Palm Effect
Projeto de documentário de longa metragem
Uma coprodução entre a produtora
brasileira Filmart Produções Artísticas Ltda e a canadense CCI
Entertainment No coração das florestas remotas da Indonésia, que no
passado era uma exuberante paisagem tropical que abrigava árvores
anciãs, espécies exóticas e antigas tribos indígenas, há agora um
esqueleto fumegante. As árvores foram cortadas e queimadas, os animais
capturados e vendidos e as tribos indígenas expulsas e escravizadas.
A alguns quilômetros de distância, no
pouco que resta da floresta, pode-se achar talvez o resultado mais
surreal desta destruição. À primeira vista, a pequena comunidade de
jovens mães não parece de forma alguma extraordinária, mas um olhar
atento revela uma realidade kafkiana: elas não cuidam de crianças
humanas, mas de orangotangos. Orfãos, expulsos da floresta, estes
orangotangos dependem de humanos para aprender a sobreviver ou terão de
encarar a extinção.
No lugar de seu antigo habitat, crescem
agora acre sobre acre de palma, cada árvore rica em frutas contendo uma
substância altamente cobiçada. Que commodity poderia ser lucrativa o
suficiente para justificar este alto custo? Uma substância conhecida
como “o ouro líquido do Oriente” — o óleo de palma.
Histórico
Na última década, o óleo de palma se tornou a base de uma indústria multimilionária, a partir da descoberta de um elo entre doenças cardíacas e gordura trans. A FDA (Federal Drug Administration), órgão responsável pelo controle de alimentos nos Estados Unidos, recomendou fortemente que a gordura trans fosse eliminada de nossas dietas, o que fez com que grandes companhias alimentícias na América do Norte e na Europa se atropelassem para procurar um substituto.
Na última década, o óleo de palma se tornou a base de uma indústria multimilionária, a partir da descoberta de um elo entre doenças cardíacas e gordura trans. A FDA (Federal Drug Administration), órgão responsável pelo controle de alimentos nos Estados Unidos, recomendou fortemente que a gordura trans fosse eliminada de nossas dietas, o que fez com que grandes companhias alimentícias na América do Norte e na Europa se atropelassem para procurar um substituto.
Elas descobriram o óleo de palma, um óleo
de cozinha comum na Ásia que era virtualmente desconhecido pelos
norte-americanos. Esse líquido escuro, vermelho, rico em vitaminas e
antioxidantes era a alternativa perfeita. Não bastasse ser supostamente
mais saudável, ele também era produzido em climas úmidos como o da
Malásia e da Indonésia, onde a mão-de-obra era barata e os povos nativos
receberiam de bom grado a geração de novos empregos e
melhor infraestrutura.
Pouco depois da indústria alimentícia
adotar em peso o óleo de palma na composição de seus produtos,
plantações de palma se espalharam com a velocidade de um incêndio pela
Ásia, trazendo um boom econômico e ajudando milhões a escaparem da
pobreza abjeta. Hoje, o óleo de palma pode ser encontrado em mais da
metade dos produtos do nosso dia-a-dia: tudo, desde comidas congeladas e
fast food até itens domésticos como maquiagem, sabonetes e shampoos.
Estima-se que até 2020, a demanda por óleo de palma dobre graças ao
aumento populacional.
Consequências ambientais
A meio mundo de distância, estima-se que o equivalente a 30 campos de futebol seja destruído a cada hora para abrir caminho para plantações de palma.
A meio mundo de distância, estima-se que o equivalente a 30 campos de futebol seja destruído a cada hora para abrir caminho para plantações de palma.
Com uma população que já foi de mais de
50.000, hoje os orangotangos estão à beira da extinção. Expulsos de suas
casas, os símios não têm escolha senão fugir, e agora são um dos alvos
favoritos de caçadores ilegais. Os poucos que conseguem escapas das
florestas em chamas são capturados e mantidos em gaiolas. Filhotes são
arrancados dos corpos de suas mães e mandados para o mundo inteiro como
parte do mercado negro crescente de animais de estimação.
Outras espécies também são expulses de
seus habitats naturais: o tigre-desumatra, o elefante-pigmeu-de-bornéu e
o rinoceronte-de-sumatra estão todos ameaçados pela expansão do óleo de
palma.
