A presidente Dilma Rousseff cogitou se licenciar do PT e propor um governo suprapartidário em dezembro do ano passado. É o que informa reportagem da Folha de S.Paulo. Segundo o jornal, essa hipótese foi levantada quando a cúpula do PT contrariou Dilma ao defender que os três deputados petistas do Conselho de Ética votassem pela continuidade do processo que pode levar à cassação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Após ser derrotado no conselho, Cunha deu andamento ao pedido de afastamento da presidente.
De acordo com as repórteres Daniela Lima e Marina Dias, o descolamento entre Dilma e o PT foi agravado pela resistência de petistas em apoiar o ajuste fiscal proposto pelo ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy. A reportagem diz que o ex-presidente Lula sinalizou disposição em lutar para preservar o partido mesmo sem Dilma.
“Foi nesse cenário que Dilma ventilou a possibilidade de se afastar do PT. A ideia era sinalizar na direção de uma gestão na qual partidos de oposição e da base aliada poderiam, juntos, encontrar saídas para a crise. A presidente também se comprometeria a não se envolver na disputa por sua sucessão, em 2018”, diz trecho da reportagem.
Segundo a Folha, a tese foi debatida dentro do Palácio do Planalto e com parlamentares da base aliada e do próprio PT. Prevaleceu o consenso de que a estratégia até poderia render um suspiro de alívio, mas poderia também ser o atalho para o isolamento completo de Dilma. Diante disso, acrescentam as repórteres, a petista preferiu não arriscar.
Leia a reportagem na Folha
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