quarta-feira, 23 de novembro de 2022

Eólica Offshore é a aposta do Brasil para consolidar a transição energética

 COP27

Eólica Offshore é a aposta do Brasil para consolidar a transição energética

As tendências e oportunidades do país com a geração de energia em alto mar foi discutida em um painel na Conferência do Clima

OBrasil tem uma perspectiva de liderança energética e, principalmente, uma oportunidade muito grande de fazer uma retomada da economia e da indústria a partir de recursos renováveis e de transição energética. A visão é da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEolica). A presidente da entidade, Elbia Gannoum, participou, nesta quinta-feira (17/11), do painel Eólicas Offshore: Tendências e oportunidades, no último dia de programação do Pavilhão Brasil na 27ª Conferência Climática das Nações Unidas (COP27), que ocorre em Sharm el-Sheikh, no Egito.

Para Gannoum, a energia eólica offshore, produzida em alto mar, é a grande aposta para o Brasil consolidar a sua transição energética. “Nós estamos falando em criar uma estrutura industrial, de colocar o Brasil na rota de transição energética, de atrair tecnologia, inovação, de atrair capital, gerar emprego e renda”, destacou.

Ela lembrou que energia eólica onshore no Brasil, aquela produzida em terra, ocupa 13% da matriz elétrica, com capacidade instalada de 25GW, e que o país é o 3º do mundo que mais investe em eólica onshore e o sexto em capacidade instalada. A partir do desenvolvimento da eólica offshore e do hidrogênio verde, na opinião da presidente da ABEEólica, o Brasil pode assumir a liderança mundial de energia e, principalmente, de energia renovável. “Os investidores se mostraram muito interessados. Hoje, o nosso grande desafio nem é atrair investidores. Eles já estão ávidos por investir, inclusive estamos com 170GW de projetos com pedido de licenciamento do Ibama”, destacou.

Com os 7.367 km de costa e 3,5 milhões km² de espaço marítimo sob sua jurisdição, o Brasil possui uma plataforma continental extensa que confere características favoráveis para a instalação e operação de empreendimentos para geração de energia elétrica offshore.

Em janeiro deste ano, o Governo Federal editou um decreto que regulamenta a cessão de uso de espaços físicos e o aproveitamento dos recursos naturais em águas do mar sob domínio da União para a geração de energia elétrica. O Decreto define como os procedimentos deverão ser conduzidos, onde poderão ser apresentados os pedidos de cessão e quais os passos que o empreendedor deverá seguir para consecução do empreendimento.

Já no mês passado, os Ministérios de Minas e Energia (MME) e do Meio Ambiente (MMA) publicaram uma portaria que cria o Portal Único para Gestão do Uso de Áreas Offshore para Geração de Energia (PUG-offshore). Todos os serviços de requerimentos e acompanhamentos de autorização para produzir energia offshore serão feitos pela plataforma.

O executivo da COP, empresa especializada em empreendimentos eólicos offshore, Diogo Nóbrega, que também participou do painel, ressaltou a importância da regulação para dar segurança jurídica aos investidores.

Ele lembrou que esse tipo de empreendimento demanda muito investimento e que precisa de incentivos governamentais para se desenvolver. Nóbrega falou da experiência da Dinamarca, que em 1991 construiu o primeiro empreendimento de energia eólica offshore do mundo. Já na Inglaterra, segundo ele, a energia eólica offshore não tem mais subsídio governamental e o custo está menor do que a geração em parques terrestres.

Outro participante do painel, Eduardo Kantz, diretor de Relações Internacionais e Sustentabilidade da Prumo, destacou a combinação entre portos e indústria com a energia eólica para ajudar o Brasil a descarbonizar a sua produção industrial.

A presidente da ABEEólica está confiante que no ano que vem será realizado o primeiro leilão de cessão de áreas de mar para usinas offshore.

Segundo o Ibama, a perspectiva é que sejam produzidos 700Gw de energia caso todo o potencial eólico brasileiro seja explorado, o que corresponde a dez vezes mais que o produzido por todos os empreendimentos de geração de energia instalados no Brasil, atualmente.

ASCOM MMA

Meio Ambiente e Clima

Nenhum comentário: