2050. Por isso, eliminar a necessidade do uso de antibióticos na produção de carne não é apenas mais saudável: é urgentemente necessário.

Os níveis de gordura e colesterol na carne cultivada também podem ser controlados, levando a resultados potencialmente positivos para a saúde, uma vez que níveis elevados de colesterol no sangue podem levar a condições como doenças cardiovasculares. A carne de laboratório também pode ser fortificada com vitaminas e minerais para fornecer nutrição máxima, assim como certos produtos são hoje, como leite, cereais e pão.

Hormônios anabólicos e desreguladores endócrinos: possíveis riscos

Segundo o biólogo Eric Muraille, em artigo publicado no periódico The Conversation, o volume muscular dos animais aumenta lentamente e leva tempo para que as células musculares satélites se multipliquem.

Para obter o que um animal produz ao longo de vários anos em apenas algumas semanas de cultivo in vitro, é necessário estimular continuamente a proliferação das células satélites com fatores de crescimento, incluindo hormônios sexuais anabólicos.

Esses hormônios estão presentes em animais e humanos, bem como em carnes convencionais. Eles estimulam a síntese de proteínas nas células, resultando em aumento da massa muscular. No entanto, a superexposição a eles estabeleceu efeitos deletérios.

Na Europa, a utilização de hormônios de crescimento na agricultura está proibida desde 1981 pela Directiva 81/602. Esta proibição foi confirmada em 2003 pela diretiva 2003/74 e validada pela Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) em 2007. Mas qual será a concentração final desses hormônios na carne cultivada?

Além disso, um número crescente de estudos documentou a toxicidade de produtos plásticos comumente usados. Os disruptores endócrinos, compostos que podem interferir no sistema hormonal e desorganizá-lo, podem ser transferidos das embalagens plásticas para os alimentos. Sem surpresa, o mesmo fenômeno foi documentado em culturas de células cultivadas em recipientes de plástico por fertilização in vitro.

A menos que o uso de plástico na produção de carne por cultura de células seja rigidamente controlado, a carne pode ser contaminada com disruptores endócrinos e outras substâncias antes mesmo de ser embalada.

Considerações éticas

Existem algumas considerações éticas para a carne cultivada em laboratório. Um dos benefícios principais e inegáveis ​​é a redução drástica no abate necessário. No entanto, as células iniciais sempre precisarão de amostras colhidas de animais vivos, que nunca poderão dar seu consentimento.

A carne de laboratório também falha em derrubar o mito de que os animais são apenas recursos para serem explorados pelos humanos. Disponibilizar carne cultivada em laboratório também reforça a ideia de que as pessoas podem e devem continuar a comer carne, apesar do fato de ser biologicamente desnecessário para uma boa saúde, como revelam bilhões de pessoas em todo o mundo que seguem dietas à base de vegetais.

Economia

O mercado potencial total endereçável para carne cultivada em laboratório é enorme e, à medida que a tecnologia melhora, os investidores estão ganhando confiança no setor. Em janeiro de 2020, a Memphis Meats arrecadou 161 milhões de dólares em uma rodada de arrecadação de fundos da Série B – uma soma que excede todos os investimentos divulgados publicamente em carne cultivada em laboratório até o momento. O investimento foi saudado como um ponto de inflexão para a indústria de carnes.

Contribuindo para essa confiança estão os grandes nomes que investem em empresas de carnes cultivadas em laboratório, incluindo Bill Gates e Richard Branson, e as próprias empresas de carnes convencionais, como Tyson Foods e Cargill.

Recepção do público

Para além dos desafios ambientais, éticos e econômicos que a produção de carne cultivada envolve, uma questão cultural e psicossocial se destaca: a resistência do consumidor. De um lado, defensores do consumo de carne alegam que alimentos produzidos em laboratório não são comida de verdade e que, portanto, a carne artificial não seria carne de verdade.

