| 04 Junho 2015
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Cultura
A esquerda deixou de ter o monopólio da mídia e da produção de ideias. A internet deu voz àqueles que, isolados, nada podiam fazer para interferir no processo.
É notório que o Brasil vem num processo de transformação rápido, que tem sido produzido pela revolução socialista que está em curso. Esta revolução quer ser silenciosa e tem passado desapercebida para a maioria dos brasileiros. Poucas vozes se levantaram para denunciar e falar sobre o assunto. Quero aqui explicitar como esse movimento revolucionário tem sido implantado em nosso país.
São três
eixos revolucionários que caminham em paralelo, mas mantendo os mesmos
objetivos estratégicos e frequentemente se intercruzando.
1.O primeiro
deles é a chamada revolução gramsciana, que entrou em pauta com o maior
dos seus estrategistas, Fernando Henrique Cardoso, quando da fundação do
Cebrap, no final dos anos sessenta.
O Cebrap virou um think thank
e logo foi imitado por outros, basicamente para realizar a formação de
quadros e a produção de ciências sociais comprometidas com a revolução. É
claro que o Cebrap levou FHC à presidência da República, três décadas
depois. A revolução gramsciana se consolidou com a posse de Lula e do PT
na Presidência da República.
Basta
ver uma breve lista de pesquisadores que passaram pelo Cebrap para se
perceber como o organismo espalhou esporos por toda parte: Boris Fausto, Cândido Procópio Ferreira de Camargo, Carlos Estevam Martins, Elza Berquó, Fernando Henrique Cardoso, Francisco Weffort, Francisco de Oliveira, José Arthur Giannotti, José Reginaldo Prandi, Juarez Rubens Brandão Lopes, Leôncio Martins Rodrigues, Luciano Martins, Octavio Ianni, Paul Singer e Roberto Schwarz.
Muitas das cabeças coroadas da academia e da imprensa nunca deixaram de
ser agentes propagadores da revolução gramsciana, como se vê. Foram
produtores de falsa ciência, a serviço da transformação social. Se você,
leitor, fez algum curso universitário provavelmente saiu dele
intoxicado com o veneno ideológico produzido por essa gente, que é
autora da maior
parte da literatura recomendada.
Os
agentes formados por esses falsos gurus pouco a pouco foram tomando
conta do Estado, de modo a transformar seus organismos em “aparelhos
ideológicos”, a serviço da causa revolucionária. Tomaram conta primeiro
da Educação e da Saúde. Depois de todo o resto.
Essa
revolução ganhou força quando dominou do pensamento universitário
brasileiro, ao longo dos anos setenta e oitenta (e depois, já que nunca
parou). Os professores e alunos passaram a ser divulgadores e
doutrinadores das ideias revolucionárias e também cabos eleitorais
quando as eleições aconteciam. A eficácia política foi total, a ponto de
a direita ter desaparecido da cena política, só retornando agora, de
forma embrionária e dispersa, com as eleições de 2014. O presidente da
Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, será talvez a maior expressão
política dessa nova direita. O Brasil está ainda hemiplégico, voado
politicamente apenas com seu lado sinistro.
2. O
segundo eixo da revolução é a cultural, que recebeu grande impulso
depois da posse de FHC como presidente e ainda maior quando o PT o
sucedeu. Políticas de cotas, de aborto, pró movimento gay, a busca obsessiva pela igualdade de gêneros no limite do
ridículo (muito além do ridículo!!NB), liberação do uso de estupefacientes, tudo tem sido feito nessa
direção, naturalmente inspirado da Escola de Frankfurt. O objetivo
derradeiro é destruir a família cristã e o Brasil como unidade,
fragmentado em múltiplos “movimentos sociais”.
Essa perna da revolução
sofreu agora profundo revés porque Eduardo Cunha assumiu a presidência
da Câmara de Deputados e, como primeira medida, decidiu retirar de pauta
os pontos da agenda revolucionária.
3.O
terceiro eixo é mais antigo e é caudatário de intelectuais que
produziram ficção e não ficção desde o século XIX. A literatura e a
filosofia foram postas a serviço da transformação. A Semana de Arte
Moderna é expressão maior dessa tentativa revolucionária. Nossos grandes
escritores, em alguma medida, fizeram da sua obra um veículo de
propaganda da revolução.
Dos
três eixos, o mais pernicioso e o mais profundamente arraigado é o
terceiro. Contra ele só pode agir um processo de produção cultural em
volume equivalente àqueles produzido pelas esquerdas, convencendo a
inteligência brasileira, sua elite cultural bem como econômica, do erro
que é abraçar a revolução. É um processo que levará décadas, por isso um
partido político ou alguma liderança contrarrevolucionária não pode
fazer muito, exceto aquilo que Eduardo Cunha fez.
É preciso reescrever os livros didáticos, que surjam novos escritores comprometidos com a causa da verdade, que os jornais saiam das mãos dos comunistas, que os professores deixem de ser agentes da transformação para serem os portadores da moralidade. Um movimento assim nem começa e nem acaba em partidos políticos, pois exige o engajamento de uma elite pensante que ainda não existe.
É preciso reescrever os livros didáticos, que surjam novos escritores comprometidos com a causa da verdade, que os jornais saiam das mãos dos comunistas, que os professores deixem de ser agentes da transformação para serem os portadores da moralidade. Um movimento assim nem começa e nem acaba em partidos políticos, pois exige o engajamento de uma elite pensante que ainda não existe.
Eu
vejo aqui e ali sintomas de vitalidade. É preciso fazer germinar um
novo tipo de homem, comprometido com a verdade e o Bem. Vai demorar,
mas, se serve de consolo, penso que essa reação está em curso, de forma
espontânea. A esquerda deixou de ter o monopólio da mídia e da produção
de ideias. A internet deu voz àqueles que, isolados, nada podiam fazer
para interferir no processo. O simples fato de se discutir o assunto é
já trabalhar para a sua superação.
Quem viver verá.
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