sexta-feira, 4 de março de 2016
18 plantas haviam sido estudadas, mas outras 26 eram desconhecidas pelos cientistas.
A pesquisadora brasileira Carolina Weber Kffuri, pós-doutoranda no
departamento de Horticultura da Faculdade de Ciências Agronômicas da
Universidade Estadual Paulista (Unesp), passou um ano em meio junto a
comunidades indígenas do alto do Rio Negro estudando plantas medicinais.
O resultado foi uma coleta enorme de espécies usadas para o tratamento
da malária.
Sob a supervisão do professor Lin Chau Ming, Carolina pôde conhecer de
perde a realidade da malária que atinge o norte do país e documentar 46
espécies. O grande valor desta experiência está no fato de que apenas 18
delas haviam sido estudadas como opções para o tratamento da malária e
26 eram, inclusive, desconhecidas pelos cientistas.
Conforme noticiado pela Agência Fapesp, entre as 46 plantas utilizadas
pelos índios contra a malária, “a maioria era composta por árvores
grandes e raízes, principalmente de herbáceas”, diz Carolina Kffuri. Das
árvores geralmente se retira a casca, mas também são usados raízes,
folhas, frutos, a planta inteira, caules e sementes. O preparo dos
remédios envolve cozimento de cascas, fervura de chás, maceramento de
folhas e sementes e queima de plantas até obter cinzas utilizadas in
natura em banhos de vapor.
O conhecimento indígena é muito vasto. Mesmo sem estudos acadêmicos,
eles sabem como as plantas devem ser ministradas, quais são tóxicas e
quais pessoas não podem fazer uso delas. Segundo a pesquisadora, durante
as entrevistas com os índios, eles disseram que os remédios não servem
para todos e que isso depende do sangue. A informação levantou um
questionamento, sobre a aplicação de determinadas espécies serem
exclusivas para tipos sanguíneos específicos.
O próximo passo é encaminhar as espécies descobertas para pesquisas com
bioquímicos e farmacologistas, para estudos mais aprofundados sobre seu
uso na fabricação de medicamentos em laboratórios.
Fonte: Ciclo Vivo
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