Victória Mantoan | De São Paulo
A multinacional brasileira WEG anunciou ontem mais uma aquisição nos Estados Unidos. Dessa vez foi a compra da CG Power USA. A aquisição faz parte da sua estratégia de internacionalização do negócio de geração, transmissão e distribuição (GTD) de energia elétrica. A companhia de Santa Catarina acertou a compra de uma fabricante de transformadores para atender o mercado americano de energia renovável, notadamente os projetos de geração eólica e solar.
Por US$ 37 milhões, a expectativa é de que o negócio seja fechado até o fim do próximo mês. Com a nova operação, o diretor financeiro da WEG, André Luis Rodrigues, destaca que a empresa passa a fornecer para um segmento onde praticamente ainda não tinha atuação nos Estados Unidos.
Além de avançar nesse mercado, o movimento traz a vantagem de colocar a brasileira como uma fabricante de transformadores nos Estados Unidos, o que a protege de uma eventual taxação da administração Donald Trump sobre produtos importados. Hoje, os transformadores vendidos para os EUA vêm da unidade do México, mas ainda não havia permeabilidade no mercado de renováveis.
O avanço sobre novas fronteiras de tecnologia e mercado via pequenas aquisições é estratégia recorrente da WEG e, de acordo com o executivo, essa compra não encerra o ciclo de aquisições do grupo. "A WEG sempre continua olhando as oportunidades", disse Rodrigues.
Apenas no ano passado foram três aquisições, que vão do segmento de motores elétricos a GTD, no Brasil e no exterior. Com a compra da Northern Power System (NPS), anunciada em outubro de 2016, a WEG passou a ser proprietária de uma carteira de patentes, projetos e softwares para manutenção de aerogeradores. Pela primeira vez, uma área de engenharia não tem como sede o Brasil.
Além disso, adquiriu a fabricante de motores elétricos Bluffton Motor Works. As duas aquisições nos EUA. No Brasil, assumiu o controle da TGM, fabricante de equipamentos para acionamentos de geradores também com foco em energia renovável, neste caso eólica e termelétrica.
No primeiro trimestre deste ano, o mercado externo representou 54% da receita operacional líquida da WEG, um total de R$ 1,14 bilhão. Isso inclui tanto exportações a partir do Brasil quanto as vendas feitas a partir de unidades fabris no exterior.
O valor representa uma queda de 20% em relação ao visto no mesmo período de 2016, porque medido em reais. Em dólares, a receita da WEG lá fora ainda cresceu 0,1%. Apenas o segmento de GTD foi 27,4% da receita.
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