“Hoje, se tenta eliminar o preconceito contra gays substituindo por um preconceito contra evangélicos”, disse Marina Silva, que também é evangélica. A ex-senadora diz que Marco Feliciano entra neste “jogo de injustiças”
Marina Silva diz que não está gostando do debate (legalização do aborto e casamento gay) como ele está sendo conduzido
Na noite dessa terça-feira , diante de um auditório repleto de estudantes na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), a ex-verde declarou que o parlamentar estava sendo “hostilizado mais por ser evangélico do que por suas declarações equivocadas”.
“Não gosto como este debate vem sendo conduzido (legalização do aborto e casamento gay). Hoje, se tenta eliminar o preconceito contra gays substituindo por um preconceito contra evangélicos”, defendeu.
Segundo ela, Marco Feliciano entra neste “jogo de injustiças”, e claro, pode se tornar uma das vítimas nesta inversão de valores. “Feliciano está sendo mais hostilizado por ser evangélico que por sua declarações equivocadas”, completou, afirmando ainda que gostaria que um ateu fosse julgado pelo que disse e não pelo fato de ser ateu.
Feliciano é acusado de estelionato e o crime será julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O parlamentar também defende que os gays são pessoas “doentes” .
Na Comissão de Direitos Humanos, o religioso colocou em pauta o projeto polêmico que defende a “cura” dos homossexuais. O religioso ainda confrontou o movimento negro por afirmar que os descendentes dos africanos são “amaldiçoados” segundo a Bíblia.
Candidata à Presidência nas eleições de 2010, Marina foi alvo de polêmicas sobre suas pautas conservadoras. A ex-senadora se posicionava contra o casamento gay, a legalizações do consumo da maconha e da prática do aborto. A pauta, inclusive, era defendida, na época, por alguns membros históricos do PV, partido em que Marina se desfilou após ser derrotada no primeiro turno das eleições com um saldo de 19,5 milhões de votos (19,4% dos votos válidos).
Na palestra intitulada “Democracia e Sustentabilidade”, a possível candidata também debateu temas sociais e econômicos. Defendeu que além de uma crise mundial, o planeta é vítima de uma “crise civilizatória” pelo qual todos os povos passam, que é fruto da ênfase no fazer e não do ser.
“Não temos em quem se espelhar como modelo de como passar por uma crise civilizatória. Egito, Grécia e Roma passaram por essa crise e não conseguiram superar. A diferença é que hoje a crise da civilização envolve todo o planeta. Mas temos uma vantagem. Desconfio que eles não perceberam que estavam em crise e tentavam apagar o fogo com gasolina. Nós podemos evitar isso”.
Criticada por defender Feliciano, Marina diz que frases foram ‘tiradas de contexto’.
Em palestra no Recife, ex-senadora afirmou que deputado ‘está sendo mais hostilizado por ser evangélico que por sua declarações equivocadas’.
Criticada nas redes sociais por ter defendido o deputado Marco Feliciano (PSC-SP), a ex-senadora Marina Silva vai divulgar na internet o vídeo de uma palestra dada na noite de terça-feira, 14, em que disse que o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara estaria sendo “mais hostilizado por ser evangélico que por suas declarações equivocadas”.
“Não gosto como este debate vem sendo conduzido (legalização do aborto e casamento gay). Hoje, se tenta eliminar o preconceito contra gays substituindo por um preconceito contra religiosos”, afirmou Marina no evento, segundo o jornal Diário de Pernambuco. A fala tem sido reproduzida nas redes sociais com críticas à ex-senadora, ela própria também evangélica.
com Estado de Minas e Diario de Pernambuco
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