quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Atletas e moradores plantam mudas para recuperar área degradada no Lago Norte

Plantas de 40 espécies diferentes foram doadas pela administração regional, que mantém um viveiro, pelo Colégio do Sol e pelo Viveiro Pau-Brasília
 
Jéssica Antunes
jessica.antunes@jornaldebrasilia.com.br


As mãos sujas de terra de voluntários devolveram mudas de árvores ao local de onde elas nunca deveriam ter saído. Em uma degradada área de preservação do Lago Norte, conhecida como Quebra da Treze, 150 futuros pontos de sombra e frutos ganharam lugar, e cerca de 300 kg de lixo foram removidos.

Atletas, moradores das proximidades e de cidades como Ceilândia participaram do movimento. As pequenas Maria Clara, Ana Carolina e Ana Clara, de dez, cinco e nove anos, não se incomodaram em ficar sujas para plantar. “É a segunda vez que faço isso. Gostei muito”, confessou a mais velha.

Plantas de 40 espécies diferentes foram doadas pela administração regional, que mantém um viveiro, pelo Colégio do Sol e pelo Viveiro Pau-Brasília. Segundo Elvécio Dias, responsável pela produção das mudas, em dois anos, ipês, barrigudas, aroeiras e pequis já trarão boas consequências para o local.

“Vamos usar essas mudas para reflorestar o Lago Norte. A ideia é colocá-las na terra. Essa época de chuvas é ótima. É importante ver a sociedade civil se reunir para preservar uma área pública, e apoiamos isso”, destacou o administrador Leandro Casarin.

Voluntários criam vínculos com as plantas
“O propósito do movimento é promover o uso sustentável do Lago Paranoá e, mais que isso, o vínculo afetivo da comunidade com o lago, que gera carinho”, explicou Marcelo Ottoni, do movimento #OcupeOLago. “É um trabalho colaborativo. A recuperação ambiental é ótima, além de gerar uma relação com quem adotou a muda. A pessoa chega aqui daqui a 30 anos e vê que foi o responsável por aquilo”, exaltou.

O projeto colaborativo ocorreu pela segunda vez na região, muito usada por atletas. O nadador Tiago Sato, que atravessou o Canal da Mancha em 2010, é brasiliense e, com a equipe, treina frequentemente no local. Ele também colocou a mão na terra e plantou suas mudas adotadas.

Entre um mergulho e outro, 45 mergulhadores retornaram à margem com um saco cheio de lixo recolhido do fundo do lago artificial. “Tem de tudo. Isqueiro, garrafa, copo, pneu. Encontramos até uma vassoura”, contou Carlos Machado, instrutor, de 53 anos. Para quem mergulha, disse, isso atrapalha demais, inclusive visualmente.

Fonte: Da redação do Jornal de Brasília

Nenhum comentário: