segunda-feira, 16 de março de 2020

As cinco etapas da morte do Park Way (ou de qualquer bairro exclusivamente residencial na atual conjuntura politica)

As cinco etapas da morte do Park Way (ou de qualquer bairro exclusivamente residencial na atual conjuntura politica)

Prezados vizinhos e ambientalistas conhecedores da importância do Park Way para o bem estar da população de Brasília. A mensagem abaixo é de 2016.Naquela época a SEGETH estava interessada em adensar o Park Way criando  60 novos condomínios nas áreas verdes remanescentes e longos corredores de comercio.


A população foi enfaticamente contra e a SEGETH pareceu ter desistido da proposta. Agora, pelo que eu soube, a SEGETH voltou ao assunto e está novamente incluindo o Park Way em seu plano denominado Diretrizes Urbanísticas cuja única finalidade é adensar o Park Way de modo a conseguir mais lucro para a Terracap, para as imobiliárias e para os comerciantes. 




Embora eu não seja contra comercio tenho de admitir que, na atual conjuntura política em que vive o Brasil, o comercio será o fim do Park Way (ou de qualquer bairro exclusivamente residencial e de proteção ambiental) como ele é agora. Vejam só:

Os ambulantes da quadra 14 vão continuar existindo, uma vez que achar que comercio legalizado acaba com ambulante é um ledo engano.Provavelmente vão triplicar de numero uma vez que ambulante gosta de se instalar em áreas comerciais onde o afluxo de clientes é maior.Basta verificar o numero de ambulantes que tem o Núcleo Bandeirante.

Primeira etapa: Devido ao tamanho do Park Way--- uma área comercial não será suficiente. Vão ser preciso varias. Varias áreas comerciais vão afetar o transito e vai aparecer o problema de estacionamento e de congestionamento das vias internas que são estreitas, etc...As ruas serão alargadas para facilitar o transito, as áreas verdes virarão asfalto e na 14 circularão ônibus e caminhões.O congestionamento na 14 vai piorar e muito.

Tem gente querendo colocar um comercio mais expandido na 14, na frente da Vila Cahuy. O resultado será o mesmo.Obviamente esse comércio expandido atrairá os moradores daquela Vila, bem como aquelas pessoas que circulam pela EPIA diariamente.Pessoas que pouco tem a ver com o perfil do morador do Park Way.

Segunda etapa- Para cuidar das lojas que vão ser implantadas, vai ser preciso contratar mão de obra assalariada. Essa mão de obra vai precisar de ônibus para se locomover e lugar para morar. Como os ônibus são escassos, provavelmente essa mão de obra vai querer morar no trabalho, isso é, nas lojas e vão surgir os puxadinhos... Quando essa mão de obra quiser trazer a família, vão surgir as quitinetes e as invasões que, com toda a certeza, serão, depois de algum tempo, regularizadas pelo Governo. Mesmo que seja aumentada a frota de ônibus, os trabalhadores provavelmente ainda vão querer morar no emprego por ser mais conveniente e mais barato. As tarifas de ônibus estão caras e morar no emprego fica mais fácil e mais barato.

Terceira etapa. Essa mão de obra que será responsável pelas invasões, quitinetes e pelos puxadinhos vai trazer a família para morar no local de trabalho, pessoas muitas vezes sem ocupação definida.Esse fato, aliado ao aparecimento de lojas, poderá aumentar o índice de criminalidade no Park WAY. E o surgimento de flanelinhas e o aumento no numero de ambulantes.E moradores de rua, problemas esses que não temos agora.

Quarta etapa. Comerciante precisa de freguês para sobreviver. A baixa densidade demográfica do Park Way vai acarretar a mudança de destinação de inúmeras lojas. Por exemplo. A padaria simpática pode se transformar em boteco, ou em discoteca e os moradores daquela quadra que estavam satisfeitos por terem pão fresquinho do lado de casa vão ter de sofrer com a musica alta, o barulho, bêbados brigando às 3 da manhã, lixo, carros estacionados na frente do portão de casa. E a desvalorização dos seus lotes residenciais.

Quinta etapa. Comerciante precisa de freguês e gostaria de aumentar a densidade demográfica do Park Way. É claro que o aumento populacional irá agravar o problema de água, de transito, de estacionamento no Park Way. Mas comerciante não está preocupado com o conforto dos moradores e, sim, com o lucro que puder obter. A TERRACAP vai ficar feliz com a possibilidade de poder finalmente lotear as áreas verdes.

E comerciante vota e participa energicamente das conferencias e audiências publicas sobretudo daquelas com o objetivo de modificar a Lei de Uso e Ocupação do Solo. Na próxima Audiência Publica para o PDOT ou a LUOS , caso a regularização de comercio no Park Way seja votada, os comerciantes serão a maioria. Dez comerciantes para cada morador (porque morador não gosta de participar de audiências publicas). Os donos de casas de festas vão estar presentes.Em massa.E vão vaiar os moradores que se opuserem à regularização daquela atividade no Park Way.Morador,  segundo eles, tem de aguentar o barulho, a sujeira, o congestionamento de transito e as brigas de bebidos madrugada a dentro.E se reclamar é vaiado.


O Sindicato dos comerciantes vai ocupar todos os assentos. Representantes da TERRACAP vão estar presentes. E também vão votar em massa pela permissão de construção de edifícios no Park Way.

   Os empresários e comerciantes vão obviamente trazer sua claque. Os moradores     vão   ser   engolidos pelo sistema e só vão perceber o que perderam quando os tratores chegarem e começar o desmatamento.


Para saber mais sobre o tema leia por favor as matérias abaixo:

 https://www.bsbcapital.com.br/gdf-quer-adensar-o-park-way/

 https://associacaoparkwayresidencial.blogspot.com/search?q=equipamento+publico

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