Garça Tricolor (Egretta tricolor) caminhando pelo manguezal em busca de pequenos invertebrados. CC |
Os mangues são a
espinha dorsal das costas dos oceanos tropicais, são muito mais
importantes para a biosfera do oceano global do que anteriormente
previsto. E, embora essa mata de mau-cheiro lamacento não tenha o
encantamento de florestas tropicais ou recifes de corais, uma equipe de
pesquisadores observou que a linha costeira de plantas lenhosas fornecem
mais de 10 por cento do carbono orgânico dissolvido fornecido ao oceano
a partir da terra.
As árvores de
manguezal, cujas raízes pneumatóforas protegem as zonas úmidas costeiras
contra o oceano, formam um importante habitat, berçário para inúmeras
espécies de peixes, crustáceos, mamíferos, aves e insetos. Cobrem menos
de 0,1 por cento da superfície terrestre global, e mesmo assim são
responsáveis por um décimo do carbono orgânico dissolvido (COD) que flui
da terra para o mar. Instituições alemãs de pesquisas, analisaram a
saída de carbono a partir de uma floresta de manguezal no Brasil e
sugerem que a sua vegetação é uma das principais fontes de matéria
orgânica dissolvida no oceano.
Os pesquisadores observam que a
matéria orgânica que é dissolvida nos oceanos do mundo contém uma
quantidade semelhante de carbono que é armazenada nos céus como o
dióxido de carbono atmosférico, um importante gás de efeito estufa. A
matéria orgânica dissolvida é um ator importante no ciclo global do
carbono atmosférico que regula o dióxido de carbono e o clima.
Para entender os ciclos biogeoquímicos globais, é fundamental quantificar as fontes de carbono orgânico dissolvido nos ambientes marinhos e os manguezais mostram que desempenham um inesperado papel no ciclo global do carbono.
O sistema de raízes dos manguezais retém a folhagem úmida, rica em carbono absorvido da atmosfera e o fixa no sedimento superficial, onde a matéria orgânica dissolvida é lixiviada em grandes quantidades nas águas costeiras. A ascensão e queda diária das marés escoa o carbono dissolvido para o oceano aberto (como uma saco de chá mergulhado em uma xícara). Já no oceano, no entanto, o intenso sol tropical destrói alguns dos pontos mais delicados das moléculas de carbono orgânico dissolvido. Entretanto, mais da metade da matéria orgânica dissolvida sobrevive ao ataque da luz solar e de bactérias.
Os pesquisadores alemães mediram as substâncias químicas em amostras de água de um manguezal no norte do Brasil, utilizando isótopos naturais de carbono e espectroscopia de ressonância nuclear magnética, uma técnica comum estabelecida para determinar estruturas de compostos orgânicos, e determinaram que manguezais são, efetivamente, a principal fonte de carbono orgânico dissolvido no oceano aberto. No total, eles concluíram que o carbono exportado do mangue é de aproximadamente 2,2 trilhão de moles de carbono por ano, quase o triplo do montante estimado a partir de estimativas anteriores de menor envergadura sobre carbono liberado para o oceano.
A folhagem de manguezal, no entanto, diminuiu pela metade ao longo das últimas décadas devido ao crescente desenvolvimento costeiro e danos ao seu habitat. Como o habitat mudou, cada vez menores quantidades de detritos provenientes de manguezais estão disponíveis para a formação e a exportação de matéria orgânica dissolvida para o oceano. Os pesquisadores especulam que o rápido declínio dos mangues ameace o delicado equilíbrio e podem, eventualmente, desativar o importante elo de ligação entre a terra e o oceano, com potenciais consequências para a composição atmosférica e do clima terrestre.
Para entender os ciclos biogeoquímicos globais, é fundamental quantificar as fontes de carbono orgânico dissolvido nos ambientes marinhos e os manguezais mostram que desempenham um inesperado papel no ciclo global do carbono.
O sistema de raízes dos manguezais retém a folhagem úmida, rica em carbono absorvido da atmosfera e o fixa no sedimento superficial, onde a matéria orgânica dissolvida é lixiviada em grandes quantidades nas águas costeiras. A ascensão e queda diária das marés escoa o carbono dissolvido para o oceano aberto (como uma saco de chá mergulhado em uma xícara). Já no oceano, no entanto, o intenso sol tropical destrói alguns dos pontos mais delicados das moléculas de carbono orgânico dissolvido. Entretanto, mais da metade da matéria orgânica dissolvida sobrevive ao ataque da luz solar e de bactérias.
Os pesquisadores alemães mediram as substâncias químicas em amostras de água de um manguezal no norte do Brasil, utilizando isótopos naturais de carbono e espectroscopia de ressonância nuclear magnética, uma técnica comum estabelecida para determinar estruturas de compostos orgânicos, e determinaram que manguezais são, efetivamente, a principal fonte de carbono orgânico dissolvido no oceano aberto. No total, eles concluíram que o carbono exportado do mangue é de aproximadamente 2,2 trilhão de moles de carbono por ano, quase o triplo do montante estimado a partir de estimativas anteriores de menor envergadura sobre carbono liberado para o oceano.
A folhagem de manguezal, no entanto, diminuiu pela metade ao longo das últimas décadas devido ao crescente desenvolvimento costeiro e danos ao seu habitat. Como o habitat mudou, cada vez menores quantidades de detritos provenientes de manguezais estão disponíveis para a formação e a exportação de matéria orgânica dissolvida para o oceano. Os pesquisadores especulam que o rápido declínio dos mangues ameace o delicado equilíbrio e podem, eventualmente, desativar o importante elo de ligação entre a terra e o oceano, com potenciais consequências para a composição atmosférica e do clima terrestre.
Por William Rodriguez Schepis
Referências: ScienceDaily
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