Matança de javalis atinge também os cães e novas raças de cães estão sendo criadas para matá-los
Com
a liberação da caça de javalis pelo IBAMA (n.3/2013), a crueldade da
matança estendeu-se não só a esses animais, como também aos cães, que
morrem durante a caçada ou são abandonados depois pelos caçadores, por
não terem mais utilidade. Hoje, considerados "pragas”, os javalis são
mortos de forma cruel e desumana, assim como os cães que são criados,
treinados e vendidos para matá-los.
Foto cedida pela pagina do facebook (Ocupa Ibama, Pare O Massacre Dos Javalis No Brasil)
De
8 a 11 cães treinados são liberados para rastrearem o javali no mato, e
quando a "presa” é encontrada, os cães cercam o animal e começa o
combate. São necessários vários cães para agarrar um javali. Eles mordem
orelhas, focinho e patas, e normalmente também são atacados pelos
javalis que tentam se defender.
Todos saem machucados. E agonizam até morrer. Tanto os javalis, quanto
alguns cães.
É um verdadeiro show de horrores. O que a princípio denominou-se
"controle populacional” transformou-se em prática esportiva e um meio
lucrativo, pois além dos caçadores assassinarem os javalis por diversão,
um comércio paralelo tomou impulso– o de criação de novas raças de cães
e treinamento deles para essa finalidade. (Veja o vídeo aqui)
Foto cedida pela pagina do facebook (Ocupa Ibama, Pare O Massacre Dos Javalis No Brasil)
Em 2015, a World Animal Protection
divulgou uma matéria onde constava o número de caçadores registrados –
cerca de 7 mil cadastrados legalmente, sem contar os que fazem isso de
forma ilegal.
A matéria lembrou também sobre a introdução desses animais no Brasil - A
espécie, que é nativa da Europa, foi introduzida no Rio Grande do Sul
na década de 90 e teve sua criação permitida por órgãos do governo –
para servir para consumo como carne "exótica”, e com a falta de
fiscalização eficiente, os javalis, que fugiam ou eram soltos por
criadores decepcionados com o fracasso do comércio da carne, foram se
reproduzindo , crescendo de forma descontrolada ao longo dos anos. No
entanto, há fontes que afirmam que os animais foram introduzidos no
início do século passado, para satisfazer o capricho de caçadores da
nobreza europeia radicados nos pampas.
No
entanto, há fontes que afirmam que os animais foram introduzidos no
início do século passado, para satisfazer o capricho de caçadores da
nobreza europeia radicados nos pampas. Hoje, considerados "pragas”,
esses animais são mortos de forma cruel e desumana, assim como os cães
que são criados, treinados e vendidos para matá-los (Veja o vídeo aqui)
Aqui
o javali tem morte lenta e dolorida, com mordidas de cães que vão
arrancando pedaços de seu corpo enquanto o animal ainda esta vivo, isso é
crime e esta no Decreto lei N° 24.645 artigo VI . Foto: Vídeo
reprodução
O IBAMA admite que o javali europeu é
encontrado hoje em mais de 10 estados, porém não informa o número de
animais existentes o que nos faz indagar se a ¨solução¨ apresentada por
eles, liberando a caça, não seria apenas para atender os caçadores e
criadores clandestinos de javalis e cães para caça. Sendo assim, se o
problema é tão grave e de saúde pública, só podemos acreditar que vai
piorar. Uma vez que atualmente temos no Brasil cerca de 20 milhões de
cães abandonados, somaremos a isso o número de novas raças criadas e
posteriormente abandonadas à própria sorte. As criações clandestinas
desses animais circulam abertamente nas redes sociais sem a menor
fiscalização, e muitas páginas estão sendo ameaçadas por denunciá-los.
Muitos
cães depois da caça ficam gravemente feridos. Foto cedida pela pagina
(Ocupa Ibama, Pare O Massacre Dos Javalis No Brasil)
Sobre a criação de novas raças de cães,
um veterinário Cristiano Wick desenvolveu uma raça específica para
caçar javalis no quintal de sua casa, em Novo Hamburgo -RS. Denominado
javalizeiro pampeano, o cão foi criado a partir de cruzamentos entre
quatro raças. Do dogo argentino, o rhodesian ridgeback, o veadeiro
pampeano e o galgo. Segundo ele, "Após dez anos de experimentos, estamos
no ápice do projeto”. "A cachorrada está como a gente quer.” "Faço por diversão”. Não
podemos esquecer a situação atual da Espanha, onde há inúmeras fazendas
de cães da raça galgo, criados e vendidos para caçadores e depois
abandonados ou enforcados no meio do mato, porque ficaram feridos
durante a caçada e não tem mais "serventia”.
Galgos são mortos ou abandonados depois que termina a caça na Espanha.
Em março desse ano, o senado debateu
sobre os javalis na Comissão de Agricultra e Reforma Agrária (CRA), e a
presidente, senadora Ana Amélia (PP-RS), comparou os javalis ao
mosquito Aedes aegypti, e ressaltou que é preciso esclarecer a população
de forma a "reduzir” as críticas por parte de grupos de defesa de
animais. Ela disse ainda que as ONGS protetoras dos animais são muito
ativas, enquanto as pessoas que são vítimas dos javalis não conseguem
usar igualmente as redes sociais para mostrar o estrago de suas
lavouras.
Morto, abandonado pelo caçador depois de ferido. Foto: Ocupa Ibama, Pare O Massacre Dos Javalis No Brasil
Os senadores Waldemir
Moka (PMDB-MS), Blairo Maggi(PR-MT) e Wellington Fagundes (PR-MT) ,
também relataram prejuízos causados pelos javalis, em propriedades
rurais de seus estados.
Parece que senado e IBAMA estão afinados na guerra contra os javalis.
Porém, fora o número do prejuízo material dos donos de lavouras,
parecem não ter nenhuma visão futura sobre o destino de cães abandonados
pós caçadas, nem dos criadores clandestinos de javalis que
aproveitam-se da autorização para alimentar caçadores psicopatas.
Liberar a caça, é assassinar animais por diversão, é liberar escravidão e
abandono de cães, é liberar clandestinidade de criadores, é liberar o
uso de armas.
Falta planejamento e bom senso, ou sobram interesses ?
Foto cedida pela pagina do facebook (Ocupa Ibama, Pare O Massacre Dos Javalis No Brasil)
Por: Vânia Dornelles
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