sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Justiça suíça aponta mais de 120 transações suspeitas sobre Copas-18 e 2022



AFP
Em Doha



Os escândalos da Fifa sob o comando de Joseph Blatter



Caso ISL - A International Sport and Leisure (ISL) era a empresa suíça que administrava os direitos de distribuição e comercialização da Copa do Mundo. Faliu em 2001 com déficit de mais de 100 milhões de dólares.

Investigação das autoridades suíças em 2010 apontou que dezenas de milhões de dólares foram pagos em propinas para os executivos da FIFA em troca de contratos exclusivos de direitos televisivos para a Copa do Mundo. Joseph Blatter, porém, não foi implicado.


O relatório FIFA caracterizou sua conduta como "desajeitada", mas não viu "má conduta criminosa ou ética". O caso, por fim, foi arquivado por causa de lacunas da legislação suíça em vigor no momento. Fabrice Coffrini/AFP

A investigação suíça sobre as condições da atribuição dos Mundiais de 2018 à Rússia e 2022 ao Catar revelou "mais de 120" transações financeiras suspeitas, anunciou o gabinete do procurador-geral suíço à AFP nesta quinta-feira.


Essas transações, apontadas pelos investigadores do escritório suíço de comunicação em matéria de lavagem de dinheiro, "foram coletadas nos processos judiciais em torno da atribuição dos Mundiais de 2018 e de 2022, em dezembro de 2010", disse o porta-voz do gabinete do procurador-geral.

Essa quantidade em agosto era de 103, mas o número ainda pode aumentar visto que as investigações ainda estão em curso.

O escritório do procurador-geral suíço acrescentou que "até o momento, nenhuma autoridade do Catar foi ouvida em relação ao Mundial de 2022, mais de seis meses depois da abertura da investigação".

"Os membros do comitê organizador da Copa do Mundo do Catar são bem-vindos se desejarem falar com o gabinete do procurador-geral porque a opinião deles interessa verdadeiramente", prosseguiu o porta-voz.

"O antigo presidente da Confederação Asiática de Futebol (o empresário do Catar Mohamed Bin Hammam, envolvido pelo dossiê de atribuição do Mundial-2022) é particularmente bem-vindo", acrescentou.

Bin Hammam, de 66 anos, que também esteve à frente da Federação do Catar e foi membro do Comitê Executivo da Fifa, foi expulso da instituição em 2011 por ter tentado comprar votos em sua campanha à presidência.

As investigações da justiça suíça, que podem durar até seis anos, se desenvolveram em paralelo a uma investigação da justiça americana sobre a suposta corrupção no interior da Fifa. Segundo a acusação, cerca de 150 milhões de dólares em subornos e comissões teriam circulado pelas altas esferas do futebol há 25 anos.

Nenhum comentário: