Publicação: 01/08/2014 20:22
"O coração da terra está na terra", disse o líder yanomami Davi Kopenawa durante mesa da Flip |
A questão indígena é um dos destaques da Festa Literária Internacional de Paraty deste ano. Nesta sexta-feira (1/8) o líder yanomami Davi Kopenawa chamou a atenção da plateia à causa dos índios e do meio ambiente. Ao lado de Kopenawa, a fotógrafa Cláudia Andajur contou como foi a experiência de conviver com os yanomamis. A mediadora Eliane Brum lembrou as ameças de morte que Davi denunciou à Polícia Federal no início da semana, quando se preparava para seguir viagem a Paraty.
A defesa das terras indígenas é a principal bandeira do xamã, poeta e escritor Davi Kopenawa. “A palavra ‘defender’ é muito importante para nós. Eu sou um pajé yanomami e os pajés grandes passaram esse conhecimento para mim”, disse Davi, presidente da Hakutara Associação Yanomami que, segundo ele, existe para resguardar os direitos dos índios.
Literatura
Davi Kopenawa chamou a atenção da Europa e dos Estados Unidos com o livro A queda do céu – palavras de um xamã yanomami , escrito em parceria com o antropólogo francês Bruce Albert. Trata-se de um relato em 800 páginas da vida de Davi – a iniciação como xamã e os primeiros encontros com garimpeiros, que inundaram as terras yanomami durante 80 anose causaram morte de um em cada cinco índios por meio de doenças e violência. O livro é, portanto, um pedido apaixonado pela preservação e respeito às terras indígenas. A obra está prevista para ser lançada no Brasil em 2015.
Ameaças de morte
O líder yanomami Davi Kopenawa denunciou à Polícia Federal de Boa Vista uma série de ameaças de morte. Em um relatório cronológico, elaborado pela Hutukara Associação Yanomami (HAY), Kopenawa alerta que as intimidações estão partindo de pessoas que se sentiram prejudicadas com operações de retirada de garimpeiros na Terra Yanomami.
O documento foi
protocolado no início desta semana, que coincide com a abertura da Festa
Literária de Paraty, onde o xamã, intelectual, poeta e escritor
Kopenawa é um dos destaques.
A Hutukara colabora com a Funai e com a Polícia Federal nas investigações de combate ao garimpo, fornecendo mapas dos locais, pontos geográficos de localizações, prefixos de aeronaves e nomes de pessoas que financiam a atividade ilegal.
De acordo
com a denúncia, em maio deste ano, o diretor da organização, Armindo
Góes, foi abordado por garimpeiros que disseram que Davi estava sendo
procurado e que não chegaria vivo até o final do ano.
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