De outro, vegetarianos argumentam que é possível viver bem, e de maneira saudável, sem a ingestão de proteína animal. Além disso, a aceitação do consumidor está associada a fatores morais e éticos mais amplos, que muitas vezes envolvem convicções políticas, culturais e até mesmo religiosas.

Com tantos obstáculos, é difícil prever quando a carne cultivada deverá chegar ao supermercado mais próximo – e, principalmente, se o produto encontrará espaço na mesa das pessoas. Por enquanto, é um mistério.


Fontes: BioscienceMercy for AnimalsNova EconomiaThe ConversationSentient MediaThe Guardian e Cultured Beef

Nova York celebra presença de golfinhos em rio no Bronx, que no passado era considerado um esgoto a céu aberto

 



Nova York celebra presença de golfinhos em rio no Bronx, que no passado era considerado um esgoto a céu aberto

Nova York celebra presença de golfinhos em rio no Bronx, que no passado era considerado um esgoto a céu aberto

Notícias assim sempre me trazem imediatamente à mente a imagem dos rios Pinheiros e Tietê, na capital paulista, com sua água parada, totalmente mortos e contaminados há décadas. E sem esforço real político nenhum de mudar esse triste cenário. O que não faltam são exemplos no mundo de como rios podem ser recuperados e ganharem vida novamente. É o caso do Bronx, em Nova York, onde há poucos dias dois golfinhos foram avistados nadando por ele, perto do Starlight Park.

O fato foi compartilhado pelo Departamento de Parques e Recreação (NYC Parks) da cidade americana, em seu perfil no Twitter.

“É verdade – golfinhos foram vistos no rio Bronx esta semana! Esta é uma ótima notícia – mostra que o esforço de décadas para restaurar o rio como um habitat saudável está funcionando. Acreditamos que esses golfinhos naturalmente encontraram o caminho para o rio em busca de peixes”, escreveu o NYC Parks.

A recuperação do rio Bronx

Com cerca de 40 km de extensão, o Bronx é o único rio de água doce da cidade de Nova York. Os indígenas Mohegans viviam à sua volta e pescavam nele.

Mas por volta de 1800, indústrias, empresas e moradores da região o usavam como lixeira. Durante um século ele se tornou um esgoto a céu aberto. Nele era despejado de tudo: poluentes de fábricas, fertilizantes, dejetos residenciais, além de qualquer objeto que se considerasse indesejado – de pneus e geladeiras até carros que não andavam mais.

O resultado é que não existia mais vida no rio Bronx. Espécies nativas de peixes e ostras simplesmente desapareceram, assim como toda a vegetação em suas margens.

Nas décadas de 70 e 80 surgiram os primeiros esforços para tentar limpar e restaurar o Bronx, com a criação do “Bronx River Restoration Master Plan”, mas foi apenas 20 anos depois, com a união de organizações comunitárias e iniciativas públicas e privadas, que o trabalho realmente começou.

Imagem de um trecho do rio Bronx já despoluído
(Foto: New York City Department of Parks & Recreation)

Atualmente a Bronx River Alliance é a principal coordenadora das ações desenvolvidas ali. Ao longo dos últimos anos, foram removidas toneladas de lixo e espécies invasoras do rio, houve controle da erosão nas margens, plantio de mudas de árvores e plantas nativas e a soltura de peixes que viviam nesse ecossistema.

Todo o trabalho feito é baseado em dados e mapas históricos, que mostram como o rio foi no passado.

“Dificilmente conseguiremos ter o mesmo número de peixes que existia aqui antigamente, todavia, mais importante do que ter esse número histórico é ter aqui essas espécies realizando de novo a função essencial que elas possuem nesse ecossistema. Elas são a base dessa cadeia alimentar. São alimento para aves, guaxinis e lontras”, explica Stephen Gephard, biólogo do Departamento de Meio Ambiente de Connecticut.

