quarta-feira, 15 de abril de 2015
É por estas e outras que estou no boicote aos produtos FRIBOI, SEARA, SWIFT, MASSALEVE, VIGOR e DORIANA (as outras marcas eu nem conheço)
Tribuna da Internet
Meirelles paga caro para ocultar os “malfeitos” do grupo Friboi
Tribuna da Internet
Meirelles paga caro para ocultar os “malfeitos” do grupo Friboi
Carlos Newton
É impressionante a bilionária campanha publicitária que o grupo JBS,
maior exportador de carne bovina do mundo e dono da marca Friboi, vem fazendo
na imprensa escrita e na televisão, inserindo anúncios em espaços e horários
nobres e pagando cachês altíssimos a artistas “globais” consagrados como Tony
Ramos, Fátima Bernardes e Roberto Carlos, que inclusive é vegetariano há
décadas.
O grupo JBS, de Goiás, pertence aos irmãos Batista e era comandado por
José Batista Júnior, que conseguiu apoio do BNDES a partir do primeiro governo
Lula e alçou o frigorífico JBS-Friboi ao topo do mercado de carnes do país
e do mundo.
Em março de 2012, preocupados com a crescente responsabilidade causada
pela expansão dos negócios, os irmãos Batista chamaram o conterrâneo Henrique
Meirelles para assumir a presidência do Conselho de Administração da J&F,
holding que controla empresas e marcas famosas como JBS Friboi, Banco
Original, Swift, Doriana, MassaLeve, Lebon, Pilgrim’s, Seara, Vigor, Rigamonti,
Fiesta e Flora. Uma das missões de Meirelles era traçar a estratégia mundial do grupo,
para não perder mercado.
Menos de um ano depois, surpreendentemente José Batista Júnior deixou de
ser o principal sócio da holding J&F, tendo vendido sua participação para
os irmãos Joesley e Wesley, que tiveram de manter Meirelles à frente do
Conselho, porque hoje a credibilidade do grupo está diretamente associada à
atuação do ex-presidente do Banco Central e do BankBoston, que está cada vez
mais rico e se tornou também acionista do Itaú.
CAMPANHA BILIONÁRIA
No comando da holding J&F, Meirelles determinou o lançamento da
espalhafatosa campanha publicitária, que começou no início do ano passado e
parece não ter mais fim, para satisfação dos barões da mídia impressa e
televisionada. O
objetivo da propaganda em massa não é comercial; pelo contrário, tem apenas a
finalidade de amansar a grande mídia, para desestimular reportagens
investigativas que possam revelar as entranhas desse surpreendente sucesso
empresarial movido pela generosidade do BNDES, que na gestão petista emprestou
à JBS R$ 2,5 bilhões (diretamente ou por meio de outros bancos) e comprou R$
8,5 bilhões em ações do grupo, que equivalem a 24,6% de seu capital.
Além de atuar no controle da mídia, Meirelles também transformou a
holding J&F na maior patrocinadora da política nacional. Oportuna
reportagem de Leandro Prazeres, no site UOL, revela que o generoso grupo já
doou a candidatos e partidos cerca de 18,5% de tudo o que tomou emprestado do
BNDES entre 2005 e 2014, com PT, PMDB e PSDB aparecendo como os mais
beneficiados.
Desde 2006, o grupo já figurava como um dos maiores doadores de
campanhas políticas do Brasil. Meirelles só fez aumentar o cachê. Em 2010, por
exemplo, o JBS ficou em terceiro lugar, com R$ 63 milhões. Mas em 2014, sob
comando dele, o grupo passou a ser o maior doador, com R$ 366,8 milhões em
patrocínio eleitoral, seguido da construtora Odebrecht , que doou R$ 111
milhões, e do Bradesco, com cerca de R$ 100 milhões.
O repórter Leandro Prazeres mostrou que o comprometimento da J&F com
doações a políticos é tão grande que, somente para a eleição de 2014, a empresa
doou 39,56% de todo o seu lucro líquido registrado em 2013, que foi de R$ 926,9
milhões. É como se, a cada R$ 100 de lucro, a JBS doasse R$ 39,5 para os caixas
de campanhas de partidos e candidatos. Da mesma forma, a Odebrecht, segunda
colocada no ranking de doações neste ano, doou 22% de seu lucro líquido em
2013, que foi de R$ 490,7 milhões.
É generosidade demais, motivando justificadas suspeitas de sonegações e
graves irregularidades contábeis. Como se sabe, o lucro líquido é a diferença
entre o que a empresa faturou e os seus custos operacionais (salários,
tributos, impostos etc).
E a conclusão é óbvia – a J&F comprou a grande imprensa, mas
esqueceu a internet, e o surgimento de um escândalo será inevitável.
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