19/09/2015 10h43
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Representantes apontam conscientização como principal desafio.
Enquete do G1 mostra que 67% de votantes não sabem a função do CBH.
Representantes dizem que pequena parcela se engaja nas questões da água (Foto: Alexandre Soares)
O G1 realizou uma enquete para saber se a população conhece a função de um Comitê das Bacias Hidrográficas. Dos votantes, 67% informaram não ter conhecimento.
A estrutura funciona como um fórum de discussão com seis assembleias ordinárias ao ano que compõe os segmentos poder público estadual, municipal e sociedade civil, com o objetivo de planejar o uso da água, proteger os mananciais e contribuir para o desenvolvimento sustentável.
“O Comitê é um parlamento, porque não existe juridicamente, mas existe na prática para formular as políticas dos recursos hídricos na bacia. Levantamos a disponibilidade e os usos atuais da água, o gerenciamento desse uso e as demandas. Essa gestão é feita de forma descentralizada, mais próximo possível dos usuários e das fontes de água, e participativa, onde todos os segmentos da sociedade devem ser representados”, explicou o presidente do CBH Araguari, Antonio Giacomini.
Bacia Hidrográfica do Rio Araguari compreende área de 22.091 km² que passa por 20 municípios (Foto: Divulgação/CBH Araguari)
Entre os segmentos que integram a bacia do Rio Araguari estão abastecimento, agricultura, indústria e mineração totalizando 1.085 usuários. A irrigação é o maior consumidor com 55,48% e a indústria vem entre os primeiros também, com 8,57%.
Giacomini salientou que se a participação da sociedade fosse mais massiva, o consumo seria mais consciente. “As pessoas só vão se preocupar com a água quando estiverem morrendo de sede. Essa crise hídrica foi boa nesse sentido de conscientização, pois muitos se alertaram mais. Só que basta chover um pouquinho e o pessoal se esquece de novo. Vamos ter muitos problemas ainda e os grandes desafios estão na gestão”.
CBH Rio Paranaíba
A questão também foi levantada pelo vice-presidente do CBH do Rio Paranaíba, Deivid Lucas de Oliveira. “O nosso foco principal hoje é trabalhar a sociedade, fazê-la entender que a água é um recurso limitado que se não cuidar, vai faltar. Por isso fazemos projetos de educação ambiental e desenvolvemos outros eventos para conscientizar”, contou.
A estrutura do CBH Paranaíba compreende plenária, diretoria e Câmara Técnica de Planejamento Institucional, que tem a finalidade de elaborar propostas de planejamento estratégico para o Comitê e auxiliar na implementação do Plano de Recursos Hídricos da bacia. A cobrança ainda não foi implementada no local, mas está prevista para até dezembro deste ano.
A bacia do Rio Paranaíba tem área de drenagem de 222,6 mil km² e ocupa cerca de 2,6% do território nacional incluindo os estados de Goiás (63,3%), Mato Grosso do Sul (3,4%), Minas Gerais (31,7%) e Distrito Federal (1,6%). A bacia abrange 197 municípios, entre eles: Abadia dos Dourados, Araguari, Araporã, Ituiutaba, Monte Alegre de Minas, Monte Carmelo, Tupaciguara, Uberlândia e Uberaba.
CBH Baixo Rio Grande
Outro comitê de importância para a região do Triângulo Mineiro é o Comitê de Bacia Hidrográfica dos Afluentes Mineiros do Baixo Rio Grande (CBH Baixo Rio Grande), com sede em Uberaba. A área de atuação está situada na mesorregião Sul Sudoeste e apresenta área de 18.784 km².
Ao todo, 21 municípios compõem a bacia sendo os principais Uberaba, Água Comprida, Conquista, Delta, Frutal, Iturama, Prata e Sacramento.
“Há uma dificuldade muito grande para a sociedade conhecer os comitês. Estou há 20 anos militando nessa causa e até hoje não são muito bem reconhecidos. Mesmo nós integrando a sociedade com assentos no comitê, diálogo e campanhas, ainda é difícil as pessoas entenderem o que é o comitê e qual o papel dele na bacia hidrográfica. Realmente é um grande desafio”, opinou.
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