Publicado em 28 de nov de 2015
Série de reportagens da TV Record mostra como o Rio de Janeiro falido enriquece os donos do poder no estado das Olimpíadas.
Um estado falido, anuncia a manchete do jornal. O 13º dos funcionários públicos corre risco. O salário de 20 mil terceirizados está atrasado e o Hospital Universitário Pedro Ernesto, sem limpeza, suspendeu cirurgias e internações. O que a população sente na pele é bem diferente do que se vê nas obras, vitrines da Prefeitura e do Estado, que não param nem no feriado.
Um estado falido, anuncia a manchete do jornal. O 13º dos funcionários públicos corre risco. O salário de 20 mil terceirizados está atrasado e o Hospital Universitário Pedro Ernesto, sem limpeza, suspendeu cirurgias e internações. O que a população sente na pele é bem diferente do que se vê nas obras, vitrines da Prefeitura e do Estado, que não param nem no feriado.
O Rio de Janeiro tem o maior canteiro de obras do Brasil, são
R$ 25 bilhões em dinheiro público para fazer as Olimpíadas. Transações
lucrativas e suspeitas envolvendo o grupo de comanda a política no
Estado. São dezenas de obras que só saem do papel graças à matéria prima
que não pode faltar: a brita. Os donos da mineradora Tamoio, em
Jacarépagua, se apresentam como os principais fornecedores de brita para
obras de infraestrutura no estado.
A capacidade de produção, só de uma
das máquinas, é de 900 ton/h. Além da contrução do Parque Olímpico, a
Tamoio fornece brita para a Transolímpica, uma via expressa 26 km, que
vai atravessar a cidade.
Documentos obtidos pelo Jornal da Record
mostram que deputado Jorge Picciani, presidente da Assembléia
Lesgilativa do Rio e do PMDB estadual, é um dos socios da Tamoio
Mineração, e assim fornece brita para obras tocadas por parceiros
políticos dele.
Picciani entrou no negócio em setembro de 2011, quando
sabia que o estado receberia grandes investimentos públicos. Quem
assinou o contrato foi Felipe, o único filho de Picciani que não está na
política.
Ele assinou em nome da Agrobilara, empresa da família sediado
em Uberaba. No Rio, a parceria público-privada tem as mesmas pessoas
dos dois lados do balcão, vendendo e comprando brita. Jorge Picciani foi
o coordenador de campanha de Luiz Fernando Pezão em 2014, é presidente
da Alerj pela quarta vez.
Em nota, Picciani diz que não é dono da
Tamoio, e sim a Agrobilara, que pertence à família há 30 anos. Além da
Agrobilara, os Picciani são donos de uma outra mineradora em Uberaba.
Faltava pouco mais de um mês pra família Picciani lançar três
candidatos, dois na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro, e outro na
Câmara Federal, quando se tornaram sócios de um pequena mineradora no
interior de Minas Gerais. Da noite para o dia o capital da empresa
saltou de R$ 60 mil para mais de R$ 27 milhões.
A aquisição não constou
na declaração de bens de nenhum dos três candidatos da família à Justiça
Eleitoral nas Eleições de 2014. Jorge Picciani diz que ele e seus
filhos declararam o controle da Agrobilara, que segundo ele, era dona
20% da Mineradora Columandel. Porém, documentos da Junta Comercial de
Minas Gerais provam que Agrobilara não tem relação com a Columandel.
Os
donos da mineradora de Uberaba são treze sócios, entre eles Jorge
Picciani, Márcia Cristina Picciani, Leonardo, Rafael e Felipe Picciani.
Em fevereiro, o Jornal da Record foi à sede da Columandel,
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