quarta-feira, 8 de abril de 2015

A leniência da Folha de S. Paulo (Que pena...Era um jornal no qual eu confiava). Os acordos de leniência negociados pela CGU não são um dano para a Petrobras. Eles são um dano - irrecuperável - para o Brasil.

O ANTAGONISTA.


Os acordos de leniência da CGU, que atropelam o Ministério Público e livram a cara dos bandidos que assaltaram a Petrobras, em particular dos mandantes do esquema criminoso, ganharam um aliado de peso: a Folha de S. Paulo.

O jornal publicou em sua manchete:

"Holandesa SBM aceita indenizar a Petrobras em R$ 5,3 bi".

A reportagem explica que a SBM admitiu o pagamento de propina e quer devolver o dinheiro surrupiado à Petrobras, mas não consegue fazê-lo porque o Ministério Público insiste em se meter na transação, prejudicando a estatal.

De fato, a participação ou não dos procuradores da Lava Jato nas negociações da CGU será julgada hoje, e a Folha de S. Paulo parece acreditar que é melhor embolsar o dinheiro das empresas corruptoras e esquecer todo o resto.

A própria reportagem, porém, revela a indecência dessa estratégia.

A SBM admitiu o pagamento de propina, mas não citou o nome de nenhum corrupto. Pedro Barusco, por exemplo, disse que a campanha de Dilma Rousseff, em 2010, recebeu 300 mil dólares em propinas da SBM. O acordo de leniência da CGU não faz qualquer menção a essa ilegalidade. A Folha de S. Paulo também não.

Resumindo: a SBM paga e ninguém será investigado ou punido.

Os acordos de leniência negociados pela CGU não são um dano para a Petrobras. Eles são um dano - irrecuperável - para o Brasil.

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