terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Operação Catilinárias Sede do PMDB em Alagoas está entre os alvos de buscas da PF


PF cumpre mandados na sede do PMDB-AL, presidido por Renan
Publicado: 15 de dezembro de 2015 às 09:46 - Atualizado às 11:35


Policial federal realiza busca de documento, na sede do PMDB-Al. (Foto: Robison Barros/Gazetaweb)
A sede do PMDB em Alagoas é alvo da Operação Catilinárias, da Polícia Federal, nesta terça-feira, 15. O presidente da sigla no Estado é o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Também foi alvo da operação o ex-vice-governador de Alagoas José Wanderley Neto - 1º tesoureiro do partido no Estado. Há também informações sobre a presença de policiais federais no edifício Tartana, em Ponta Verde, onde reside Calheiros e outras autoridades locais. 
 A ação também faz buscas em residências do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ministros e parlamentares, entre eles o deputado Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE).


A Operação Catilinárias deflagrada hoje evoca a série de discursos do cônsul Marco Túlio Cícero contra o nobre conspirador Lúcio Sérgio Catilina, que planejava derrubar o governo romano em 63 antes de Cristo. As "catilinárias" são consideradas obras primas da retórica. Um dos trechos mais célebres, revisitado hoje, parece ter profetizado o Brasil de Eduardo Cunha e Dilma Rousseff.


Investigado na Operação Lava Jato, Cunha é o principal articulador do processo de impeachment da presidente. Na Câmara, manobra sucessivamente para evitar o andamento de seu processo de cassação, em curso no Conselho de Ética. É criticado por usar o cargo para evitar a perda do mandato e de trair a confiança dos pares.

"Até quando, Catilina, abusarás da nossa paciência? Por quanto tempo a tua loucura há de zombar de nós? A que extremos se há de precipitar a tua desenfreada audácia?", diz um dos trechos mais conhecidos das catilinárias.


Nos discursos, Catilina é descrito como um homem desmascarado, mas que resiste em sua campanha anarquista e supostamente contrária ao interesse público.

No Conselho de Ética, Cunha é acusado de mentir aos pares ao dizer aos pares que não mantinha contas na Suíça. As investigações da Procuradoria-Geral da República (PGR) mostram que parte do dinheiro mantido no exterior teria sido desviado de um contrato da Petrobras.

A operação Catilinárias cumpre ao todo 53 mandados de busca e apreensão - na Câmara dos Deputados, sede do PMDB em Alagoas, na residência dos investigados, endereços funcionais, sedes de empresas, escritórios de advocacia e órgãos públicos - expedidos pelo STF, referentes a sete processos instaurados a partir de investigações da Lava Jato. Os mandados foram expedidos pelo ministro do STF Teori Zavascki.



Diário do Poder
 
Catilinárias
 
Nome da operação faz alusão a senador corrupto em Roma
“Até quando, Catilina, abusarás da nossa paciência?", diz texto
Publicado: 15 de dezembro de 2015 às 10:26 - Atualizado às 11:16

Nos discursos, Catilina é descrito como um homem desmascarado, mas que resiste em sua campanha anarquista e supostamente contrária ao interesse público (Foto: Wilson Dias/ABr)
A Operação Catilinárias, nova fase da Lava Jato deflagrada nesta terça-feira, 15, contra o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é em referência a quatro discursos do cônsul romano Marco Túlio Cícero, em 63 a. C., contra o senador Lúcio Sérgio Catilina, que planejava dissolver o Senado e tomar o poder em Roma.
 A frase que abre o discurso de Cícero e uma das mais conhecidas é "Até quando, ó Catilina, abusarás da nossa paciência? Por quanto tempo a tua loucura há de zombar de nós? A que extremos se há de precipitar a tua desenfreada audácia?”



Nos discursos, Catilina é descrito como um homem desmascarado, mas que resiste em sua campanha anarquista e supostamente contrária ao interesse público. “Nem a guarda do Palatino, nem a ronda noturna da cidade, nem o temor do povo, nem a afluência de todos os homens de bem, nem este local tão bem protegido para a reunião do Senado, nem a expressão do voto destas pessoas, nada disto conseguiu perturbar-te? Não te dás conta que os teus planos foram descobertos?”, questiona outro trecho.

De fato, o texto cai como luva no momento atual da política brasileira. Investigado na Lava Jato, Cunha é o principal articulador do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Na Câmara, o peemedebista manobra sucessivamente para evitar o andamento de seu processo de cassação, em curso no Conselho de Ética – ele é acusado de mentir aos pares sobre suas contas na Suíça. É criticado por usar o cargo para evitar a perda do mandato e de trair a confiança dos pares.

A operação Catilinárias cumpre ao todo 53 mandados de busca e apreensão, inclusive na casa de dois ministros, um senador e mais um deputado.


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