terça-feira, 20 de setembro de 2016

Detritos plásticos são atualmente os itens mais frequentes no estômago da pescada-amarela

18/08/2016 

Estuários tropicais estão entre os ambientes aquáticos mais produtivos do planeta, e suportam uma produção pesqueira de importância econômica e social. No entanto, a crescente pressão antrópica vem provocando diversas modificações das funções naturais dos estuários. 

Pesquisadores da UFPE analisam conteúdo gastrointestinal da pescada-amarela Pesquisadores do Laboratório de Ecologia e Gerenciamento de Ecossistemas Costeiros e Estuarinos da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) analisaram o trato digestivo da pescada-amarela (Cynoscion acoupa) no Estuário do Rio Goiana em Pernambuco, que faz parte da Reserva Extrativista Acaú-Goiana. O item que apareceu com maior frequência, em todas as fases de vida foram os resíduos plásticos: 64,4% dos juvenis, 50% dos sub-adultos e 100% dos adultos tinham resíduo plástico em seus estômagos.

A ingestão de resíduos plásticos pela ictiofauna é recorrente em sistemas estuarinos devido à abundância deste contaminante nestas áreas, associada a condições ambientais como turbidez da água, hidrodinâmica do estuário, transferência pela cadeia trófica, entre outros fatores. Espécies que pertencem a família Sciaenidae frequentemente utilizam os estuários em seu ciclo de vida. Elas desovam no mar e utilizam o ambiente estuarino como criadouro de larvas, juvenis e sub-adultos, podendo permanecer, sob condições favoráveis, no estuário o ano todo. Estas espécies sofrem com as ações antrópicas durante praticamente todo seu ciclo de vida. Dentre os detritos encontrados, 97% deles eram filamentos de plástico de aproximadamente 5 milímetros. Vale ressaltar que esta espécie possui ampla distribuição pelo litoral brasileiro, representando um importante recurso pesqueiro que deve ser preservado. Estudos desta natureza revelam como a intensa ação antrópica interfere na cadeia trófica de diversos organismos direta ou indiretamente.

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Fonte: ObservaSC

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