quarta-feira, 27 de abril de 2016

Inpe registra aumento de 52% nas queimadas e incêndios florestais em 2016

segunda-feira, 25 de abril de 2016


Ação do homem e clima mais quente e seco explicam os números acima da média histórica. Mato Grosso apresenta situação mais crítica, o que indica novos desmatamentos e descontrole da fiscalização


O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCTI) já registrou 16.417 focos de queimadas e incêndios florestais no Brasil em 2016, o que representa um aumento de 52% em relação ao mesmo período do ano passado. A ação do homem e o clima mais quente e seco, principalmente nos estados da região Norte, explicam os números acima da média histórica, iniciada em 1998. O mês de março, por exemplo, teve 3.799 focos de incêndio, bem superior à máxima registrada de 3.181.

“Quando você tem um clima mais seco, as pessoas se aproveitam da situação e usam o fogo com mais frequência, aumentando as chances de propagação”, explica o coordenador do Programa de Monitoramento de Queimadas e Incêndios Florestais do Inpe, Alberto Setzer.

Segundo ele, Mato Grosso apresenta a situação mais crítica. O estado lidera o ranking de queimadas e incêndios florestais em 2016. Os satélites monitorados pelo Inpe registraram, desde janeiro, 3.602 focos de incêndio, ou seja, 31% a mais que o mesmo período de 2015. Esse aumento pode estar associado a novos desmatamentos e a um possível descontrole na fiscalização.

“É preocupante, porque estamos com números muito acima do esperado, em particular em estados como Mato Grosso. Isso indica mais desmatamento, mais destruição de floresta e mais emissão de gases do efeito estufa, além de um monte de coisas ruins associadas a essas queimadas”, alerta Setzer.

O Inpe também detectou significativo aumento nos focos de incêndio em Roraima e Pará na comparação com os primeiros meses de 2015: 167% e 104%, respectivamente.

O pesquisador Alberto Setzer lembra que o período com maior incidência de queimadas e incêndios começa em julho e vai até outubro. Portanto, ainda é cedo para fazer uma previsão para o ano. “O que medimos até agora é muito pouco perto do que vai acontecer no resto do ano.”

Vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, o Inpe trabalha com 200 imagens de oito satélites transmitidas diariamente. As informações orientam o trabalho de órgãos ambientais e de fiscalização, como o Ibama.

Fonte: Envolverde

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