Richard Zimmerman testemunhou a trágica
condição dos orangotangos em uma viagem à Indonésia e trabalha para
salvá-los desde então. Zimmerman formou a Orangutan Outreach, uma
organização sem fins lucrativos que levanta fundos para resgatar e
reabilitar os animais deslocados. Junto com organizações como o Centro
de Proteção ao Orangotango e o Resgate Animal Internacional, eles
trabalham para salvar os símios das florestas em chamas, das gaiolas e
do mercado negro e levá-los de volta às florestas protegidas.
“Para cada
órfão cuidado em um centro, estamos lidando com a consequência de uma
mãe morta — assim como incontáveis outras mães e bebês que não
sobreviveram e todos os machos grandes que são mortos
imediatamente assim que as empresas de óleo de palma e madeireiras
chegam à região. O que está acontecendo é devastador, nada menos que
genocídio.
— Richard Zimmerman, diretor executivo da Orangutan Outreach
Além de ameaçar a fauna, o desmatamento na Ásia também contribui significativamente para o aquecimento global. As queimadas feitas para derrubar as florestas frequentemente saem do controle durante a estação seca, deixando no ar uma névoa de fumaça e poluentes. Centenas de toneladas de carbono antes armazenadas nas turfeiras foram liberadas na atmosfera, aumentando as emissões de gases estufa e contribuindo com a mudança climática. A Indonésia é agora a terceira maior fonte de poluição climática, atrás apenas da China e dos Estados Unidos.
Consequências sociais
As alegações iniciais de boom econômico nos países de terceiro mundo mascaram uma realidade muito mais insidiosa. Companhias de plantio de palma usurparam terras ancestrais pertencentes às comunidades indígenas. Aqueles que viveram e dependem da floresta há décadas estão sendo ameaçados de expulsão. Empregos que, segundo se dizia, tiravam alguns da pobreza prenderam outros em trabalho escravo moderno.
As alegações iniciais de boom econômico nos países de terceiro mundo mascaram uma realidade muito mais insidiosa. Companhias de plantio de palma usurparam terras ancestrais pertencentes às comunidades indígenas. Aqueles que viveram e dependem da floresta há décadas estão sendo ameaçados de expulsão. Empregos que, segundo se dizia, tiravam alguns da pobreza prenderam outros em trabalho escravo moderno.
Associada a jornadas longas, salários
baixos e até trabalho infantil, a indústria do óleo de palma comete
violações aos direitos humanos em nome do lucro. Crianças são forçadas a
trabalhar sete dias por semana capinando campos e coletando e
transportando os frutos por pouco ou nenhum salário.
Um garoto de 14
anos de idade chamado “Adam” fez tal denúncia, alegando ter sido atraído
de sua cidade natal por promessas de melhores acomodações, educação e
um bom salário. Em vez disso, ele foi escravizado e forçado a trabalhar
em condições insalubres até o dia em que teve a sorte de escapar.
Iniciativas para combater o problema
O ciclo vicioso de desmatamento e violações dos direitos humanos foi virtualmente ignorado até 2010, quando o Greenpeace lançou uma campanha explosiva denunciando o elo entre as grandes corporações e as atrocidades cometidas do outro lado do mundo. Em 2014, multidões tomaram as ruas de Cincinnati enquanto o Greenpeace desfraldava dois banners de 18m nas torres do escritório da Proctor & Gamble, acusando a empresa de participar da destruição das florestas tropicais. Com essa ação, finalmente a atenção dos norte-americanos se voltou para o problema.
O ciclo vicioso de desmatamento e violações dos direitos humanos foi virtualmente ignorado até 2010, quando o Greenpeace lançou uma campanha explosiva denunciando o elo entre as grandes corporações e as atrocidades cometidas do outro lado do mundo. Em 2014, multidões tomaram as ruas de Cincinnati enquanto o Greenpeace desfraldava dois banners de 18m nas torres do escritório da Proctor & Gamble, acusando a empresa de participar da destruição das florestas tropicais. Com essa ação, finalmente a atenção dos norte-americanos se voltou para o problema.
A Rainforest Action Network (RAN) é outra
organização que tomou as dores das florestas indonésias ameaçadas. A
entidade publicou uma lista das que eles chamam “as 20 dos lanches”,
identificando as piores infratoras da indústria alimentícia, incluindo a
Kellog, a Kraft Food e a Pepsi, pedindo que parem de usar “óleo de
palma originário de conflito”.
