PENSA BRASIL
Com dificuldade para pagar os servidores públicos, o governo de Minas Gerais atrasou os salários de dezembro e não sabe ainda como quitará os meses de janeiro, fevereiro e março. Não estão descartados novos atrasos nem a possibilidade de parcelamento.
Nunca
antes na história de Minas Gerais servidores ficaram sem seus salários.
Os pagamentos de dezembro deveriam ser feitos até sexta-feira (8), mas o
governo Fernando Pimentel (PT) informou que só fará os depósitos no dia
13 de janeiro. Uma posição sobre este mês só deve ser anunciada na
próxima semana.
Mesmo com as medidas para aumentar a
arrecadação tomadas no ano passado, a situação seguirá incerta até
março. Em 2015, Minas conseguiu a transferência da maior parte dos
depósitos judiciais do Estado –aproximadamente R$ 5 bilhões– para os
cofres do governo. Também obteve a aprovação do aumento de alíquotas de
ICMS, que passam a valer este ano.
Outros Estados também têm tido
dificuldades para pagar os servidores. No ano passado, o Rio Grande do
Sul atrasou o pagamento e chegou a parcelar os rendimentos, o que gerou
greves e protestos. Como os gaúchos, Sergipe também não conseguiu quitar
o 13º salário em 2015.
“Nada está definido ainda. Nós estamos
fazendo conta. Esse atraso de dois dias úteis foi por absoluta falta de
fluxo financeiro”, afirmou nesta terça (5) o secretário de Planejamento
em MG, Helvécio Magalhães, o “homem forte” do governo Pimentel.
Segundo ele, a primeira parcela do ICMS
chega ao Estado apenas no dia 10, o que ajudará a quitar a dívida de
dezembro. Ele culpa as gestões anteriores, do PSDB, por um “inchaço na
máquina” e a queda de arrecadação por conta da crise –o PSDB sempre
negou que tenha sido responsável pelo deficit nas contas mineiras. Para
este ano, o Estado prevê um deficit de R$ 8,9 bilhões no orçamento.
ESFORÇO INSUFICIENTE
“O ICMS impacta só este ano. Fizemos uma
contenção de custeio muito rigorosa. Foi um esforço muito grande, mas
não foi suficiente”, acrescentou Magalhães.
Até fevereiro, o governo de Minas
promete enviar à Assembleia Legislativa uma proposta de reforma
administrativa. Também conta com a volta da CPMF para melhorar a
arrecadação.
Magalhães diz que, apesar de estar
“avaliando todas as alternativas”, não conta com parcelamento. “Ela [a
possibilidade] sempre aparece, mas não está no nosso foco”, diz.
Após a divulgação do atraso no pagamento
de dezembro, o sindicato dos servidores públicos de Minas publicou uma
nota em que se diz “indignado” e “decepcionado” com o governo.
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