sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Unidades de Conservação do ARPA já sofrem com efeitos das mudanças climáticas

Por Observatório das UCs
Abertura do VIII Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação (CBUC), em Curitiba. Foto: Letícia Campos
Abertura do VIII Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação (CBUC), em Curitiba.

 Foto: Letícia Campos
O desmatamento e as mudanças climáticas deixam a Amazônia mais vulnerável a incêndios florestais nas últimas décadas. Essa tendência persiste mesmo com a queda na velocidade da devastação a partir de 2005.


As conclusões são de um estudo desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), que destaca que 60% das terras indígenas e 50% das unidades de conservação do ARPA já sofrem de anomalia grave de temperatura.


O conceito surgiu para explicar que a quantidade de vapor d´água lançada da floresta para atmosfera não é compensada com o volume de chuva. O que quer dizer que se nada for feito para conter o desmatamento e mitigar os efeitos das mudanças climáticas, até 2050, o mundo assistirá a savanização da Amazônia.


“A combinação do desmatamento e das mudanças climáticas provoca secas cada vez mais severas, o que acarreta em déficit hídrico, empobrecimento biológico, aumento de incêndios florestais e alta mortalidade de árvores”, explicou Paulo Moutinho, diretor-executivo do IPAM, durante o Seminário sobre o papel da biodiversidade na adaptação às mudanças climáticas, que faz parte da programação do VIII Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação (CBUC), que acontece de hoje (22) até sexta-feira (25), em Curitiba-PR.


De acordo com Moutinho, hoje essa perda representa mais de 10 bilhões de dólares, mas no futuro essa conta será muito mais alta. “Investir na conservação é investir no futuro econômico do país e não somente na conservação da biodiversidade”, defendeu.


Para reverter esse cenário, Fábio Rubio Scarano, da Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS) e também palestrante do seminário, defendeu um conjunto de práticas: o estabelecimento efetivo das áreas protegidas, o manejo comunitário de áreas de florestas públicas, acordos e incentivos para a conservação e restauração ecológica”.


Ele destacou também a importância dos países pactuarem um acordo climático ambicioso na próxima Conferência do Clima, que será sediada em Paris, em dezembro deste ano.
Considerado um dos mais importantes congressos da área na América Latina, o CBUC reúne especialistas e estudiosos que apresentam pesquisas e levam experiências e metodologias nacionais e internacionais com vistas à proteção da natureza.


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