A jovem se inspirou na técnica do artista Hilal Sami Hilal para transformar materiais recicláveis em tecido.
O casamento é o dia mais esperado de uma noiva. Mas, já pensou passar
este momento em um vestido feito de sacos de cimento? Ao contrário do
que se possa imaginar, isso é possível e ainda em grande estilo, graças
ao trabalho da designer de moda Iáskara Isadora.
Com apenas 26 anos, a jovem de Minas Gerais se inspirou na técnica do
artista plástico brasileiro Hilal Sami Hilal para transformar materiais
recicláveis em tecido. As principais matérias-primas usadas por ela são
os sacos de cimento e fibras de bananeira, que passam por um processo de
manufatura e ganham uma forma totalmente diferente.
Segundo a designer, o primeiro passo é a higienização do material.
Depois de lavados, os sacos são rasgados, colocados de molho e batidos
em um liquidificador industrial até virar uma pasta. A partir daí, as
fibras de bananeira são acrescentadas ao processo, descoloridas e
tingidas naturalmente, quando necessário. Os materiais se transformam em
uma pasta, que tomará a forma de tecido.
Em entrevista ao CicloVivo, Iáskara explica que unir sustentabilidade e
moda sempre foi algo de seu interesse. “Desde que ingressei na graduação
desenvolvo pesquisas relacionadas à introdução da sustentabilidade na
moda. Desta forma, utilizo os meus conhecimentos para confeccionar os
produtos.”
A primeira coleção sustentável foi feita para o Trabalho de Conclusão de
Curso, quando a jovem cursava Design de Moda na Universidade Federal de
Minas Gerai. As primeiras peças foram usadas apenas para exposição, mas
com o aprimoramento da técnica e a inserção de novas fibras e resinas,
foi possível chegar a um tecido resistente o suficiente para criar uma
coleção que pode ser usada na rua.
Quem vê os vestidos de noiva criados a partir do material sustentável
nem imagina que são feitos com uma fonte bastante alternativa. “As
pessoas ficam intrigadas e perplexas quando descobrem a matéria-prima
utilizada nas peças”, comenta a mineira.
Os vestidos são feitos de forma totalmente artesanal. A pasta obtida no
processo de reciclagem é colocada em uma bisnaga, que Iáskara usa para
desenhar manualmente todos os detalhes sobre um tule. O formato de renda
já garante certa resistência à água, mas a designer trabalha agora em
uma resina derivada da bananeira para que a matéria-prima seja
totalmente impermeável.
Todo este trabalho faz com que o processo de fabricação leve, em média,
três meses. Os vestidos são comercializados a partir de três mil reais.
Fonte: Ciclo Vivo
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