De acordo com pesquisadores americanos, a capacidade da mente é da ordem de um petabyte, equivalente à informação contida em 4,7 bilhões de livros ou 670 milhões de páginas da internet
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23 jan 2016, 09h29 - Atualizado em 6 maio 2016, 15h59
“Essa é uma verdadeira bomba na área da neurociência”, disse o pesquisador Terry Sejnowski, um dos autores do estudo, publicado no periódico eLife. “Nossas novas medições da capacidade da memória humana aumentam as estimativas mais conservadoras em, no mínimo, dez.”
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Arquivo complexo – A memória é resultado de atividades elétricas e químicas que
acontecem no interior do cérebro. Para verificar a quantidade de dados que o cérebro seria capaz de estocar, o time de pesquisadores analisou o número e a força das sinapses entre os neurônios. Ao reconstruírem um cérebro por meio de tecnologia tridimensional, eles perceberam uma atividade incomum: alguns dos neurônios estavam enviando a mesma informação duas vezes ao neurônio seguinte.
Inicialmente, os especialistas não pensaram em analisar o motivo dessa atividade. No entanto, ao verificar como se dava o envio da mesma informação por duas vias distintas, eles conseguiram calcular as diferenças no tamanho das sinapses ocorridas, por meio de sofisticados modelos matemáticos. Esse processo acabou revelando a quantidade de informações que é possível armazenar na mente.
Os cientistas verificaram, então, que não existem apenas três tamanhos de sinapses (pequena, média e grande), como se acreditava, mas 26 grandezas possíveis, o que aumenta em pelo menos dez vezes a capacidade de armazenamento de memórias no cérebro. E isso é feito com um pequeno gasto de energia – o que garante a incrível eficiência da mente humana.
Computador superpoderoso – Em termos digitais, isso significa que as sinapses são capazes de transferir 4,7 bits de informação e não um bit ou dois bits, como os cientistas previam até então. De acordo com os cientistas, além ajudar a desvendar o órgão mais complexo do corpo humano, a pesquisa também oferece chaves importantes para a construção de computadores mais potentes e eficientes.
“Esses resultados abrem um novo capítulo na pesquisa sobre os mecanismos de memória e aprendizado”, afirma Sejnowski.”E suas implicações têm longo alcance – essa ‘estratégia’ do cérebro pode ajudar a desenhar novos computadores, pois esse tipo de transmissão é uma forma incrivelmente precisa, que requer pouca energia tanto do cérebro quanto de prováveis computadores.”
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