Da mesma maneira, os golfinhos que agora voltam ao Bronx ajudam a controlar a população de outros animais e trazer equilíbrio para vida no rio.

Segundo o NYC Parks, esta é a primeira vez que os golfinhos chegam ao rio desde 2017, embora outros tenham sido vistos no ano passado no East River, que se conecta ao Bronx.

“Os golfinhos ajudam a fornecer equilíbrio ecológico, evitando que outras espécies se tornem excessivamente abundantes. Além disso, ver golfinhos e saber que eles vivem no parque do seu bairro pode inspirar admiração, curiosidade e orgulho, auxiliando a promover um senso mais profundo de administração do meio ambiente local e estimulando ações para proteger, cuidar e restaurar habitats locais importantes, como o rio Bronx”, ressalta o departamento de parques de Nova York.

*Com informações do NYC Parks e Bronx River Alliance

https://conexaoplaneta.com.br/blog/nova-york-celebra-presenca-de-golfinhos-em-rio-no-bronx-que-no-passado-era-considerado-um-esgoto-a-ceu-aberto/#fechar

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Foto de abertura: Jonas Von Werne on Unsplash (apenas conceitual para mostrar dois golfinhos da mesma espécie avistada no rio Bronx)

quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

Estudo identifica emissão de sons em espécies anteriormente consideradas mudas

 https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/estudo-identifica-emissao-de-sons-em-especies-anteriormente-consideradas-mudas/

Estudo identifica emissão de sons em espécies anteriormente consideradas mudas

De 53 espécies observadas, 50 eram tartarugas; pesquisa não deixa claro se sons são utilizados para comunicação

Espécies como a tartaruga de cabeça grande do Rio Amazonas foram encontradas emitindo sons, inclusive nas comunicações com a proleArquivo pessoal/Gabriel Jorgewich Cohen




Zoe Sottileda CNN

13/11/2022 às 18:01

Se você ouvir atentamente, sua tartaruga de estimação pode ter algo a lhe dizer.

Um novo estudo publicado na Nature Communications identificou sons feitos por 53 espécies, muitas das quais se pensava anteriormente serem mudas. Cinquenta das espécies eram tartarugas, com tuataras (um tipo de réptil encontrado na Nova Zelândia), cecílias (um anfíbio sem membros) e o peixe pulmonado sul-americano completando o grupo.

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Gabriel Jorgewich-Cohen, principal pesquisador da publicação e estudante de doutorado na Universidade de Zurique, disse à CNN que a ideia da pesquisa nasceu quando ele leu sobre um projeto na floresta amazônica brasileira. 

Em 2014, um estudo descobriu que tartarugas gigantes sul-americanas encontradas na Amazônia usam comunicação vocal para falar umas com as outras — incluindo chamar seus filhotes.

https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/estudo-identifica-emissao-de-sons-em-especies-anteriormente-consideradas-mudas/Ouvir as tartarugas-mãe chamando seus filhotes deixou Jorgewich-Cohen “super interessado” em identificar mais barulhos de tartarugas, disse ele. “Achei que talvez houvesse mais tartarugas por aí fazendo sons.”

O biólogo começou então a colaborar com um professor que desenvolveu um equipamento de som especializado para gravação subaquática. Ele começou em casa, gravando suas próprias tartarugas de estimação. “No começo, eu não esperava encontrar nada”, disse ele.

Mas, ao contrário de suas expectativas, ele “encontrou muitos sons”, disse ele.

A ideia logo se expandiu para um projeto de pesquisa maior. “A ideia era focar em animais que são comumente, historicamente, considerados não vocais”, disse ele. “Eu queria me aprofundar em reportar esses animais que não são conhecidos por vocalizar e tentar entender isso no quadro geral.”

Cada espécie foi registrada por pelo menos 24 horas. As gravações de áudio incluem clique, chilrear, assobio e ronronar.

