sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Petrobrás.Roubalheira.Até o Cônsul da Grécia participou do esquema?


  12/02/2015 21h17

Costa diz que recebeu US$ 530 mil em propina de cônsul da Grécia no RJ

Em troca, ex-diretor da Petrobras teria repassado informações privilegiadas.
O G1 não conseguiu contato com a embaixada nem com o consulado grego.

Paulo Roberto Costa CPI (Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa está preso em regime domiciliar no Rio de Janeiro.

(Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)
O ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou, no acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF), que recebeu US$ 530 mil em propina do cônsul honorário da Grécia no Rio de Janeiro, Konstantinos Kotronakis, em troca de informações privilegiadas sobre licitações da estatal. O ex-dirigente da petroleira contou que a antecipação de informações ao diplomata grego teve início “em 2010 ou 2011”.


As declarações do ex-dirigente da estatal foram dadas em uma série de depoimentos prestada à Polícia Federal (PF) em outubro do ano passado e anexada nesta quinta-feira (12) ao processo da Lava Jato. Preso em regime domiciliar desde setembro, Paulo Roberto Costa firmou acordo de delação premiada com o MPF para colaborar com as investigações da Lava Jato em troca da redução de sua pena.
Em um desses depoimentos, Paulo Roberto Costa explicou aos policiais federais que a Petrobras realiza anualmente licitações para contratar navios de grande porte para transporte de petróleo e derivados, das quais participam 20 empresas, grande parte delas localizada na Grécia. O ex-diretor disse que repassava ao cônsul grego informações sobre quando e quantas embarcações seriam contratadas.

Conforme Costa, o cônsul repassava as informações às companhias gregas, que conseguiam reservar em tempo os navios para as licitações da Petrobras, podendo, assim, “participar do certame com vantagem competitiva”. No depoimento à PF, o ex-diretor esclareceu que as informações eram relevantes diante da “intensa variação de preços desses navios no mercado”.

Site da embaixada da Grécia registra o nome do cônsul honorário do Rio de Janeiro mencionado por Paulo Roberto Costa (Foto: Reprodução)Site da embaixada da Grécia registra o nome do
cônsul honorário do RJ mencionado por Costa
(Foto: Reprodução)
O G1 tentou contato com a embaixada e com o consulado da Grécia, mas não conseguiu localizar Konstantinos até a útima atualização desta reportagem.


Paulo Roberto Costa explicou que recebia a propina por meio da empresa GB Maritime, aberta entre 2011 e 2012 em Londres e que estaria em nome de Georgio, um filho do cônsul grego. Como pagamento pelas informações privilegiadas, a empresa passou a fazer depósitos em uma conta em nome do genro do ex-diretor da Petrobras no banco UBS, em Luxemburgo.


No depoimento, o ex-diretor de Refino e Abastecimento diz que recebeu US$ 530 mil e que, ao longo de 2014, mais recursos devem ter sido depositados na sua conta. O genro teria recebido 25% do total por "administrar" os valores depositados. O ex-diretor da Petrobras se comprometeu com o Ministério Público Federal a devolver o dinheiro, autorizando o “repatriamento de capitais” do banco de Luxemburgo para o Brasil.
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VALE ESTE - Arte Lava Jato 7ª fase (Foto: Infográfico elaborado em 15 de novembro de 2014)VALE ESTE - Arte Lava Jato 7ª fase (Foto: Infográfico elaborado em 15 de novembro de 2014)
 

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