Antes mesmo de ser anunciado para a Secretaria de Saúde o nome de Fábio Gondim é recebido com críticas e desconfiança.
O nome de Fábio Gondim é recebido com
resistência e reticencia por profissionais, gestores e especialistas de
saúde do DF. Isso porque basta algumas pesquisas na internet para se
perceber que além da estreita relação de Gondim com a ex-governadora de
Maranhão, Roseana Sarney (PMDB) e o pai, senador Jose Sarney (PMDB), que
o futuro secretário de Saúde do DF, também está sob investigação da
Polícia Civil, acusado por, supostamente, fraudar o Portal da
Transparência.
Matéria publicada pelo Jornal Pequeno (12/Jul),
apontam a ex-governadora de Maranhão, Roseana Sarney e os
ex-secretários Fábio Gondim e Bernardo Bringel como suspeitos em
investigação por atos de improbidade e outros crimes por omitirem gastos
públicos no Portal da Transparência. De acordo com o Jornal, “A
Secretaria de Estado de Transparência e Controle (STC) concluiu nesta
semana a apuração sobre o filtro indevido utilizado na gestão passada
para ocultar os gastos. A investigação da STC constatou o envolvimento
de Roseana e dos dois ex-secretários de Planejamento, além de uma
servidora estadual.”.
Ainda de acordo com a matéria: “Somente
na modalidade Fundo a Fundo de aplicação de recursos foram transferidos
R$ 217 milhões em 2014, inclusive durante o período eleitoral, sem que a
população tomasse conhecimento dos valores transferidos. Em 2013, os
gastos secretos na gestão da ex-governadora Roseana Sarney alcançaram o
valor de R$ 7.414.243.150,72.”.
E não pára por aí. De acordo com a
matéria: “Além disso, foi encontrado no programa de geração de dados
para o Portal da Transparência filtro para impedir a publicação de
ordens bancárias específicas, que apresenta indícios de ter sido
utilizado ao longo dos anos para excluir do Portal gastos suspeitos.
Confrontando a execução orçamentária de
2013 com os gastos disponibilizados no Portal, constatou-se que apenas
40,77% dos gastos públicos estaduais foram disponibilizados no Portal.
Ou seja, 59,23% das despesas eram compostas de gastos secretos.”
Fim do corporativismo x falta de conhecimento da rede
Um cientista político, que prefere não
ser identificado conversou com o Blog Política Distrital sobre a escolha
de Gondim para assumir a pasta da Secretaria de Estado de Saúde do DF
(SES-DF). “Um dos motivos da escolha do nome de Gondim deve ir de
encontro ao fim do corporativismo entre os médicos, dentro da Secretaria
de Saúde. Outro motivo é o conhecimento voltado para a gestão. Mas
Rollemberg comete novamente o erro de nomear uma pessoa um pessoa que
não tem a menor noção de como funciona o sistema público de saúde do DF.
Mas o que se pode observar também é que Gondim é do PT, afiliado dos
donos do PMDB, a família Sarney, e isso pode ser um indício de
aproximação de Rollemberg com a base de apoio do governo. Afinal o GDF
precisa de suporte de recursos do Governo Federal. Mas é um nome que
deve enfrentar muita resistência.”, afirmou.
Ainda de acordo com o especialista: “Um
grande problema enfrentado pelo atual governo está diretamente ligado a
falta de transparência que o governador tenta resolver, por causa da
história do déficit e das cobranças que vem do Legislativo. Então me
parece um grande contrassenso nomear alguém com esse tipo de problema,
justamente na pasta que mais movimenta recursos do GDF.”, concluiu.
Mais um petista?
Quem
não deve gostar nada da nomeação é a presidente da Câmara Legislativa
do DF, a deputada distrital, Celina Leão. Isso porque nos últimos meses
um dos motivos que criou um grande impasse entre o Executivo e o
Legislativo é a quantidade de nomeações de petistas em cargos do GDF.
Gondim foi candidato a deputado federal, não foi eleito mas ficou na
suplência pelo PT no estado de Maranhão.
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