Ele acrescentou tuataras depois de falar com uma especialista em répteis da Nova Zelândia que disse ter ouvido os animais fazendo sons durante o trabalho de campo. As gravações de áudio usadas na pesquisa documentam as distintas vocalizações rachadas do tuatara.

Os sons feitos pelas cecílias foram especialmente inesperados, disse ele. “Fiquei muito surpreso ao descobrir que eles produzem sons com frequência e de uma maneira muito engraçada”, disse ele. As gravações cecílias soam às vezes como um ronronar e outras como um arroto alto.

Ele também se surpreendeu com o amplo repertório de algumas espécies: algumas tartarugas “faziam muitos tipos diferentes de sons”. Outros, embora tivessem um vocabulário mais limitado, “não paravam de conversar”, repetindo frequentemente os mesmos sons.

E a pesquisa pode ter implicações mais amplas para nossa compreensão da biologia. Historicamente, “a principal hipótese era que os sons feitos por sapos, pássaros e mamíferos vinham de diferentes origens evolutivas”, explicou Jorgewich-Cohen. Esse fenômeno é conhecido como evolução convergente, quando as espécies se adaptam de maneira semelhante, embora tenham origens diferentes.

Mas a árvore genealógica evolutiva estendida construída pela equipe de pesquisa de Jorgewich-Cohen sugere que a capacidade de produzir sons “vem de uma única origem”, disse ele. O artigo afirma que a comunicação vocal deve ser tão antiga quanto o último ancestral comum dos vertebrados coanatos (vertebrados com pulmões), com aproximadamente 407 milhões de anos.

Comunicação animal

Além de registrar 53 espécies, Jorgewich-Cohen e sua equipe também usaram um conjunto de dados de comunicação acústica publicado pelo professor de ecologia e biologia evolutiva da Universidade do Arizona John Wiens e Zhuo Chen na Nature Communications em 2020.

Wiens, que não foi consultado para o estudo de Jorgewich-Cohen, disse à CNN que são necessárias mais pesquisas para estabelecer as origens comuns da comunicação vocal.

A pesquisa de Jorgewich-Cohen mostra apenas que as tartarugas e outras espécies estão emitindo sons — não que estejam usando esses sons para se comunicar, disse ele. No artigo, Jorgewich-Cohen e sua equipe escreveram que “a presença de um repertório complexo (presença de vários sons diferentes e/ou chamadas harmônicas)” indicava “significado comunicativo”.

Estabelecer que os sons são realmente uma comunicação significativa exigirá mais pesquisas, disse Wiens. Ele apontou para experimentos de reprodução, como quando os pesquisadores reproduzem gravações de dois sapos machos diferentes para uma fêmea ver o que a atrai mais. 

Experimentos como esses fornecem evidências mais significativas de que os sons são realmente usados ​​para comunicação, de acordo com Wiens.

E os critérios para o que os cientistas identificaram como comunicação acústica não eram claros, disse ele. “Em alguns desses casos, é difícil dizer que eles estão fazendo sons”, disse Wiens.

Ainda assim, o artigo é útil para mostrar que o mundo animal é realmente mais tagarela do que os cientistas pensavam antes.

“Eles documentaram mais coisas emitindo sons do que as pessoas tinham percebido anteriormente”, disse Wiens. “Esse é o primeiro passo.”

O próximo passo deve ser implementar experimentos de reprodução e outros testes “para descobrir se eles têm comunicação acústica ou não”, disse ele.

Daqui para frente, Jorgewich-Cohen diz que espera decifrar o que as tartarugas estão realmente dizendo umas às outras — se alguma coisa.

“Na maioria dos casos, nós apenas sabemos que eles estão fazendo sons. Não sabemos o que eles significam”, disse ele.

E “além disso, gostaria de entender um pouco sobre sua capacidade de cognição — como eles pensam, mais do que realmente o que os sons significam”.

Além disso, entender o papel que o som desempenha na vida das tartarugas pode ajudar a contribuir para os esforços de conservação.

