Além
de desmatarem a Amazônia p/ fazer pasto p/ o gado, ainda transportam
pelos rios e agora contaminaram a região de Barcarena/PA com as 5.000
mil carcaças em decomposição e milhares de litros de óleo e toda
população da região prejudicada etc ... quanta irresponsabilidades....
O
Ministério Público Federal (MPF), o Ministério Público do Estado do
Pará (MPPA) e a Defensoria Pública do Estado pediram à Justiça Federal
em Belém a paralisação total do Porto de Vila do Conde, em Barcarena. A
ação judicial ocorre após o naufrágio do navio Haidar, de bandeira
libanesa, que carregava cinco mil bois vivos. Se acatada, a suspensão
das atividades do porto terá caráter temporário, mas afetará embarques
de grãos e minérios. A Companhia Docas do Pará (CDP), a Global Norte
Trade e a Minerva Foods são réus na ação judicial.
As
entidades pedem que a paralisação seja mantida até que responsáveis
apresentem um plano para a remoção total das carcaças e do óleo do
navio. Parte do combustível vazou no incidente e centenas de carcaças
escaparam à barreira de contenção do porto e foram parar em praias
turísticas nesta semana. As instituições também pedem que sejam
distribuídas máscaras contra o odor, água potável e ajuda financeira
para os moradores afetados e que seja acertado um cronograma para
remoção do óleo e das carcaças presas na embarcação.
Em
nota, o MPF no Pará relata que diversas famílias se recusaram a deixar
suas casas e a buscar abrigo no ginásio de esportes de Barcarena porque
temem furtos em suas residências. Desse modo, os habitantes têm de
conviver com o mau cheiro.
Segundo a instituição, a água da região pode
estar contaminada e ribeirinhos que vivem dos recursos pesqueiros não
podem trabalhar. "As medidas até aqui tomadas pelos responsáveis não
surtiram efeito, seja quanto ao óleo já derramado, seja quanto ao óleo
ainda existente na embarcação ou, ainda, quanto aos animais", avaliam as
três entidades na ação judicial.
O
Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) também notificou a
Minerva, a CDP e a Global para que retirem e deem fim ao material
orgânico, para evitar uma maior contaminação das águas superficiais e
dos lençóis freáticos da região por necrochorume - líquido gerado na
decomposição das carcaças. O Ibama estima que a carga total do Haidar
possa gerar mais de 1 milhão de litros da substância. O instituto
demanda que as carcaças sejam incineradas, opção que tem encontrado
resistência de outras autoridades locais, como o Corpo de Bombeiros.
A
CDP buscou incineradores no Pará e no Amazonas, mas as alternativas não
dariam fim ao material orgânico no curto prazo. O equipamento mais
potente poderia descartar apenas dez animais por dia.
A
autoridade portuária emitiu nota de esclarecimento na quinta-feira, 15,
sobre o incidente, indicando que a responsabilidade integral pelos
acontecimentos é da Tamara Shipping, proprietária do navio que afundou, e
reiterando que a remoção dos 650 mil litros de óleo e dos 4,9 mil bois
mortos (100 teriam sido resgatados) está a cargo da Mammoet Salvage. A
multinacional holandesa também trabalha no plano de salvamento, que
atende parte das reivindicações da ação judicial. A operação de retirada
do Haidar do porto deve levar quatro meses.
A
CDP diz que, embora não seja responsável pelo caso, providenciou quatro
quilômetros de barreiras de contenção, a coleta de 120 mil litros do
óleo que vazou no rio e retirada de 120 toneladas de feno do local e de
praias da região. A CDP também diz que resgatou 100 animais vivos e
definiu uma área portuária para o depósito temporário das carcaças. Em
outro comunicado, a companhia diz que instaurou inquérito administrativo
para apurar as causas do naufrágio e integra o gabinete de gestão de
crise que tomou providências para o contingenciamento da situação.
Segundo a empresa, o caso é atípico e há limitações "quanto à oferta de
serviços especializados para atender emergências desta natureza".
Gado em pé
A
exportação de carga viva em Barcarena já foi suspensa por decisão da
Secretaria do Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas), mas
outras operações seguem normalmente. Ao Broadcast (serviço de notícias
em tempo real da Agência Estado), o secretário Luiz Fernandes Rocha
disse que só deve liberar embarques de animais quando a CDP preparar um
plano de contingenciamento para acidentes com carga viva e o óleo do
Haidar for retirado - procedimento que só deve acabar em novembro.
A
Semas também diz que multa diariamente as empresas responsáveis em R$ 1
milhão por não regularem as condições hídricas no local, embora a
Minerva negue que a penalidade seja aplicável. Como antecipou o
Broadcast na quinta, o frigorífico diz que há apenas um auto de infração
que data de 7 de outubro, com período de 15 dias para resposta.
A
companhia também se declara parte prejudicada no acidente e informa que
enviou a Barcarena uma equipe para auxiliar autoridades no
contingenciamento, além de distribuir cestas básicas à população. Fontes
afirmam que a Minerva busca dar seguimento à exportação de gado em pé,
procurando opções para embarcar 20 mil bois por meio dos portos de
Santarém (PA) e Itaqui, em São Luís (MA).
Nenhum comentário:
Postar um comentário