terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Os servidores da Câmara Legislativa começarão 2014 com o bolso cheio.


Janeiro chega com reajuste na Câmara
Correio Braziliense - 31/12/2013


Os servidores da Câmara Legislativa começarão 2014 com o bolso cheio

O contracheque dos funcionários da Casa será reajustado em 10% a partir do próximo dia 20. 

O aumento salarial dos 736 efetivos e 1.147 comissionados terá um impacto financeiro de R$ 25.590.435,15 no próximo ano. 

O percentual garantido na correção é maior que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), acumulado entre novembro de 2012 e o mesmo mês de 2013 — 5,77%. E, no começo de 2015, o pessoal da Câmara terá mais um reajuste, de 6%.

O projeto que engorda as remunerações dos servidores da Câmara foi aprovado em setembro deste ano pelos deputados distritais com a justificativa de que era necessário recompor as tabelas remuneratórias dos profissionais do Legislativo local. Com o reajuste, o gasto com pessoal aumentará em toda a estrutura da Casa.

Como o Correio mostrou na edição de ontem, a partir do próximo mês, a verba usada para arcar com os custos de parte dos comissionados lotados nos gabinetes dos distritais será de R$ 173 mil, valor 80% maior do que a usada em 2009, antes da aprovação da Lei nº 4.342/2009. 

A norma abriu brecha para a inclusão de mais servidores que atendem diretamente os deputados. A despesa, que, antes da lei, era de R$ 97 mil, com 23 servidores, foi para aproximadamente R$ 130 mil no mesmo ano, quando mais cinco funcionários passaram a compor o quadro dos gabinetes.

O presidente da Câmara Legislativa, Wasny de Roure (PT), entende que o impacto não é tão grande porque, de acordo com ele, em 2009, os servidores incluídos nos gabinetes por meio da Lei nº 4.342 já faziam parte da estrutura da Casa. "O aumento real na verba de gabinete, de 2009 para 2014, foi de até 33%, mesmo reajuste concedido aos funcionários. Os cargos foram aumentados no gabinete para resolver um problema na contagem do tempo previdenciário, para preservar o direito do servidor, e, se o cálculo for feito em cima do quadro de pessoal anterior à lei, o aumento será menor", explicou Wasny de Roure.

De acordo com a Câmara, o reajuste dos servidores está dentro do orçamento da Casa e não vai extrapolar o limite fiscal. Os gastos com pessoal, segundo a Mesa Diretora, atingirão 1,58% da Receita Corrente Líquida em 2014 e 1,57% em 2015, abaixo do limite de 1,70%.

Preocupação

O alto número de comissionados, geralmente apadrinhados políticos dos distritais, na Câmara é um fator preocupante.  

Segundo o presidente do Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo e do Tribunal de Contas do Distrito Federal (Sindical), Adriano Campos, se não houver concurso público até 2015 e as aposentadorias previstas forem confirmadas, a Casa chegará à conta de dois servidores indicados para um aprovado em concurso público. 

"A Constituição diz que a exceção deve ser o comissionado. Não o servidor efetivo. A Câmara está além disso e a perspectiva é de que haja 100 aposentadorias. Isso é um quadro preocupante", observou. Segundo Wasny, existe previsão para um concurso em 2014, com chamada de até 40 servidores.

Impacto

O reajuste valerá a partir do próximo dia 20,
quando os servidores da Câmara Legislativa recebem os salários.
 Janeiro de 2014  — 10%
 Janeiro de 2015 — 6%
 Impacto financeiro em 2014     R$ 25.590.435,15
 Impacto financeiro em 2015      R$ 16.477.790,38
Quantitativo de pessoal da
Câmara Legislativa de dezembro de 2013:
 Cargos efetivos ocupados: 736
 Cargos efetivos vagos: 322
 Servidores efetivos que ocupam cargos em comissão: 164
 Servidores inativos: 156
 Servidores pensionistas: 41
 Cargos em comissão existentes: 1.147 (número máximo considerando-se o desdobramento permitido de cargos)
 Cargos em comissão ocupados por servidor sem vínculo efetivo com a administração pública: 821
 Cargos em comissão nos gabinetes parlamentares, lideranças de partido e do governo: 872
 Cargos em comissão ocupados por servidor sem vínculo efetivo com a administração pública: 821. Destes, 102 estão na estrutura administrativa e 719, nos gabinetes e nas lideranças, de partido e de governo.

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