A Polícia Federal pretende promover uma acareação no início de janeiro entre o pecuarista José Carlos Bumlai e o lobista Fernando Baiano para esclarecer o papel do ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci, homem forte dos governos Lula e Dilma, na arrecadação de propina utilizada na campanha da petista em 2010. Bumlai depôs nesta terça-feira nas investigações sobre a atuação de Palocci no escândalo do petrolão e negou ter promovido uma aproximação entre o ex-ministro e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa para a discussão de dinheiro sujo ao processo eleitoral.
Em
acordo de delação premiada, o lobista Fernando Baiano disse à
força-tarefa da Lava Jato que o pecuarista amigo do ex-presidente Lula
agendou a reunião em que Palocci teria pedido 2 milhões de reais para a
campanha de Dilma em troca do apoio do PT à permanência de Costa no
cargo de cúpula da Petrobras.
Na versão de Bumlai, porém, ele próprio só
se encontrava com Palocci “de vez em quando” e durante reuniões do
Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), grupo de
empresários e autoridades que se reunia no governo Lula para discutir
propostas de políticas públicas.
Em novo depoimento à Polícia Federal,
Bumlai disse que tinha apenas “relações comerciais” com Fernando Baiano.
Voltou a comentar que é amigo do ex-presidente Lula e negou ter laços
de amizade com políticos do PT.
O caso de Antonio Palocci tramita na 1ª
instância, em Curitiba, porque o petista não tem direito a foro
privilegiado. Em março, o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal
Federal (STF), havia determinado que fossem enviadas para o juiz Sergio
Moro as suspeitas de que o ex-ministro arrecadou propina para a campanha
presidencial de 2010.
Em acordo de delação premiada, o
ex-diretor Paulo Roberto Costa afirmou que, em 2010, o doleiro Alberto
Youssef intermediou, em nome de Palocci, propina de 2 milhões de reais
para a campanha de Dilma. Os valores deveriam ser retirados da propina
de 2% cobrada pelo Partido Progressista (PP) em contratos com a
Petrobras.
“No ano de 2010, [Paulo Roberto] acredita que quando Antonio
Palocci já não ocupava nenhum cargo no governo federal, recebeu uma
solicitação, por meio de Alberto Youssef, para que fossem liberados 2
milhões de reais do caixa do PP, para a campanha presidencial de Dilma
Rousseff”, diz trecho da delação do ex-diretor da petroleira.
“O declarante autorizou referida
entrega, sendo que Youssef operacionalizou o pagamento e confirmou ao
declarante posteriormente”, afirmou Costa ao Ministério Público. O
doleiro Alberto Youssef, porém, contestou oficialmente a versão. A
defesa de Antonio Palocci nega as acusações.
(Via agência)
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