“As tartarugas são o segundo grupo de vertebrados mais ameaçado de extinção, atrás dos primatas”, disse ele. “Quando pensamos em sua conservação, nunca consideramos o ruído humano como uma fonte de problemas, e acho que talvez agora devêssemos começar a considerá-lo, repensando como fazemos conservação.” 

Reportagem é interrompida por tromba de bebê elefante no Quênia

 

Reportagem é interrompida por tromba de bebê elefante no Quênia

O curioso animal de 4 anos de idade inspeciona o jornalista na cabeça e no nariz com sua tromba e gera risos entre a equipe; gravação foi feita em um centro de reabilitação de vida selvagem

Alvin Patterson Kaunda, repórter do canal KBC, tenta falar enquanto o bebê elefante inspeciona seu rosto com a tromba.
Alvin Patterson Kaunda, repórter do canal KBC, tenta falar enquanto o bebê elefante inspeciona seu rosto com a tromba.Reproduão/KBC

Gustavo Zanferda CNN

em São Paulo

Ouvir notícia

Um jornalista do canal de notícias queniano KBC teve sua reportagem interrompida por um curioso bebê elefante, que usou sua tromba para inspecionar o repórter durante a gravação.

“Eu senti a tromba fazendo cócegas, mas tentei manter a calma”, disse Alvin Patterson Kaunda.

Nas imagens, Kindani, o bebê elefante de 4 anos de idade, aparece usando sua tromba para tocar a cabeça e o rosto do jornalista, que não conseguiu conter a risada.

O animal faz parte do Sheldrick Wildlife Trust, um centro de reabilitação de vida selvagem sem fins lucrativos para elefantes e rinocerontes em Nairóbi, capital do Quênia.

O vídeo foi compartilhado na conta oficial do centro de reabilitação no Instagram.

Mesmo com a interrupção pelo simpático elefante, Kaunda conseguiu passar a mensagem. “As ações humanas estão destruindo habitats, dizimando todo o nosso ecossistema e interrompendo o ciclo da vida”, disse o repórter no vídeo.

“Sob os crescentes casos de seca, cabe a nós sermos guardiões de nosso próprio mundo natural, salvar nossa única espécie e fornecer um lar”, finaliza.

Centenas de presos em operação da Interpol contra comércio de animais silvestres

 https://exame.com/esg/centenas-de-presos-em-operacao-da-interpol-contra-comercio-de-animais-silvestres/


EXAME 

Centenas de presos em operação da Interpol contra comércio de animais silvestres

A organização informou, ainda, a apreensão de quase 780 quilos e 516 peças de marfim de elefante, 1.795 répteis e quase meia tonelada de peças e produtos derivados de répteis

Foram apreendidos, também, 2.813 quilogramas de produtos marinhos (corais, enguias, pepinos-do-mar) e 1.190 tartarugas (Getty Images/Getty Images)

AFP

6 de dezembro de 2022, 20h08

Uma grande operação internacional contra o comércio ilegal de animais silvestres e madeira levou centenas de pessoas à prisão e provocou o desmantelamento de redes criminosas, anunciou a Interpol nesta terça-feira, 6.

A operação, nomeada "Thunder 2022", foi coordenada pela Interpol e pela Organização Mundial de Alfândegas (OMA) entre 3 a 30 de outubro. A ação mobilizou a polícia, alfândega e serviços de inteligência de 125 nações, um recorde de participação de países nesse tipo de operação desde 2017, quando começou a ser realizada.

A operação visava o cumprimento da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Selvagens (CITES).

Por meio de inspeções de rotina e verificações direcionadas, centenas de pacotes, malas, veículos e navios foram examinados, muitas vezes com a ajuda de cães policiais e scanners de raios-X.

De acordo com um balanço preliminar, foram realizadas 2.200 apreensões no âmbito da "Thunder 2022", além da identificação de 934 suspeitos e 141 empresas supostamente envolvidas em vendas ilegais.

