Resgatados, lobo-guará Canelinha e tamanduá-bandeira Aurora
em breve voltarão à vida livre
12 de abril de 2023 Mônica Nunes
Em 2021, com cerca de três meses, o lobo-guará Canelinha foi
salvo de um incêndio nas proximidades de Mococa, interior de São Paulo, por um
morador da zona rural. E, desde dezembro desse ano, vive no Mantenedor
de Porto Feliz, do Instituto
Libio, onde recebe cuidados de biólogos e veterinários da
organização e do Instituto
Pró-Carnívoros.
No mesmo ano, a mãe da tamanduá-bandeira Aurora foi
atropelada em uma rodovia próxima a Bonito, em Mato Grosso do Sul.
Encontrada sozinha, a filhote foi levada à Base Pantanal, do Instituto Tamanduá, onde passou por
longa reabilitação até abril de 2022, quando foi transferida para a Reserva
Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Santuário, do Instituto
Libio.
Já praticamente recuperados e com boa saúde, ambos estão
quase aptos à soltura em seus habitats de origem,
o que deve acontecer na segunda quinzena de abril.
A médica, conservacionista e ambientalista Raquel
Machado, fundadora do Instituto Libio, explica que o processo
de recuperação é lento, gradual e envolve uma grande equipe de
profissionais.
“Muitos cuidados são necessários para o retorno dos animais
a seu ambiente natural. Por isso, em conjunto com outras entidades,
pensamos cuidadosamente na criação dos recintos para acolhê-los, assim como em
diversas outras estratégias, como alimentação e tratamento para o sucesso das
reabilitações e das solturas”.
Canelinha
Rogério Cunha de Paula, biólogo e analista ambiental do ICMBio (Instituto
Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), conta que, um mês depois do
resgate de Canelinha, uma equipe do Projeto Lobos
do Pardo (desenvolvido pelo Instituto Pró-Carnívoros em parceira
com o CENAP – Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos
Carnívoros do ICMBio), foi informada sobre seu paradeiro e se
deslocou até o local para avaliar sua situação.
O filhote passou por exames clínicos e, como as condições
sanitárias da casa que o acolhia não eram adequadas, foi levado para uma
fazenda, onde recebeu os primeiros cuidados e teve início
sua recuperação.
“Em dezembro do mesmo ano, o Instituto
Libio aceitou o desafio de receber o Canelinha e todas as instituições
competentes foram acionadas para que ele fosse destinado a um cativeiro
temporárioenquanto os trâmites oficiais fossem concluídos”, recorda o
biólogo.
Desde então, o projeto de reabilitação vem sendo executado
pelo instituto dirigido por Raquel, com coexecução do Instituto
Pró-Carnívoros e supervisão técnica do ICMBio/CENAP.
“Canelinha vem sendo treinado para ser liberado por meio de
uma soltura abrupta (quando não é realizada na área do
treinamento) no local de onde foi removido, e será monitorado pela
equipe do Projeto Lobos do Pardo. Caso seja identificada qualquer
dificuldade de adaptação e sobrevivência, ele será recapturado,
reconduzido ao recinto de treinamento e avaliado”, explica Rogério.
Antes da soltura, o lobinho receberá coleira
com GPS e transmissor de satélite para que sua
reintrodução seja monitorada diariamente.
Aurora
Há um ano, a tamanduá-bandeira órfã vive na RPPN
Reserva Santuário, do Instituto Libio, em Mato Grosso do Sul,
parceiro do Instituto Tamanduá no Projeto Órfãos do
Fogo, que também tem o apoio do Fundo Internacional Para o
Bem-Estar Animal e recebe doações.
https://www.infoescola.com/mamiferos/tamandua-bandeira/
Segundo a veterinária Flávia Miranda, presidente
do Instituto Tamanduá e professora da Universidade
Estadual de Santa Cruz, na Bahia (indicada
ao Prêmio Indianápolis, um dos mais importantes para a conservação animal no
mundo), Aurora passa pela última etapa de reabilitação para posterior
soltura, prevista para a segunda quinzena de abril como Canelinha, próxima ao
local onde foi encontrada.
“Ela já recebeu um colete com radiotransmissor, para que tenha seus passos rumo à liberdade em meio à natureza devidamente monitorados”, conta Flávia.
O GPS enviará pontos de localização de Aurora a cada seis
horas, além de dados de sua atividade, como, por exemplo, se está em repouso ou
caminhando. O monitoramento se estenderá por um ano.
________
Com informações do Instituto Libio
Nenhum comentário:
Postar um comentário