18/08/2016
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Fonte: ObservaSC
Estuários
tropicais estão entre os ambientes aquáticos mais produtivos do planeta,
e suportam uma produção pesqueira de importância econômica e social. No
entanto, a crescente pressão antrópica vem provocando diversas
modificações das funções naturais dos estuários.
Pesquisadores
do Laboratório de Ecologia e Gerenciamento de Ecossistemas Costeiros e
Estuarinos da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) analisaram o
trato digestivo da pescada-amarela (Cynoscion acoupa) no Estuário do Rio
Goiana em Pernambuco, que faz parte da Reserva Extrativista
Acaú-Goiana. O item que apareceu com maior frequência, em todas as fases
de vida foram os resíduos plásticos: 64,4% dos juvenis, 50% dos
sub-adultos e 100% dos adultos tinham resíduo plástico em seus
estômagos.
A ingestão
de resíduos plásticos pela ictiofauna é recorrente em sistemas
estuarinos devido à abundância deste contaminante nestas áreas,
associada a condições ambientais como turbidez da água, hidrodinâmica do
estuário, transferência pela cadeia trófica, entre outros fatores.
Espécies que pertencem a família Sciaenidae frequentemente utilizam os
estuários em seu ciclo de vida. Elas desovam no mar e utilizam o
ambiente estuarino como criadouro de larvas, juvenis e sub-adultos,
podendo permanecer, sob condições favoráveis, no estuário o ano todo.
Estas espécies sofrem com as ações antrópicas durante praticamente todo
seu ciclo de vida. Dentre os detritos encontrados, 97% deles eram
filamentos de plástico de aproximadamente 5 milímetros. Vale ressaltar
que esta espécie possui ampla distribuição pelo litoral brasileiro,
representando um importante recurso pesqueiro que deve ser preservado.
Estudos desta natureza revelam como a intensa ação antrópica interfere
na cadeia trófica de diversos organismos direta ou indiretamente.
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Fonte: ObservaSC
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