Entre as apreensões, a Interpol registrou 119 felinos, 34 primatas, 136 partes de corpos de primatas, 25 chifres de rinoceronte, nove pangolins, 389 quilogramas de escamas e outros derivados de pangolins, 750 aves e mais de 450 partes destes animais.

A organização informou, ainda, a apreensão de quase 780 quilos e 516 peças de marfim de elefante, 1.795 répteis e quase meia tonelada de peças e produtos derivados de répteis.

Foram apreendidos, também, 2.813 quilogramas de produtos marinhos (corais, enguias, pepinos-do-mar) e 1.190 tartarugas.

A Interpol informou a apreensão de madeiras de jacarandá, cactos, orquídeas e toneladas de outras plantas.

"As operações são importantes para a segurança mundial, pois o tráfico de madeira e espécies silvestres não representa apenas um problema para a proteção" do meio ambiente, comentou o secretário-geral da Interpol, Jürgen Stock, citado no comunicado.

"Existem agentes que perdem suas vidas todos os anos, meios de subsistência são destruídos (...), governos são enfraquecidos e economias inteiras são destruídas", já que "os enormes lucros potenciais atraem o crime organizado e os terroristas", explicou Stock.

 

Países da Celac apoiam candidatura de Belém como sede da Cúpula do Clima da ONU

 https://www.istoedinheiro.com.br/paises-da-celac-apoiam-candidatura-de-belem-como-sede-da-cupula-do-clima-da-onu/



IstoÉ



Países da Celac apoiam candidatura de Belém como sede da Cúpula do Clima da ONU


A COP-30 ocorrerá em 2025. A sede da conferência será escolhida neste ano, durante realização da COP-28, em dezembro, nos Emirados Árabes (Crédito: Ricardo Stuckert/ PR)

Estadão Conteúdo

24/01/23 - 16h45 - Atualizado em 24/01/23 - 18h29

Os países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) vão manifestar nesta terça-feira, dia 24, apoio à candidatura brasileira para sediar a Cúpula do Clima (COP-30) das Nações Unidas, na Amazônia. O gesto foi negociado pelo Itamaraty e consta no rascunho da Declaração de Buenos Aires, uma carta que será adotada entre os países-membros.

No texto da declaração os representantes dos países vão dizer que saúdam a candidatura brasileira, um indicativo de apoio em futuras votações no âmbito das Nações Unidas, conforme diplomatas a par das negociações.

+Uruguai propõe à Celac criar área de livre-comércio na região

A COP-30 ocorrerá em 2025. A sede da conferência será escolhida neste ano, durante realização da COP-28, em dezembro, nos Emirados Árabes.

A 7ª Cúpula da Celac, realizada na capital da Argentina, reúne representantes, como chefes de Estado e de governo, ministros e chanceleres, de 33 países latino-americanos e caribenhos. A edição marca o retorno do Brasil ao mecanismo de coordenação multilateral, do qual saíra no governo Jair Bolsonaro.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou a proposta de uma conferência climática amazônica antes mesmo de assumir o atual mandato. Já no poder, formalizou Belém (PA) como cidade-sede, em 12 de janeiro. Antes, Lula vai convocar uma Cúpula dos Países Amazônicos.

Conforme diplomatas, o Brasil manifestou o pedido de apoio a sua candidatura às demais nações da Celac para também verificar se havia outros interessados, entre os vizinhos e entorno, em sediar a COP-30.

“O apoio que estamos recebendo dos países da CELAC é indispensável para que possamos mostrar ao resto do mundo a riqueza de nossa biodiversidade, o potencial do desenvolvimento sustentável e da economia verde, além, é claro, da importância de preservação do meio ambiente e do combate à mudança do clima”, disse Lula, em discurso na abertura do encontro em Buenos Aires.

Durante o governo Jair Bolsonaro, o Brasil desistiu de receber a COP-25, em 2019. O Chile assumiu a organização, mas ela foi transferida para Madri, na Espanha, por causa de protestos sociais que causavam insegurança no país andino. Outros países como Colômbia e Costa Rica também assumiram mais posições de protagonismo nas discussões climáticas, no vácuo deixado por Bolsonaro.

Em declaração conjunta após reunião bilateral entre Lula e Alberto Fernández, o Brasil havia conseguido apoio da Argentina à realização da COP-30 em Belém.

 


segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

Governo do Chile veta projeto bilionário de porto e mineração perto de reserva natural, habitat de pinguim ameaçado

 https://conexaoplaneta.com.br/blog/governo-do-chile-veta-projeto-bilionario-de-porto-e-mineracao-perto-de-reserva-natural-habitat-de-pinguim-ameacado/#fechar


Governo do Chile veta projeto bilionário de porto e mineração perto de reserva natural, habitat de pinguim ameaçado

Governo do Chile veta projeto bilionário de porto e mineração perto de reserva natural, habitat de pinguim ameaçado

O governo do Chile, sob o comando do presidente Gabriel Boric, tomou uma decisão firme esta semana, aplaudida por ambientalistas. Foi vetada a construção de um complexo portuário, uma planta de dessalinização e a abertura de uma mina de ferro e cobre numa região próxima à Reserva Nacional Pingüino de Humboldt, ao norte do país, a 450 km da capital Santiago.

A reserva natural consiste em três ilhas e é habitat de 80% da população mundial do pinguim-de-humboldt (Spheniscus humboldti), espécie ameaçada de extinção. Além disso, vivem ali leões-marinhos, a menor espécie do planeta de lontra, assim como baleias.

Segundo a Andes Iron, empresa idealizadora do projeto Dominga, estimado em US$ 2,5 bilhões, as atividades iriam proporcionar milhares de trabalhos diretos e indiretos numa primeira fase e centenas de outros quando o porto e a usina de mineração entrassem em operação. A companhia afirmou que irá recorrer da decisão. Alega que a região é empobrecida economicamente e a população seria beneficiada com o empreendimento.

“O projeto Dominga não apenas cumpre, mas supera todos os padrões e está alinhado com os princípios estabelecidos pelo governo para projetos industriais e de mineração sustentáveis”, afirmou a Andes Iron em comunicado.

A previsão é que seriam extraídas 12 milhões de toneladas de minério de ferro por ano e 150 mil toneladas de cobre, em um período de 22 anos, tornando-se o maior empreendimento desse tipo no Chile.

Governo do Chile veta projeto bilionário de porto e mineração perto de reserva natural, habitat de pinguim ameaçado

Uma das ilhas que fazem parte do parque nacional: valor ecológico único
(Foto: César Villarroel/CONAF)

Desde que assumiu o governo em março do ano passado, Gabriel Boric já tinha demonstrado sua oposição ao projeto. Em 2017, a então presidente do Chile, Michelle Bachelet, também vetou os planos da Andes Iron. Todavia, seu sucessor, Sebastian Pinera, deu ordens para que a Suprema Corte reavaliasse a questão.

Investigações revelaram mais tarde que a família de Pinera esteve envolvida em negócios com a mineradora, realizados em paraísos fiscais.

“Estamos confiantes de que uma (decisão) robusta, baseada em evidências foi adotada aqui”, disse Maisa Rojas, ministra do Meio Ambiente. “O porto estaria em um lugar que tem um valor ecológico absolutamente único”.

Governo do Chile veta projeto bilionário de porto e mineração perto de reserva natural, habitat de pinguim ameaçado

Grupo de pinguins-de-humbold na reserva nacional do Chile
(Foto: César Villarroel/CONAF)

*Com informações do site Phys.org

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Fotos: reprodução Facebook Corporación Nacional Forestal (CONAF)/Ministério da Agricultura Chile/César Villarroel