A alta é comprovada pela Pesquisa da Cesta Básica de Alimentos, realizada pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos
luana.lopes@jornaldebrasilia.com.br
Moradora da área central de Brasília, ela reparou que nos últimos meses houve uma forte elevação no preço de alimentos básicos, como carne, leite e verduras.
A alta é comprovada pela Pesquisa da Cesta Básica de Alimentos, realizada pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O estudo aponta que no acumulado dos últimos seis meses, o valor da cesta básica no Distrito Federal aumentou 11,8%, a terceira maior alta entre as 18 capitais pesquisadas.
Apesar de reconhecer que os alimentos estão mais caros, Maria Terezinha acredita que o que gasta no supermercado é adequado, considerando que possui uma funcionária que trabalha seis vezes por semana e, às vezes, recebe os filhos em casa. Ela e o marido fazem uma compra grande para passar o mês, o que não é suficiente. A aposentada vai às compras uma vez por semana para repor alimentos.
Estoques
Segundo a consultora financeira Gabriela Vale, que recebe clientes com o objetivo de se reeducarem financeiramente, um dos primeiros passos para se organizar com os gastos é fazer compras semanais, pois o estoque decorrente das compras mensais estimula o consumo e o desperdício.
“Ao ver que possuem uma grande quantidade de alimento estocado, a pessoa naturalmente vai utilizar mais, pois não há a preocupação de que os itens acabem”, explica.
O economista e professor da Universidade de Brasília (UnB) Vander Lucas explica que a oscilação dos preços de alimentos é decorrente da pressão de aumentos que também envolve outros tipos de bens de consumo. De acordo com o economista, os itens que estão em período de entressafra sofrem pressões maiores, devido à baixa oferta e grande procura.
Para ele, o mais adequado para os consumidores seria a substituição. “Uma solução seria variar o consumo, ou seja, procurar alimentos que estejam no período de safra e, por isso, mais baratos”, sugere.
No mês de junho houve um recuo de 2,15% na análise de 13 alimentos pesquisados pelo Dieese. Vander Lucas salienta que é importante os consumidores analisarem quais produtos estão mais baratos que os outros e dar prioridade para eles.
Falta salário para bancar só o essencial
Outro dado mostrado pela pesquisa do Dieese é que o salário mínimo de R$ 724 não é suficiente para suprir os gastos do trabalhador e sua família com alimentação, moradia, lazer e previdência, entre outros. De acordo com o estudo, no mês de junho o salário mínimo necessário para os gastos deveria ser de R$ 2.979,25, ou seja, 4,11 vezes o valor em vigor.
A servidora pública Luciana Maia se considera organizada financeiramente. Com gasto aproximado de R$ 1 mil por mês em compras no supermercado, incluindo alimentos, materiais de limpeza e itens de higiene pessoal, ela mantém uma planilha com todas as despesas. Luciana mora com o marido e o filho de três anos e prefere fazer as compras semanalmente, pois encontra mais promoções e evita desperdício.
A consultora financeira Gabriela Vale explica que o caminho para manter um equilíbrio dentro do orçamento mensal é justamente a organização. Segundo ela, para se tornar um investidor consciente, os consumidores precisam aprender a comprar só o necessário.
Uma dica: quem possui smartphone pode utilizar aplicativos específicos para listas de supermercado, como Meu Carrinho, Boa Lista e QQ Falta. Os aplicativos armazenam as listas que se costuma levar ao supermercado, comparam preços e acompanham as despesas durante as compras.
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília
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