sábado, 5 de março de 2016

SeaWorld admite que funcionários fingiam ser ativistas pró-animais

France Presse25/02/2016 17h57 - Atualizado em 25/02/2016 17h59


Grupo proibiu a prática em que funcionários se infiltravam entre ativistas.
ONG denunciou 'espião'; empresa diz que objetivo era garantir segurança.

Da France Presse
Orcas durante espetáculo no SeaWorld Orlando (Foto: Phelan M. Ebenhack/AP)Orcas durante espetáculo no SeaWorld Orlando (Foto: Phelan M. Ebenhack/AP)


O grupo de parques temáticos SeaWorld proibiu, nesta quinta-feira (25), que seus funcionários se façam passar por ativistas pró-animais, ao admitir, pela primeira vez, que usou essa estratégia no passado, muito criticada por grupos defensores dos animais.


"O conselho administrativo instruiu os gerentes da companhia a pôr um fim à prática em que certos funcionários aparentavam ser ativistas dos direitos dos animais", indicou em um comunicado a empresa, conhecida por seus espetáculos com as orcas.
 
 
Com 11 parques temáticos nos Estados Unidos, o SeaWorld alegou ter utilizado essa estratégia "para organizar a segurança de seus funcionários, visitantes e animais contra as ameaças recebidas".

No ano passado, a organização de defesa dos animais Peta, crítica feroz do grupo pelo uso de orcas e de outros animais em suas atividades, denunciou o empregado da empresa Paul McComb, que havia se passado por ativista. McComb teria participado de pelo menos uma manifestação que terminou em detenções, além de propor protestos violentos.

Nesta quinta, o SeaWorld indicou que McComb continua trabalhando no grupo, mas que foi transferido "para outro departamento e já não se encontra em suspensão administrativa". A medida foi adotada quando a polêmica começou.

A vice-presidente da Peta, Tracy Reiman, lamentou que o "espião" continue na empresa, em um comunicado contra o grupo por supostos maus-tratos aos animais.

"As finanças do SeaWorld continuam caindo à medida que mais animais morrem em seus pequenos tanques, com uma morte a cada mês desde novembro", indicou Reiman.

Ela também pediu à empresa para "modernizar seu negócio", criando santuários para os animais, e não mais "prisões para golfinhos".


Críticas
A empresa sofreu um duro golpe em 2013 com a estreia do documentário "Blackfish". O filme denuncia os maus-tratos cometidos contra as orcas em seus cativeiros, vivendo em tanques reduzidos e com pouca luz.

O número de visitantes caiu e, desde então, o SeaWorld vem tentando reverter essa imagem com uma nova campanha publicitária e com descontos.

O grupo afirma que recebe mais de 22 milhões de visitantes por ano em seus parques.

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