Fui ao cerrado e preciso te contar como foi

Cachoeira da Prata, Parque Nacional da Chapada das Mesas, no Maranhão.
© Marizilda Cruppe / Greenpeace
Conhecido como a Caixa D’água do Brasil, por seu enorme potencial de coletar e armazenar água, o Cerrado já tem seus primeiros refugiados pela água. Populações que começaram a migrar, porque os riachos que serviam suas comunidades simplesmente secaram.
Mas antes da chegada da soja, antes que começássemos, como País, a olhar para as vegetações nativas do Cerrado como um “espaço vazio” a ser ocupado, milhares de pessoas já viviam alí, existindo em meio à fartura do bioma, como as quebradeiras de coco de babaçu.

Floresta de palmeiras de babaçu em Coquelândia, Maranhão.
© Marizilda Cruppe / Greenpeace
A visão de dentro de um babaçual é realmente impressionante. Mas mais impressionante é acompanhar o trabalho de extração das castanhas. Depois de reunir os cocos, as mulheres sentam-se ao redor das pequenas montanhas, cada uma diante de um machado cravado no chão de terra, onde golpeiam os cocos com um pedaço de pau, até que de suas lascas soltem-se os gomos de castanha – de dois a cinco por coco.

A cinegrafista Fernanda Ligabue acompanha de perto o processo de quebra do coco, em
Coquelândia. © Rosana Villar / Greenpeace
Do coco também são retirados os gongos, umas larvas gordinhas e brancas de besouro que crescem dentro do fruto. Embora dessas eu não possa contar muito, já que não tive o apetite para experimentar – mesmo depois que as crianças me ensinaram a degustá-lo, enquanto faziam piada com minha falta de coragem.

O
gongo, como é conhecida a larva do besouro Pachymerus nucleorum, cresce
no interior do coco
do babaçu, enquanto se alimenta da castanha. Com
alta concentração de gordura, a larva é utilizada
na culinária local e
em tratamentos para a pele e cabelo. © Marizilda Cruppe / Greenpeace
Precisamos olhar com mais atenção para este bioma. E com o seu apoio, estamos fazendo isso.
Obrigada por nos ajudar a contar esta história.
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