sábado, 6 de setembro de 2014

PESADELO!!!Rui Falcão diz que vitória de Dilma vai 'preparar' volta de Lula em 2018

05/09/2014 21h46 - Atualizado em 06/09/2014 10h41


Presidente do PT disse que vitória de Marina seria atraso para o país.
Em encontro, Lula cobrou empenho de prefeitos em SP: 'Cadê o PT?'.

Roney DomingosDo G1, em São Paulo
O ex-presidente Lula, entre os candidatos ao Senado, Eduardo Suplicy, e ao governo, Alexandre Padilha, em evento do PT em São Paulo (Foto: Roney Domingos/G1)Lula, Suplicy e Padilha, em evento do PT em SP
(Foto: Roney Domingos/G1)
Em encontro com outros dirigentes do PT em São Paulo nesta sexta-feira (5), o presidente do partido, Rui Falcão, disse que a reeleição da presidente Dilma Rousseff das eleições deste ano servirá para "preparar" a volta de Luiz Inácio Lula da Silva na disputa de 2018. A declaração foi feita na presença do próprio ex-presidente.
É grande a nossa responsabilidade, não só eleger o Padilha, como também eleger a Dilma para continuidade nesse processo e preparar a volta do Lula em 2018"
Rui Falcão,
presidente do PT
"É grande a nossa responsabilidade, não só eleger o Padilha, como também eleger a Dilma para continuidade nesse processo e preparar a volta do Lula em 2018", afirmou Rui Falcão, sob aplausos de prefeitos, parlamentares e ministros do governo.

Afirmação semelhante foi feita pelo presidente do diretório do PT de São Paulo, Emídio de Souza, que disse que "o caminho mais curto para o Lula ser candidato à presidente em 2018 é a reeleição da Dilma". Ele também pediu aos militantes que não tenham vergonha de usar a estrela do PT e de defender o governo Dilma.
As declarações foram feitas em evento fechado com integrantes do PT na capital paulista para alavancar a candidatura de Alexandre Padilha ao governo estadual. Participaram do ato dirigentes e políticos eleitos do partido.

Nesta quinta (4), em Salvador, o próprio Lula já havia sugerido que poderia se candidatar em 2018. "Eles devem se preparar, porque eu vou estar vivo", disse o ex-presidente, durante comício em Salvador.
No encontro desta sexta em São Paulo, Lula cobrou mais empenho para melhorar o desempenho de Dilma em São Paulo. Segundo a última pesquisa Datafolha, a petista aparece em segundo lugar no estado, com 23% das intenções de voto, atrás da candidata do PSB, Marina Silva, com 42%. No segundo turno, Marina venceria Dilma no estado, com 61% contra 29%.

"Não é possível que a Dilma tenha 23% aqui. Cadê o PT?  Cadê os prefeitos do PT? Nós governamos 16 milhões de pessoas aqui", desabafou o ex-presidente. Ao lado do candidato do PT ao governo estadual, Alexandre Padilha, Lula disse que o partido enfrenta neste ano "as eleições mais difíceis desde que foi fundado."
Não há nenhuma explicação para a Dilma estar perdendo a eleição aqui em São Paulo [...] Vou encher o saco de todos os prefeitos. Se o prefeito não colocar a cara ninguem vai"
Lula
"Não há nenhuma explicação para a Dilma estar perdendo a eleição aqui em São Paulo. O PT governa muita gente. A gente não pode deixar de ter orgulho de ser petista. Nós temos que fazer aqui quase que um comando de campanha para cuidar da eleição só em São Paulo. Se a gente crescer dez pontos em São Paulo a eleição está garantida. Vou te encher o saco, [Fernando] Haddad. Vou encher o saco de todos os prefeitos. Se o prefeito não colocar a cara ninguem vai", afirmou.
Segundo ele, o estado de São Paulo é tão complexo que embora não tenha apoio da classe média, o PT já elegeu prefeito da capital três vezes e já administrou várias cidades de médio porte.

Marina
Lula também abordou a disputa contra Marina Silva, atualmente a maior rival de Dilma na disputa presidencial. Segundo ele, Marina, que rompeu com o PT e deixou seu governo em 2008, "é um caso à parte" e que não vai ter "divergência pessoal" com ela.
"Estou destrinchando o programa da Marina, todas as propostas, para a gente saber o que é o quê. Eu não vou ter divergência pessoal com a Marina, agora governar este país não é um clube de amigos", afirmou Lula, emendando críticas à proposta da ex-senadora de dar autonomia ao Banco Central. "O que a elite brasileira quer é que a gente seja eleito presidente para eles governarem", afirmou.
Lula ainda fez provocações em relação ao candidato do PSDB, Aécio Neves, comentando sobre a queda dele nas pesquisas. "Vocês estão percebendo que eu não falei do Aécio? Porque o Aécio, eu vi ele fazendo debate no Jornal da Globo e ele falou acho que umas 200 vezes a palavra previsibilidade. Todas as perguntas que faziam para ele, ele falava que é preciso ter previsibilidade. Eu fiquei pensando: como é que um cara que gosta tanto de previsibilidade não previu que ia acabar na campanha?", disse.
Em sua fala, Rui Falcão resumiu o posicionamento do partido em relação a Marina. "Não temos nada contra a Marina. O que nós temos contra é com o programa que ela encampou. Vamos fazer o contraste de projetos, um ataque duro ao que significa atraso do país", afirmou.

Também presente, o presidente da CUT, Vagner Freitas, disse que o programa de Marina està "à direita" plano de Aécio Neves.
Padilha
Ao falar sobre a disputa em São Paulo, Lula diz que pela primeira vez o PT conseguiu dividir os partidos que dão sustentação ao  candidato do PSDB, mas viu parte das siglas migrar para o PMDB, que lançou o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, para a disputa do governo estadual. A última pesquisa do Datafolha mostra o governador Geraldo Alckmin, candidato à reeleição, com 53%, Skaf com 22% e Padilha com 7%.
Lula tambem apontou falhas na distribuição de material que prejudicaram a campanha no estado, mas comemorou o fato de que o problema já tenha sido resolvido.
Emídio de Souza admitiu ter havido dificuldades com a distribuição de material de campanha nas últimas semanas, mas afirmou que as cédulas já estao à disposição da militância. Ministros deverão aproveitar dias de folga para fazer campanha.

A ministra da Cultura, Marta Suplicy, disse que a campanha em São Paulo é vital para a campanha presidencial e propôs "casar" Dilma e Padilha. "Nós vamos casar os dois. Os dois têm que andar juntos", afirmou.

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, disse a Padilha que vai acontecer o mesmo que ocorreu com ele mesmo quando era candidato à Prefeitura em 2012. "Na véspera do primeiro turno não havia uma pesquisa que me colocasse no segundo turno", afirmou o prefeito, eleito no segundo turno.

Padilha disse que os próximos 30 dias serão um período decisivo para a campanha. "É nesses 30 dias que a gente coloca o coração no bico da chuteira", afirmou. O petista criticou Alckmin pelo desempenho no Ideb e pela inauguração-teste de apenas duas estações  de Metrô na Zona Leste. Também questionou a candidatura Skaf, apontada por ele como a que reúne todos os ex-governadores do estado.

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