NoO material jornalístico produzido pelo Estadão é protegido por lei. Para compartilhar este conteúdo, utilize o link:http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,governo-e-pt-perdem-apoios-imp-,1665028
No tripé que
constituiu a base do lulopetismo (partidos, sindicatos e organizações
sociais), a debandada é geral. Para sorte do país, já podemos vislumbrar
o fim do nefasto populismo, renovado aqui por Lula e seus asseclas:
Partidos, sindicatos e organizações sociais. É com base nesse tripé e
em políticas econômica e social populistas que o PT tem conseguido até
agora se manter no poder. Enquanto uma conjuntura internacional
favorável ajudou e o governo tinha gordura para queimar, foi tudo festa.
Mas depois que o mundo mudou e Dilma não percebeu, mantendo escancarada
a cornucópia do Estado-provedor, a nau lulopetista, que a essa altura
já não fazia distinção entre governo e partido, começou a fazer água. Os
indicadores econômicos e sociais despencaram, carregando junto a
credibilidade e a popularidade da presidente. Eram os primeiros sintomas
do esgotamento do modelo lulopetista. Hora da debandada dos partidos,
sindicatos e organizações sociais.
Depois da pesquisa CNI/Ibope que na semana passada confirmou a
tendência e revelou que 74% dos brasileiros não confiam na presidente da
República, multiplicaram-se na mídia manifestações de líderes
partidários, de dirigentes sindicais e de organizações sociais fazendo
críticas e sinalizando a disposição de manter distância do Palácio do
Planalto.
Na área política, a dissolução da "base aliada" é consequência menos
da crise econômica do que da incompetência política de Dilma, que
iniciou o segundo mandato imbuída da determinação de consolidar sua
hegemonia pelo enfraquecimento da força política de seu mais importante
aliado, o PMDB. Deu no que se vê. A tal base aliada continua, no papel, a
mais ampla de que um governo jamais dispôs na história da República.
Mas Dilma é refém dos presidentes peemedebistas do Senado Federal e da
Câmara dos Deputados e sofre derrotas sucessivas no Congresso.
A base sindical é um dos esteios do PT desde sua origem. Concentra-se
principalmente na maior central, a CUT, que leva seus filiados às ruas
em manifestações "espontâneas" de apoio ao governo que a manipula. Mas
até a CUT já não é mais a mesma. Além de ter sido incapaz de evitar a
desfiliação de sindicatos importantes nos últimos meses - como o dos
professores de Porto Alegre -, a central, que jamais disfarçou sua
condição de braço sindical do PT, já registra o surgimento de um
movimento oposicionista interno. São dirigentes jovens que percebem o
risco que significa, em termos de fidelidade de seus filiados, manter-se
incondicionalmente atrelada aos interesses do governo. De acordo com
dados do Ministério do Trabalho, quando Dilma assumiu o governo, a CUT
representava 38,2% do total de trabalhadores registrados. Hoje são
33,6%.
Para manter o apoio "das ruas", os dirigentes petistas sempre
contaram com o apoio de toda sorte de organizações sociais, até porque
muitas delas constituíram o núcleo fundador do partido. Mas hoje até as
organizações sociais mais politicamente ativas, como o Movimento dos
Trabalhadores Sem-Teto (MTST), formulam críticas pesadas ao governo petista. (Continua no Estadão).
Nenhum comentário:
Postar um comentário