segunda-feira, 29 de julho de 2019

Estamos respirando e ingerindo microplástico. Onde isso vai parar?

Estamos respirando e ingerindo microplástico. Onde isso vai parar?

microplástico
Não é de hoje que divulgamos por aqui os efeitos do uso descontrolado do plástico em nossas vidas. E não é só sobre canudos, garrafas PETs e sacolinhas que estamos falando, não. O problema é pior do que a gente pensa e muita gente nem se dá conta disso. Felizmente, existem instituições que estão trabalhando forte nesse tema e a FAPESP é uma delas.

Certo dia estava eu conversando com algumas pessoas em um almoço de família e entramos no assunto sobre plásticos e afins. Como leio bastante para contribuir para este site, mencionei na conversa sobre o fato de estarmos respirando e ingerindo microplásticos no ar, na água, na comida… Veja aqui um dos artigos que escrevi sobre esse assunto:
Pois bem, quando falei isso, uma das pessoas que estava no almoço, zombou da minha cara dizendo: "Hummm, olha… estou bebendo microplásticos e está uma delícia"! Naquele momento, não valia a pena argumentar, em respeito à idade e até mesmo ao grau de instrução da pessoa, resolvi me calar. No entanto, confesso que essa atitude me perturbou bastante, pois não é a única pessoa que reage dessa maneira quando tentamos conscientizar sobre os perigos do plástico para o planeta e para nossa própria saúde.
E já que um simples argumento ou fato não foram suficientes para despertar as pessoas para a necessidade de rever os hábitos de consumo e incentivar a conscientização sobre o problema do plástico, quem sabe incluindo um embasamento, a ficha não começa cair, não é mesmo?

Pesquisa sobre monitoramento dos microplásticos

A revista Pesquisa FAPESP tem feito várias publicações sobre o assunto com embasamentos de pesquisadores, professores, cientistas e especialistas que possuem uma excelente bagagem para fundamentar o meu "inocente" comentário no almoço de família.

Segundo as pesquisas desta instituição, os microplásticos são pequenos fragmentos, esferas, pedacinhos de filmes, fibras de plástico com até 5 milímetros de diâmetro ou de comprimento, que são encontrados no ar, na água da torneira e até nas garrafinhas de água que muitos ainda compram por aí!

Muitos alimentos que consumimos contêm microplásticos, por exemplo: sal marinho, mel, cerveja, frutos do mar e peixes. Como consequência, nossas fezes ficam contaminadas pelos microplásticos advindos desses e outros alimentos e, ao serem excretadas, voltam para o meio ambiente, gerando um ciclo "aparentemente" inofensivo, porém muito perigoso.

Felizmente, existem pessoas e organizações que de fato se preocupam com esse problema e estão criando iniciativas para resolvê-lo. De acordo com a FAPESP, instituições europeias e brasileiras pretendem disponibilizar € 10,5 milhões a partir do ano que vem para investir em quatro grandes pesquisas relacionadas às fontes desses microplásticos.

O intuito deles é monitorar o percurso dos microplásticos desde a sua origem até a chegada aos oceanos, bem como identificar os diversos formatos que eles podem ter. Isso porque existem fragmentos microscópicos de plásticos, cuja escala é medida em nanômetros, ou seja, são menores do que 1 milésimo de milímetro.

Ok, mas o que isso tem a ver com a nossa saúde? Obviamente, tudo!

Imagine só, esses nanoplásticos entrando na sua corrente sanguínea e dominando seus rins, fígado e cérebro? Apesar de parte dessas partículas serem eliminadas pelas fezes, elas retornam para o meio ambiente. E o problema não pára por aí. De acordo com os pesquisadores, os microplásticos podem permanecer no organismo causando problemas de saúde, afetando principalmente o sistema endócrino e a produção de hormônios.

É por este e outros motivos que as instituições estão se unindo e arrecadando fundos para conseguirem ir adiante com essas pesquisas, da qual a FAPESP também fará parte. Vamos acompanhar essas pesquisas e torcer para que, não só o monitoramento dos microplásticos seja feito, mas que eles consigam o apoio necessário para encontrar alternativas para diminuir e quem sabe até estancar o escoamento desses fragmentos pelo planeta.

Veja a matéria completa da FAPESP clicando AQUI!

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