Publicado: 26 de novembro de 2015 às 08:55 - Atualizado às 10:22
O empresário confirma a contratação como pagamento - Foto: Giuliano Gomes
O
empresário Salim Schahin, um dos donos do Grupo Schahin, afirmou em sua
delação premiada que o pecuarista José Carlos Bumlai levou o
ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares a reunião na sede da empresa durante
as tratativas para empréstimo de R$ 12 milhões, concedido em 2004, que
teria como destino final os cofres do PT. Todo negócio estaria
"abençoado" pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele nega.
A operação de empréstimo, um dos motivos
que levaram Bumlai para a cadeia na última terça-feira (24), foi
revelada pelo delator Eduardo Musa, ex-gerente da Petrobras. Ele relatou
em outubro aos procuradores da força-tarefa que Bumlai, juntamente com o
operador de propinas do PMDB Fernando Baiano, teria dirigido um
contrato da estatal de R$ 1,3 bilhão - para operação do navio-sonda
Vitoria 10.000 - como compensação a uma dívida de "R$ 60 milhões" do PT
com a Schahin.
O empresário confirma a contratação como pagamento pelo empréstimo nunca pago feito pelo pecuarista amigo de Lula.
Alvo da Lava Jato, Salim contou o que
sabia no início do mês e relatou que o então ministro José Dirceu ligou
pessoalmente para ele. "Em meados de 2004, José Carlos Bumlai foi
trazido ao Banco Schahin pelo então executivo do banco Sandro Tordin,
buscando tomar um financiamento de R$ 12 milhões", disse Salim em
depoimento.
Schahin conta que, nesse segundo encontro,
Bumlai e Delúbio informaram que como "evidência adicional", a Casa
Civil procuraria um dos acionistas do Banco Schahin. "Dias depois o
depoente (Salim Schahin) recebeu um telefonema de José Dirceu. A
conversa tratou de amenidades não abordando a operação de Bumlai, mas a
mensagem estava entendida."
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