domingo, 12 de janeiro de 2014

Leite materno salva vida de mico leão doirado.

Leite materno ao mico-leão Doki

Animal do zoológico foi rejeitado pela mãe e precisava se alimentar. Foi então que Fabiana apareceu... Eric Zambon
eric.zambon@jornaldebrasilia.com.br



O filhote de mico-leão-da-cara-dourada, Doki, não podia ficar sem se alimentar por mais tempo. Após uma semana de seu nascimento, sua mãe, Lindinha, o rejeitou e ele já estava há um dia inteiro sem suprimentos. A superintendente de conservação e pesquisa do Zoológico, Juciara Pelles, então, não pensou duas vezes. Ligou para a sobrinha que teve bebê há quatro meses e pediu doação de leite materno.

Doki, agora, está alimentado, mais saudável e praticamente salvo.

“Quando minha tia me contatou, pensei que fosse por causa de um bebê humano”, revelou Fabiana Pelles, 28 anos. Ela já tem dois filhos com o esposo Amaro Vaz, 32, e atualmente amamenta o caçula, Davi, de quatro meses. “Achei bonitinha a iniciativa. Não teria problema em doar outras vezes”, diz.

Juciara contou que o mico tem um irmão, mas este ainda perambula pela jaula agarrado às costas da mãe, como é costume de filhotes dessa espécie. “A Lindinha é uma fêmea muito brigona. Já tinha tido outras crias, mas havia matado todas. Tivemos de separá-la do grupo quando estava grávida e ela teve gêmeos. Desses ela não se desfez. Até que ontem (anteontem) ela começou a morder o bebê e impedi-lo de se amamentar”, explicou.

Cuidado
A superintendente acredita que o parto tenha gerado muito estresse à mãe dos bebês e isso explica, em partes, seu comportamento. O trato de filhote geralmente é responsabilidade de todo o grupo familiar de micos, a necessidade de cuidar sozinha de gêmeos deve tê-la feito abandonar um deles.

O leite doado por Fabiana é dado para Doki por meio de uma seringa. Ele será, aos poucos, reinserido no convívio familiar.

Animal será reinserido na família dele

Depois de ser abandonado pela mãe, Doki, agora agarrado a um bichinho de pelúcia também doado por Fabiana, recebe a devida atenção na Superintendência de Conservação e Pesquisa (Sucop) do Zoológico de Brasília.

O processo de reinserção do macaco na família, o processo é lento. “Primeiro o colocaremos em uma jaula separada em que ele possa ver os outros micos e interagir com eles”, explicou Maria do Livramento, residente em veterinária da Sucop, que ajuda a cuidar do animal. “É um processo gradual. Provavelmente demorará mais tempo até que ele se acostume com o bando e entre na gaiola deles”, completou.

Ela ainda salientou que esses macacos estão condicionados a viver em cativeiro, portanto a readaptação de Doki será feita dessa maneira. Se ele precisasse voltar à natureza, por exemplo, o processo seria outro. Os tratadores precisariam estar sempre vestidos de mico-leão-da-cara-dourada ao lidar com o filhote. “É algo realmente interessante. Mas esse não é o objetivo e nem fazemos isso aqui no Zoológico”, disse Maria. Ela destacou que a espécie de Doki é mais comumente encontrada no sul da Bahia.

Novidades no Zoo
O macaquinho Doki é apenas uma das novidades do Zoológico de Brasília neste início de ano. Conforme mostrou reportagem do Jornal de Brasília do último dia 9, vários animais nasceram no local e podem ser visitados.
De acordo com Juciara, 2014 deve ser um ano movimentado no Jardim Zoológico, com a reforma de recintos tanto para animais quanto para funcionários e público e, principalmente, com a chegada de novas espécies.

Troca
“Temos muita reprodução de Tamanduás-Bandeira por aqui. Estamos em contato com um Zoo no Chile para enviarmos alguns animais em troca de outros que não temos”, disse. O mesmo pode acontecer com os Lobos-Guará, que podem servir de moeda de troca para trazer suricatas, a espécie do Timão, do desenho “Rei Leão”.

Nenhum comentário: