12/02/2015 21h17
Costa diz que recebeu US$ 530 mil em propina de cônsul da Grécia no RJ
Em troca, ex-diretor da Petrobras teria repassado informações privilegiadas.
O G1 não conseguiu contato com a embaixada nem com o consulado grego.
O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa está preso em regime domiciliar no Rio de Janeiro.
(Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)
As declarações do ex-dirigente da estatal foram dadas em uma série de depoimentos prestada à Polícia Federal (PF) em outubro do ano passado e anexada nesta quinta-feira (12) ao processo da Lava Jato. Preso em regime domiciliar desde setembro, Paulo Roberto Costa firmou acordo de delação premiada com o MPF para colaborar com as investigações da Lava Jato em troca da redução de sua pena.
Em um desses depoimentos, Paulo Roberto Costa explicou aos policiais federais que a Petrobras realiza anualmente licitações para contratar navios de grande porte para transporte de petróleo e derivados, das quais participam 20 empresas, grande parte delas localizada na Grécia. O ex-diretor disse que repassava ao cônsul grego informações sobre quando e quantas embarcações seriam contratadas.
Conforme Costa, o cônsul repassava as informações às companhias gregas, que conseguiam reservar em tempo os navios para as licitações da Petrobras, podendo, assim, “participar do certame com vantagem competitiva”. No depoimento à PF, o ex-diretor esclareceu que as informações eram relevantes diante da “intensa variação de preços desses navios no mercado”.
Site da embaixada da Grécia registra o nome do
cônsul honorário do RJ mencionado por Costa
(Foto: Reprodução)
cônsul honorário do RJ mencionado por Costa
(Foto: Reprodução)
Paulo Roberto Costa explicou que recebia a propina por meio da empresa GB Maritime, aberta entre 2011 e 2012 em Londres e que estaria em nome de Georgio, um filho do cônsul grego. Como pagamento pelas informações privilegiadas, a empresa passou a fazer depósitos em uma conta em nome do genro do ex-diretor da Petrobras no banco UBS, em Luxemburgo.
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No depoimento, o ex-diretor de Refino e Abastecimento diz que recebeu
US$ 530 mil e que, ao longo de 2014, mais recursos devem ter sido
depositados na sua conta. O genro teria recebido 25% do total por
"administrar" os valores depositados. O ex-diretor da Petrobras se
comprometeu com o Ministério Público Federal a devolver o dinheiro,
autorizando o “repatriamento de capitais” do banco de Luxemburgo para o
Brasil.
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