Há toda uma estratégia traçada pela
oposição quando da quebra de Cunha com o governo ainda antes do recesso
parlamentar. Muitos ficaram céticos diante dela, mas a verdade é que,
mesmo lentamente, vem sendo galgada degrau a degrau.
O primeiro passo era a oposição
protocolar um pedido de impeachment com juristas renomados e isso
aconteceu semana passada com as assinaturas de Hélio Bicudo e Miguel
Reale.
O segundo passo era a oposição exigir do
Presidente da Câmara um posicionamento sobre os pedidos entregues
e isso também ocorreu na semana passada.
O terceiro passo era Cunha, em resposta,
estipular regras e prazos. Foi o que ele fez nesta terça. Chama atenção
a seguinte passagem citada por Josias de Souza:
O presidente da Câmara também diz que “admitiu que parlamentar interpusesse recurso contra o indeferimento de denúncia por crime de responsabilidade apresentada por cidadão. Esta sistemática será mantida”.
Em resumo, ele deu garantias de que será
possível ocorrer o quinto passo da tal estratégia. Porque o quarto
seria o engavetamento por parte de Cunha dos pedidos recebidos. Feito
isso, algum opositor poderá entrar com recurso para que o tema vá ao
plenário. Soa redundante, mas vota-se a possibilidade de votar o
impeachment. A vantagem é que, desta forma, uma maioria simples já vence
e o impedimento de Dilma finalmente será discutido pela Câmara.
Vencida essa maioria simples, o que não é
dos maiores desafios que a oposição já enfrentou em 2015, o impeachment
de Dilma será votado no formato já ocorrido com Collor: cada deputado
vai ao microfone, diz o próprio nome e fala para as câmeras se quer ou
não que Dilma seja impedida de seguir no cargo. É nessa hora que a
desaprovação do governo Dilma pesará nas costas dos parlamentares.
Para mais informações:“Cunha define prazos e regras para eventual processo de impeachment“
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