Blog do Planeta
As pessoas costumam associar as áreas úmidas com zonas
sem utilidade, que podem ser drenadas ou aterradas para os mais
diversos fins. Essa falsa crença já comprometeu 64% delas que vêm
desaparecendo desde 1900, segundo cientistas ligados à Convenção de
Ramsar. É um quadro bem grave e um alerta para este 2 de fevereiro, Dia Mundial das Áreas Úmidas. O WWF-Brasil tem trabalhado para reverter essa tendência.
>> O Pantanal e o equilíbrio ambiental que vem das Áreas Úmidas
>> Qual o papel do Pantanal em relação às mudanças climáticas?
Os fatores de perda das áreas úmidas variam de um lugar para outro. No Brasil, país que abriga a maior área úmida continental do planeta – o Pantanal –, as principais ameaças a esse importante ecossistema estão relacionadas à perda de cobertura vegetal para a produção de agricultura e pecuária na região, a instalação de barragens para geração hidrelétrica e o assoreamento e a poluição dos rios associados a ocupação desordenada do solo.
Todos esses impactos acontecem, em grande maioria, na parte alta, mas refletem na região mais baixa que é a planície pantaneira. Tanto o planalto e a planície são partes de um mesmo sistema e é a água que garante a vida das espécies e tornam o Pantanal um ecossistema único e muito especial, em que a natureza se expressa exuberante, rica e abundante. É também a relação com a água que faz do Pantanal um bioma sensível à degradação.
Toda água que escorre para a planície e forma o Pantanal vem do planalto onde nascem os rios. Nesta região com intensa atividade agropecuária, o desmatamento e o mau uso do solo provocam erosão, assoreamento de córregos e rios e a destruição das nascentes. Impactos esses que exigem ações estratégicas para garantir a proteção dos recursos naturais.
Uma dessas ações estratégias pela conservação das águas é o Pacto em Defesa das Cabeceiras do Pantanal, que é realizado pelo WWF-Brasil com apoio de parceiros locais para a recuperação de 747 quilômetros de rios, pelo menos 50 nascentes e a restauração da mata ciliar de 23 mil hectares.
O Pacto foi idealizado pela organização em 2012, quando um estudo mostrou que a área das Cabeceiras estava em alto risco ecológico. Atualmente funciona como uma aliança entre os setores público e privado e organizações-não governamentais para desenvolver ações que contribuam para auxiliar o desenvolvimento econômico sustentável e a proteção do ecossistema pantaneiro.
Cada instituição que adere à aliança se compromete em implementar em seu município pelo menos três ações que preservem as nascentes e os rios, como, por exemplo, a recuperação de áreas degradadas, recuperação de nascentes, recuperação de matas ciliares, melhoria da qualidade da água dos rios, adequação ambiental de estradas rurais e estaduais, melhoria do saneamento básico ou até mesmo a troca de experiências de educação ambiental existentes na região.
Atualmente participam da iniciativa o governo do estado de Mato Grosso, 25 prefeituras do estado e mais de 30 entidades do setor privado e da sociedade civil. O resultado positivo do que se faz na parte alta contribui para preservar as águas da planície alagável. Se a gente conseguir multiplicar aquela ação em praticamente todas as cabeceiras daqui, a gente vai ter de uma vez por todas esse problema resolvido.
O WWF-Brasil também apoia a certificação de 120 mil hectares com pecuária orgânica no Mato Grosso do Sul, produzida com critérios de responsabilidade socioambiental e remunerando a produção sustentável no Pantanal.
A criação de gado é uma tradição de mais de 200 anos no Pantanal. Estabelecer uma equação de equilíbrio entre a pecuária e o meio ambiente é um dos grandes desafios da região. Por isso incentivamos os produtores locais a criar gado orgânico. Um modo de produção, que permite gerar renda respeitando os limites da natureza.
Outra estratégia para a conservação da região é o estímulo à criação e implementação de reservas particulares do Patrimônio Natural. Além de ajudar a preservar áreas importantes para a biodiversidade, mais de 80% da área do Pantanal pertence a proprietários particulares.
Em Campo Grande as respostas para a conservação ambiental vêm da conscientização. A capital do Mato Grosso do Sul foi a primeira cidade brasileira a calcular a sua pegada ecológica, uma forma de medir o uso dos recursos naturais, repensar os hábitos de consumo e melhorar a gestão ambiental da cidade.
Esta importante área úmida, o Pantanal, vai muito além das fronteiras. Ele também ocupa um trecho do território boliviano e do Paraguai. Por esse motivo o trabalho realizado pelo WWF conta com a parceria desses três países, impulsionando a troca de experiências e ajudando a ampliar o olhar sobre a bacia hidrográfica como um todo.
Uma das estratégias conjuntas é apoiar a efetiva gestão das áreas úmidas, assim como criação de novos sítios Ramsar, buscando a conservação desses sítios e ajudando a manter todas as nascentes localizadas à montante do curso hídrico, além de representarem áreas fundamentais que contribuem para um compromisso global de conservação.
Buscamos um aprendizado com esses vários olhares. Encontrar soluções com o uso de tecnologias simples e inovadoras, em que a atividade econômica e a natureza possam conviver em harmonia. Só assim poderemos manter o Pantanal não só para as espécies e pessoas que aqui vivem, mas também para toda a humanidade.
>> Pantanal: bioma de beleza inigualável também está ameaçado
Julio César Sampaio, Coordenador do Programa Cerrado Pantanal do WWF-Brasil
* Junte-se ao WWF e ajude a conservar um patrimônio natural tão importante. Contribua para que o Pantanal continue a ser um lugar rico em biodiversidade.
>> O Pantanal e o equilíbrio ambiental que vem das Áreas Úmidas
>> Qual o papel do Pantanal em relação às mudanças climáticas?
Os fatores de perda das áreas úmidas variam de um lugar para outro. No Brasil, país que abriga a maior área úmida continental do planeta – o Pantanal –, as principais ameaças a esse importante ecossistema estão relacionadas à perda de cobertura vegetal para a produção de agricultura e pecuária na região, a instalação de barragens para geração hidrelétrica e o assoreamento e a poluição dos rios associados a ocupação desordenada do solo.
Todos esses impactos acontecem, em grande maioria, na parte alta, mas refletem na região mais baixa que é a planície pantaneira. Tanto o planalto e a planície são partes de um mesmo sistema e é a água que garante a vida das espécies e tornam o Pantanal um ecossistema único e muito especial, em que a natureza se expressa exuberante, rica e abundante. É também a relação com a água que faz do Pantanal um bioma sensível à degradação.
Toda água que escorre para a planície e forma o Pantanal vem do planalto onde nascem os rios. Nesta região com intensa atividade agropecuária, o desmatamento e o mau uso do solo provocam erosão, assoreamento de córregos e rios e a destruição das nascentes. Impactos esses que exigem ações estratégicas para garantir a proteção dos recursos naturais.
Uma dessas ações estratégias pela conservação das águas é o Pacto em Defesa das Cabeceiras do Pantanal, que é realizado pelo WWF-Brasil com apoio de parceiros locais para a recuperação de 747 quilômetros de rios, pelo menos 50 nascentes e a restauração da mata ciliar de 23 mil hectares.
O Pacto foi idealizado pela organização em 2012, quando um estudo mostrou que a área das Cabeceiras estava em alto risco ecológico. Atualmente funciona como uma aliança entre os setores público e privado e organizações-não governamentais para desenvolver ações que contribuam para auxiliar o desenvolvimento econômico sustentável e a proteção do ecossistema pantaneiro.
Cada instituição que adere à aliança se compromete em implementar em seu município pelo menos três ações que preservem as nascentes e os rios, como, por exemplo, a recuperação de áreas degradadas, recuperação de nascentes, recuperação de matas ciliares, melhoria da qualidade da água dos rios, adequação ambiental de estradas rurais e estaduais, melhoria do saneamento básico ou até mesmo a troca de experiências de educação ambiental existentes na região.
Atualmente participam da iniciativa o governo do estado de Mato Grosso, 25 prefeituras do estado e mais de 30 entidades do setor privado e da sociedade civil. O resultado positivo do que se faz na parte alta contribui para preservar as águas da planície alagável. Se a gente conseguir multiplicar aquela ação em praticamente todas as cabeceiras daqui, a gente vai ter de uma vez por todas esse problema resolvido.
O WWF-Brasil também apoia a certificação de 120 mil hectares com pecuária orgânica no Mato Grosso do Sul, produzida com critérios de responsabilidade socioambiental e remunerando a produção sustentável no Pantanal.
A criação de gado é uma tradição de mais de 200 anos no Pantanal. Estabelecer uma equação de equilíbrio entre a pecuária e o meio ambiente é um dos grandes desafios da região. Por isso incentivamos os produtores locais a criar gado orgânico. Um modo de produção, que permite gerar renda respeitando os limites da natureza.
Outra estratégia para a conservação da região é o estímulo à criação e implementação de reservas particulares do Patrimônio Natural. Além de ajudar a preservar áreas importantes para a biodiversidade, mais de 80% da área do Pantanal pertence a proprietários particulares.
Em Campo Grande as respostas para a conservação ambiental vêm da conscientização. A capital do Mato Grosso do Sul foi a primeira cidade brasileira a calcular a sua pegada ecológica, uma forma de medir o uso dos recursos naturais, repensar os hábitos de consumo e melhorar a gestão ambiental da cidade.
Esta importante área úmida, o Pantanal, vai muito além das fronteiras. Ele também ocupa um trecho do território boliviano e do Paraguai. Por esse motivo o trabalho realizado pelo WWF conta com a parceria desses três países, impulsionando a troca de experiências e ajudando a ampliar o olhar sobre a bacia hidrográfica como um todo.
Uma das estratégias conjuntas é apoiar a efetiva gestão das áreas úmidas, assim como criação de novos sítios Ramsar, buscando a conservação desses sítios e ajudando a manter todas as nascentes localizadas à montante do curso hídrico, além de representarem áreas fundamentais que contribuem para um compromisso global de conservação.
Buscamos um aprendizado com esses vários olhares. Encontrar soluções com o uso de tecnologias simples e inovadoras, em que a atividade econômica e a natureza possam conviver em harmonia. Só assim poderemos manter o Pantanal não só para as espécies e pessoas que aqui vivem, mas também para toda a humanidade.
>> Pantanal: bioma de beleza inigualável também está ameaçado
Julio César Sampaio, Coordenador do Programa Cerrado Pantanal do WWF-Brasil
* Junte-se ao WWF e ajude a conservar um patrimônio natural tão importante. Contribua para que o Pantanal continue a ser um lugar rico em biodiversidade.
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