Lindsey Allem, o Diretor Executivo da
RAN, explica por que o trabalho da organização é tão importante: “No
século 21, os consumidores não querem comprar crackers e biscoitos
responsáveis por levar à extinção os últimos orangotangos do mundo e por
violações horríveis de trabalho infantil.
É por isso que a Rainforest
Action Network está avisando que estas 20 companhias alimentícias usam
“óleo de palma originário de conflito”, e que é hora de desenvolver
políticas responsáveis e criar produtos que reflitam os valores destes
consumidores e as necessidades do nosso planeta.” A última campanha da
RAN contra a Pepsi, que usa quase meio milhão de toneladas de óleo de
palma todo ano, forçou a companhia a fazer planos para adotar o óleo de
palma sustentável até 2016.
Numa reviravolta irônica, a Organização
Mundial de Saúde agora diz, quase meia década depois, que o óleo de
palma é tão prejudicial à saúde quanto a gordura trans. Enquanto o óleo
de palma não contém gordura trans, ele é composto por 40% a 50% de
gordura saturada, que pode aumentar o colesterol e elevar o risco de
doenças cardíacas.
O filme
O documentário “Palm Effect” irá levar os espectadores a uma viagem das florestas tropicais da Indonésia às salas de reunião americanas e às corporações europeias. Esse filme dará voz tanto às pessoas que dependem da indústria do óleo de palma quanto àqueles que lutam para sobreviver apesar dela — aqueles que arriscam suas vidas diariamente para manter os tratores fora das florestas e aqueles que justificam este custo.
O documentário “Palm Effect” irá levar os espectadores a uma viagem das florestas tropicais da Indonésia às salas de reunião americanas e às corporações europeias. Esse filme dará voz tanto às pessoas que dependem da indústria do óleo de palma quanto àqueles que lutam para sobreviver apesar dela — aqueles que arriscam suas vidas diariamente para manter os tratores fora das florestas e aqueles que justificam este custo.
Nossa equipe terá um acesso sem precedentes para examinar os
dois lados desta questão controversa. Nós viajaremos pelas antigamente
vibrantes florestas tropicais, onde a névoa criada pelas chamas ardentes
obscurecem a atmosfera em lugares tão distantes quanto Singapura.
Ficaremos cara a cara com os povos indígenas que foram expulsos de suas
casas e escravizados, assim como com famílias cujas vidas mudaram, cujas
crianças vão à escola e têm planos de saúde graças aos empregos de seus
pais na indústria do óleo de palma.
Visitaremos os centros de resgate e
reabilitação de orangotangos em Bornéu e na Sumatra e conheceremos as
mulheres indígenas que se tornaram mães adotivas dos macacos filhotes.
Seguiremos o Centro de Proteção ao Orangotango enquanto eles resgatam
animais presos nas florestas ardentes ou pelo comércio ilegal. Iremos
narrar a reabilitação destes orangotangos e testemunhar seu
retorno miraculoso às florestas protegidas.
O filme irá acompanhar ONGs como a
Rainforest Network Action aos escritórios corporativos das “20 dos
lanches” enquanto elas tentam convencer estas companhias a mudar para o
“óleo de palma responsável”. Veremos em primeira mão quais companhias
concordarão e o que acontecerá com aquelas que ignorarem os avisos.
Finalmente, examinaremos os resultados e
soluções possíveis olhando para outras partes do mundo. Em 2005, o
Brasil perdia mais quilômetros quadrados de floresta por ano que
qualquer outro país, mas desde então reduziu o desmatamento na Amazônia
em 70%. Agro Palma, uma indústria brasileira de óleo de palma, tem
produzido óleo “responsável” sem ameaçar o ambiente ou violar direitos
humanos.
Será possível para a Indonésia parar o dano e seguir
este exemplo ou será que destruição foi longe demais e a corrupção está
enraizada demais para permitir mudanças? Com as visões conflitantes e
contraditórias que este documentário apresentará, a audiência poderá ser
deixada com mais perguntas que respostas, mas certamente terá
consciência do problema e elementos para formar sua própria opinião
sobre o “efeito palma”.
Desde que o Greenpeace lançou suas
campanhas para proteger as florestas tropicais, cresceu a oposição à
derrubada das florestas na Indonésia.
Empresas de óleo de palma agora viram seu olhar para novas fronteiras… o continente africano.
Leia e se surpreenda com o grau de insanidade da raça humana.
Leia e se surpreenda com o grau de insanidade da raça humana.
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