Aluno de 16 anos agride professora com socos e golpes de caneta em Sergipe
Paulo Rolemberg
Do UOL, em Aracaju
Do UOL, em Aracaju
- Reprodução
A professora contou que na última quarta-feira (1º), alunos utilizando uma bomba de festa junina quebraram um mictório do banheiro masculino da escola. A diretora então iniciou a apuração para descobrir quem foram os autores e acabou identificando os alunos responsáveis pelo ato, entre eles estava o adolescente de 16 anos acusado pela agressão.
Segundo a diretora, diante da gravidade decidiu dar uma suspensão aos alunos. Ao saber que seria punido, o aluno que estava matriculado no EJA (Educação de Jovens e Adultos) resolveu agredi-la. "Ficou sabendo que ia ser expulso. Ele veio cantando uma música violenta. Falou eu saio, mas eu lhe mato. Partiu para cima. Deu o primeiro murro e eu caí. E me socou, vários murros. A cabeça batia muito na parede. Eu só gritava pedindo socorro", detalhou Carla Valéria, ao programa Hora da Verdade da 103FM, que foi agredida em um dos corredores da escola.
A diretora contou que funcionários e professores foram socorrê-la e um deles teria ouvido do adolescente que Carla estaria morta. "Uma colega passou por ele, e ele falou: a diretora está lá morta. Essa era vontade dele. Dá medo [ser professor] hoje em dia", disse emocionada.
Enquanto a diretora era socorrida, alunos da escola acionavam uma viatura da PM que passava pelo local. Ao perceber a presença da polícia, o adolescente tentou fugir por um terreno existente ao fundos da escola, mas acabou apreendido. Ele foi encaminhado a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente. A professora foi atendida por uma equipe do SAMU e levada ao um hospital onde foi medicada e liberada.
Diálogo
"O mais revoltante é que eu não vinha batendo de frente com ele. Vinha conversando, dialogando. Conversei com a mãe dele: a senhora precisa acompanhar mais, preste atenção", disse a diretora agredida, ao relatar que no mês passado foi ameaçada com uma faca por outro aluno.A diretoria foi enfática ao falar sobre o consumo de drogas dentro da unidade de ensino. Segundo ela, o banheiro é o local utilizado pelos adolescentes para manter o vício. "O problema dali [escola] é a droga. Os alunos têm se drogado dentro do banheiro. Meu objetivo é conscientizar esses alunos que a escola é um ambiente de estudo", comentou.
Com medo, a diretora já avisou que pedirá transferência da escola. "Não vou voltar para lá mais não. Quero criar meus dois filhos", finalizou.
Em agosto do ano passado, o professor de biologia Carlos Christian de Almeida Gomes foi ferido com cinco tiros disparados também por um aluno de 16 anos, na Escola Estadual Olga Barreto, no município de São Cristóvão. O professor ainda se recupera e o adolescente encontra-se cumprindo medida socioeducativa.
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