Pedro do Coutto
A pesquisa do Datafolha sobre o mais provável elenco de candidatos à Prefeitura de São Paulo nas eleições de outubro de 2016, reportagem de Ricardo Mendonça, Folha de São Paulo de terça-feira, sem sombra de dúvida, aponta que a legenda do Partido dos Trabalhadores desabou em matéria de voto popular. O fenômeno, penso eu, não deve se restringir à capital paulista, mas a todo o país, a julgar os acontecimentos em série que abalaram – e continuam abalando – uma linha ideológica que se perdeu na atmosfera de falso sucesso que o poder produz.
O atual prefeito, Fernando Haddad, aparece com apenas 12% das intenções de voto, apesar de se encontrar no cargo para o qual foi eleito em 2012, derrotando José Serra. Muito pouco. Confirmando seu fraco desempenho, de outro lado, o levantamento aponta contra ele uma rejeição da ordem de 49 pontos contra 15% de aprovação. Claro que a senadora Marta Suplicy, com 13%, divide o eleitorado original do PT, mas, de qualquer maneira, ela também não está bem colocada. Encontra-se no mesmo patamar de José Luiz Datena, apresentador de programa popular da Rede Bandeirantes.
Celso Russomano, deputado federal, é apresentador da Rede Record. A diferença entre um e outro estaria na maior audiência da empresa do Bispo Macedo? Pode ser. Porém, de qualquer maneira, prevalece no ar um clima bastante contrário às siglas partidárias. Russomano é do PRB, uma agremiação de pequeno porte. A política e os políticos, como um todo, estão desagradando fortemente os eleitores e eleitoras. Esse fenômeno, como disse há pouco, não parece encontrar-se limitado à cidade de São Paulo, centro urbano de maior densidade eleitoral do Brasil.
NAS ÁREAS URBANAS
Na minha impressão, com base na força aparente dos números do Datafolha, a derrocada abrange, pelo menos, as áreas urbanas, nas quais estão concentrados 80% dos votos. Sinal de alarme no convés tanto do PT quanto do PMDB. O PSDB, terceira maior legenda, não dá sinais de se excluir desse panorama de justa revolta. Passa os tempos e os problemas se eternizam. Agora mesmo, para citar um exemplo em foco, falhou o sistema do governo federal para emitir as guias de recolhimento dos compromissos devidos pelos empregadores às empregadas domésticas.
Uma intervenção cirúrgica de urgência num hospital público? Bota pelo menos seis meses nisso. Custo de vida? Está disparando. Desemprego? Crescendo. Reemprego, diminuindo. A candidata Dilma Rousseff foi reeleita com um discurso e no Planalto mudou de tom, de enfoque econômico social, de direção política. Uma decepção em todos os sentidos. Os investimentos, manchete principal do Jornal do Commercio do dia 3, estão perdendo de longe para a taxa inflacionária de 2015.
DESESPERANÇA
O companheiro, Flávio José Bortolotto ao analisar o quadro de desemprego que atinge o país, assinala que a recuperação econômica demora dois anos, na melhor das hipóteses, considerando-se, inclusive, que o déficit público cresceu, nos últimos anos, de 3% para 9% do PIB. E a dívida pública de 50% para 68% do Produto Interno Bruto.
De esperança, a política transformou-se em desesperança. A tradução da pesquisa do Datafolha explica bem a rejeição que destaca.
A pesquisa do Datafolha sobre o mais provável elenco de candidatos à Prefeitura de São Paulo nas eleições de outubro de 2016, reportagem de Ricardo Mendonça, Folha de São Paulo de terça-feira, sem sombra de dúvida, aponta que a legenda do Partido dos Trabalhadores desabou em matéria de voto popular. O fenômeno, penso eu, não deve se restringir à capital paulista, mas a todo o país, a julgar os acontecimentos em série que abalaram – e continuam abalando – uma linha ideológica que se perdeu na atmosfera de falso sucesso que o poder produz.
O atual prefeito, Fernando Haddad, aparece com apenas 12% das intenções de voto, apesar de se encontrar no cargo para o qual foi eleito em 2012, derrotando José Serra. Muito pouco. Confirmando seu fraco desempenho, de outro lado, o levantamento aponta contra ele uma rejeição da ordem de 49 pontos contra 15% de aprovação. Claro que a senadora Marta Suplicy, com 13%, divide o eleitorado original do PT, mas, de qualquer maneira, ela também não está bem colocada. Encontra-se no mesmo patamar de José Luiz Datena, apresentador de programa popular da Rede Bandeirantes.
Celso Russomano, deputado federal, é apresentador da Rede Record. A diferença entre um e outro estaria na maior audiência da empresa do Bispo Macedo? Pode ser. Porém, de qualquer maneira, prevalece no ar um clima bastante contrário às siglas partidárias. Russomano é do PRB, uma agremiação de pequeno porte. A política e os políticos, como um todo, estão desagradando fortemente os eleitores e eleitoras. Esse fenômeno, como disse há pouco, não parece encontrar-se limitado à cidade de São Paulo, centro urbano de maior densidade eleitoral do Brasil.
NAS ÁREAS URBANAS
Na minha impressão, com base na força aparente dos números do Datafolha, a derrocada abrange, pelo menos, as áreas urbanas, nas quais estão concentrados 80% dos votos. Sinal de alarme no convés tanto do PT quanto do PMDB. O PSDB, terceira maior legenda, não dá sinais de se excluir desse panorama de justa revolta. Passa os tempos e os problemas se eternizam. Agora mesmo, para citar um exemplo em foco, falhou o sistema do governo federal para emitir as guias de recolhimento dos compromissos devidos pelos empregadores às empregadas domésticas.
Uma intervenção cirúrgica de urgência num hospital público? Bota pelo menos seis meses nisso. Custo de vida? Está disparando. Desemprego? Crescendo. Reemprego, diminuindo. A candidata Dilma Rousseff foi reeleita com um discurso e no Planalto mudou de tom, de enfoque econômico social, de direção política. Uma decepção em todos os sentidos. Os investimentos, manchete principal do Jornal do Commercio do dia 3, estão perdendo de longe para a taxa inflacionária de 2015.
DESESPERANÇA
O companheiro, Flávio José Bortolotto ao analisar o quadro de desemprego que atinge o país, assinala que a recuperação econômica demora dois anos, na melhor das hipóteses, considerando-se, inclusive, que o déficit público cresceu, nos últimos anos, de 3% para 9% do PIB. E a dívida pública de 50% para 68% do Produto Interno Bruto.
De esperança, a política transformou-se em desesperança. A tradução da pesquisa do Datafolha explica bem a rejeição que destaca.
Nenhum comentário:
Postar um comentário