- Meio Ambiente
- De Fernanda Couzemenco
- sábado, 05 de janeiro de 2019
- Atualizado em: domingo, 06 de janeiro de 2019, 11:01
Os educadores ambientais do Espírito Santo e
de todo o país estão mobilizados para reverter a extinção do
Departamento de Educação Ambiental do Ministério do Meio Ambiente (MMA),
determinada pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) em um de seus
primeiros atos de governo, iniciado na última terça-feira (1).
“Os estados têm autonomia, têm política estadual, mas pode haver um efeito cascata e o enfraquecimento da educação ambiental em todo o país”, avalia Martha Tristão, membro da Rede de Educadores Ambientais do Espírito Santo (Recea) e da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Educação (Anped).
O caráter crítico e transformador da educação ambiental é o principal motivo para que ela seja mais um dos alvos de ataques por parte do governo federal recém-eleito, “um governo conservador, que não quer que a educação ambiental ou a educação de modo geral provoque nenhuma forma de reflexão crítica em relação aos contextos vividos por comunidades, por escolas, enfim, pelas culturas locais”, pondera Martha.
A Anped é uma das entidades mobilizadas para reverter a decisão de “excluir a educação ambiental da macropolítica, pois é isso que faz com que ela tenha força e tenha espaço”, diz a educadora capixaba. São vinte anos de políticas públicas ameaçados por uma caneta, lamenta, lembrando que a Política Nacional de Educação Ambiental foi criada em 1999.
A educação ambiental é uma das estratégias mais utilizadas no processo de sensibilização, conscientização e mudança de atitudes de crianças e adultos com relação à proteção do meio ambiente uma relação mais responsável com a natureza.
Um documento essencial para entender a importância política e filosófica das práticas de educação ambiental para a evolução da humanidade em direção à sustentabilidade é o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, lançado na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, também conhecida como Eco-92, Rio 92 ou Cúpula da Terra, realizada no Rio de Janeiro em 1992.
A partir daí, o Brasil continuou sendo referência no assunto, inovando, por exemplo, no modelo interministerial de implantação, unindo as pastas de meio ambiente e educação, o que influenciou as ações interinstitucionais nos estados.
O Espírito Santo está muito avançado no setor, tendo aprovado um programa estadual de educação ambiental em 2018, nove anos após a publicação da sua Política Estadual, cuja gestão está compartilhada entre o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) e a Secretaria de Estado de Educação (Sedu).
“Os novos secretários das duas pastas têm o compromisso de executar o programa estadual”, enfatiza a também educadora ambiental da Recea, Flavia Nascimento Ribeiro.
“Na verdade, a gente não deveria ter uma educação ambiental específica”, argumenta Flávia. “Se a educação desse conta de tudo o que a gente presencia nesse planeta, a gente não precisaria do adjetivo ambiental, inclusão, étnico-racial, direitos humanos ... Se a gente traz esses adjetivos é sinal de que são questões que precisam ser visibilizadas na sociedade”, diz.
“Os estados têm autonomia, têm política estadual, mas pode haver um efeito cascata e o enfraquecimento da educação ambiental em todo o país”, avalia Martha Tristão, membro da Rede de Educadores Ambientais do Espírito Santo (Recea) e da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Educação (Anped).
O caráter crítico e transformador da educação ambiental é o principal motivo para que ela seja mais um dos alvos de ataques por parte do governo federal recém-eleito, “um governo conservador, que não quer que a educação ambiental ou a educação de modo geral provoque nenhuma forma de reflexão crítica em relação aos contextos vividos por comunidades, por escolas, enfim, pelas culturas locais”, pondera Martha.
A Anped é uma das entidades mobilizadas para reverter a decisão de “excluir a educação ambiental da macropolítica, pois é isso que faz com que ela tenha força e tenha espaço”, diz a educadora capixaba. São vinte anos de políticas públicas ameaçados por uma caneta, lamenta, lembrando que a Política Nacional de Educação Ambiental foi criada em 1999.
A educação ambiental é uma das estratégias mais utilizadas no processo de sensibilização, conscientização e mudança de atitudes de crianças e adultos com relação à proteção do meio ambiente uma relação mais responsável com a natureza.
Um documento essencial para entender a importância política e filosófica das práticas de educação ambiental para a evolução da humanidade em direção à sustentabilidade é o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, lançado na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, também conhecida como Eco-92, Rio 92 ou Cúpula da Terra, realizada no Rio de Janeiro em 1992.
A partir daí, o Brasil continuou sendo referência no assunto, inovando, por exemplo, no modelo interministerial de implantação, unindo as pastas de meio ambiente e educação, o que influenciou as ações interinstitucionais nos estados.
O Espírito Santo está muito avançado no setor, tendo aprovado um programa estadual de educação ambiental em 2018, nove anos após a publicação da sua Política Estadual, cuja gestão está compartilhada entre o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) e a Secretaria de Estado de Educação (Sedu).
“Os novos secretários das duas pastas têm o compromisso de executar o programa estadual”, enfatiza a também educadora ambiental da Recea, Flavia Nascimento Ribeiro.
“Na verdade, a gente não deveria ter uma educação ambiental específica”, argumenta Flávia. “Se a educação desse conta de tudo o que a gente presencia nesse planeta, a gente não precisaria do adjetivo ambiental, inclusão, étnico-racial, direitos humanos ... Se a gente traz esses adjetivos é sinal de que são questões que precisam ser visibilizadas na sociedade”, diz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário