sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Coluna do Claudio Humberto-Cunha: impeachment será político, não jurídico

28 de Agosto de 2015
Provocou correria nas cúpulas do PT e do governo a informação de que seria o ex-deputado Pedro Corrêa (PP) quem negocia um acordo de delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato. A força-tarefa considera que ele poderá esclarecer de forma definitiva suspeitas que envolvem a participação do ex-ministro Antonio Palocci e do ex-presidente Lula no esquema de corrupção que roubou a Petrobras.
O envolvimento de Palocci foi citado pela primeira vez há um ano, em delação do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa à Lava Jato.
A força-tarefa acredita que Pedro Corrêa entrou nos esquemas do PP no “Petrolão” com autorização de Palocci e da cúpula do Planalto.
O doleiro Alberto Youssef disse à CPI da Petrobras, na acareação com Paulo Roberto, que um novo delator esclareceria o papel de Palocci.
Dalton Avancini, da Camargo Corrêa, delatou Adhemar Palocci, diretor da Eletrobrás e irmão do ex-ministro, como recebedor de propina.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), garantiu apoio de partidos da oposição e até da base do governo: ele orquestrará o impeachment da presidente Dilma e, em troca, os líderes não vão pedir seu afastamento e cassação. Cunha confidenciou a aliados que o processo é político, independente de “fato jurídico concreto”: mas a compra da refinaria de Pasadena, “é suficiente para cassá-la”, diz ele.
“Não estamos no campo jurídico, mas político”, diz o presidente do partido Solidariedade, Paulinho da Força (SP), fiel aliado de Cunha.
Crítico contumaz de Dilma, Cunha diz que o governo perderá ainda mais apoio popular. Por isso, acha que pode “preparar” o impeachment.
O PT percebeu o movimento de Eduardo Cunha. O partido agora tenta reconstruir as pontes entre governo e o presidente da Câmara.
DEM e PSDB não contam com a condenação de Dilma nos processos no Tribunal Superior Eleitoral e no Tribunal de Contas da União: dizem que a Câmara de Eduardo Cunha é a via “certa” para o impeachment.
Não faltou crítica à ideia do governo de recriar o imposto do cheque (CPMF). Nem a bancada petista no Congresso admite apoiar a ideia, onerando (ainda mais) o contribuinte em tempos de grave crise.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, embarca para Nova York, onde participa de conferência de parlamentares internacionais. O presidente do Senado, Renan Calheiros, não vai participar do encontro.
Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) desconversa sobre sua candidatura à prefeitura do Recife. Diz que a antecipação favorece o candidato à reeleição, Geraldo Júlio (PSB). O deputado está só em pré-campanha.
O movimento de deputados que pedem a saída de Eduardo Cunha da Presidência da Câmara virou motivo de chacota. Dos 513 deputados federais, apenas 35 defendem abertamente o afastamento de Cunha.
Após discutir com Sílvio Costa (PE), Marco Feliciano (SP) se disse vítima de preconceito do colega de PSC e abandonou o plenário. Costa explicou: não é contra a igreja, mas Feliciano “é muito metrossexual”.
À exceção do relator da CPI da Petrobras, Luiz Sérgio (PT-RJ), nenhum dos outros sete petistas da comissão deu as caras no plenário para evitar a convocação do ex-ministro José Dirceu.
As suspeitas de fraude no seguro defeso não poupam nem o estado do ministro da Pesca, Helder Barbalho. Só no Pará, o órgão determinou o recadastramento de 10 mil pescadores. Querem pegar os fraudadores.
... causou calafrios a nova data limite para a entrega da defesa de Dilma no caso das “pedaladas fiscais”: 11 de setembro.

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