Governo da Bahia amplia ações para combater incêndio na Chapada Diamantina
14/12/2015 22h27
Brasília
Da Agência Brasil
As ações de combate ao incêndio no Parque Nacional da Chapada
Diamantina se intensificaram hoje (14), segundo o governo da Bahia, com a
chegada de mais um helicóptero e mais brigadistas. Nos próximos dias,
técnicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama) e 47 bombeiros do Distrito Federal viajarão à
região para ajudar no combate às chamas. Ao menos 50 mil hectares foram queimados nos incêndios, de acordo com a Secretaria de Meio Ambiente da Bahia Roberto Viana/AGECOM “A
situação é crítica e extremamente preocupante”, disse o secretário de
Meio Ambiente da Bahia, Eugênio Splengler. Ontem (14), a Justiça Federal
na Bahia determinou que o governo do estado e a União adotem medidas
para combater o incêndio que atinge o parque. Segundo o secretário, no
entanto, as ações de hoje já estavam previstas.
Seis aviões air tractors,
capazes de transportar até 3,8 mil litros de água; quatro helicópteros
equipados com material para lançamento de água (incluindo o que chegou
hoje); 60 bombeiros militares da Bahia e mais de 70 brigadistas
voluntários da região da chapada trabalham para debelar as chamas. O
incêndio no parque começou em setembro e desde novembro as chamas
ganharam força.
Trilhas foram fechadas devido ao fogo,
atrapalhando o turismo na região. O Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade (ICMBio) ainda não tem uma estimativa da
área destruída, mas ao menos 50 mil hectares (um hectare equivale à área
de um campo de futebol) foram queimados, de acordo com a Secretaria
Estadual de Meio Ambiente.
“Os focos estão em regiões muito
difíceis, onde o controle do fogo é uma atividade complicada. O acesso é
muito complexo. São vários focos diferentes. A gente apaga um e começam
outros em várias regiões. Na última semana houve chuvas na região e
raios provocaram novos focos”, disse César Gonçalves, um dos gestores do
parque nacional.
A preocupação está concentrada nas áreas do
Vale Capão (onde a preocupação principal é não deixar que o fogo atinja a
cidade de Lençóis), da Cachoeira da Fumaça, do Morro Branco e do Morro
das Paridas. Na sexta-feira (11), o incêndio chegou perto das
comunidades e das residências, segundo a Defensoria Pública do estado.
“São
localidades de difícil acesso, muitas fendas e fendas profundas, muita
matéria orgânica, dificuldade de operar com aeronaves para lançamento de
água. Tem uma série de dificuldades, associadas à baixíssima humidade
do ar, clima muito seco”, disse o secretário do Meio Ambiente.
Decisão da Justiça Os
focos de incêndio estão em regiões muito difíceis, onde o controle do
fogo complicado, segundo César Gonçalves, um dos gestores do parqueRoberto Viana/AGECOM A
decisão da Justiça foi tomada em resposta a um pedido da Defensoria
Pública da União e da Defensoria Pública do Estado da Bahia. No entender
desses órgãos, o estado vinha disponibilizando pessoas, aviões,
helicópteros de forma insuficiente para controlar o incêndio.
“Agora
existe uma decisão determinando que o estado disponibilize toda a
estrutura e, inclusive, a mantenha após o término dos incêndio, porque
às vezes o incêndio termina, só que por debaixo da terra, continua
pegando fogo, e aí é necessário manter uma estrutura mínima de
brigadistas até que isso acabe completamente”, disse o defensor público
federal Átila Dias.
Segundo o secretário Eugênio Splengler, o
governo da Bahia está elaborando um relatório para mostrar à Justiça, a
defensoria e à comunidade que as ações tomadas pelo governo do estado no
combate ao incêndio são suficientes.
O ICMBio não respondeu
sobre a decisão da Justiça. Em nota divulgada na última sexta-feira
(11), informou que está mobilizando todos os recursos disponíveis para
combater os incêndios. “Porém, o fogo só será completamente debelado
quando chover na região.”
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