Para líder comunitário, UPP não soluciona violência
O governo do estado do Rio de Janeiro está
perdendo a oportunidade de retomar de forma definitiva os territórios
historicamente controlados por facções criminosas armadas; a avaliação é
de Roberto Borges, presidente da Associação de Moradores da Nova
Brasília, que integra o Complexo do Alemão, na zona norte do Rio de
Janeiro
Vitor Abdala - Repórter da Agência Brasil
Brasil 24/7
O governo do estado do Rio de Janeiro está perdendo a oportunidade de retomar de forma definitiva os territórios historicamente controlados por facções criminosas armadas.
A avaliação é de Roberto Borges, presidente da Associação de Moradores da Nova Brasília, que integra o Complexo do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro.
Na noite de ontem (6), o policial militar Rodrigo de Souza Paes Leme, de 33 anos, da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Nova Brasília, foi baleado quando fazia um patrulhamento na comunidade.
Essa foi a sexta morte de policiais nos complexos do Alemão e da Penha desde que foram implantadas UPPs nessas favelas. Também morreu o policial militar baleado na comunidade da Vila Cruzeiro, depois de uma semana internado em hospital.
“A UPP sozinha não vai resolver o problema público de décadas. Cadê o resto do complemento que o governador prometeu ao Complexo do Alemão? A urbanização, a educação melhor, a saúde? O PAC [Programa de Aceleração do Crescimento] fez o teleférico, que não era nossa prioridade, e algumas coisas no entorno, mas no interior do Complexo do Alemão está pior. Os moradores estão morando pior do que antes, há ruas sem calçamento, o esgoto corre a céu aberto, tem famílias vivendo abaixo da linha da pobreza”, disse Borges.
Questionado sobre se ainda existiam muitos criminosos armados atuando na comunidade, o presidente da associação de moradores disse que não queria responder. “Sobre isso eu não quero falar. Eu falo sobre a questão social. Sobre segurança, eu não estou dando minha opinião”, disse.
O vice-governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, disse que não dá para resolver um “abandono de 40 anos” em quatro anos. “Não temos a utopia de que vencemos a guerra.
É um processo, tem que ter pelo menos uns 20 anos de intervenções lá dentro, permanentemente”, disse.
Segundo ele, o PAC ainda não foi concluído no Complexo do Alemão e, por isso, ainda há muitas obras previstas para o conjunto de favelas. “Até o meio do ano, vamos entregar mais 300 moradias e dar início a mais 1.600, só no Complexo do Alemão. Estamos vencendo paulatinamente, conseguindo terrenos, fazendo infraestruturas. A gente não saiu de lá e vamos continuar a fazer diversas intervenções que estão previstas”
Pezão disse que a previsão é concluir o PAC em um ano.
Ele também defendeu o teleférico, ressaltando que é importante porque já transportou 9 milhões de pessoas desde que foi inaugurado, inclusive turistas. “Isso está possibilitando abrir um comércio forte no local”, disse.
Brasil 24/7
O governo do estado do Rio de Janeiro está perdendo a oportunidade de retomar de forma definitiva os territórios historicamente controlados por facções criminosas armadas.
A avaliação é de Roberto Borges, presidente da Associação de Moradores da Nova Brasília, que integra o Complexo do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro.
Na noite de ontem (6), o policial militar Rodrigo de Souza Paes Leme, de 33 anos, da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Nova Brasília, foi baleado quando fazia um patrulhamento na comunidade.
Essa foi a sexta morte de policiais nos complexos do Alemão e da Penha desde que foram implantadas UPPs nessas favelas. Também morreu o policial militar baleado na comunidade da Vila Cruzeiro, depois de uma semana internado em hospital.
“A UPP sozinha não vai resolver o problema público de décadas. Cadê o resto do complemento que o governador prometeu ao Complexo do Alemão? A urbanização, a educação melhor, a saúde? O PAC [Programa de Aceleração do Crescimento] fez o teleférico, que não era nossa prioridade, e algumas coisas no entorno, mas no interior do Complexo do Alemão está pior. Os moradores estão morando pior do que antes, há ruas sem calçamento, o esgoto corre a céu aberto, tem famílias vivendo abaixo da linha da pobreza”, disse Borges.
Questionado sobre se ainda existiam muitos criminosos armados atuando na comunidade, o presidente da associação de moradores disse que não queria responder. “Sobre isso eu não quero falar. Eu falo sobre a questão social. Sobre segurança, eu não estou dando minha opinião”, disse.
O vice-governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, disse que não dá para resolver um “abandono de 40 anos” em quatro anos. “Não temos a utopia de que vencemos a guerra.
É um processo, tem que ter pelo menos uns 20 anos de intervenções lá dentro, permanentemente”, disse.
Segundo ele, o PAC ainda não foi concluído no Complexo do Alemão e, por isso, ainda há muitas obras previstas para o conjunto de favelas. “Até o meio do ano, vamos entregar mais 300 moradias e dar início a mais 1.600, só no Complexo do Alemão. Estamos vencendo paulatinamente, conseguindo terrenos, fazendo infraestruturas. A gente não saiu de lá e vamos continuar a fazer diversas intervenções que estão previstas”
Pezão disse que a previsão é concluir o PAC em um ano.
Ele também defendeu o teleférico, ressaltando que é importante porque já transportou 9 milhões de pessoas desde que foi inaugurado, inclusive turistas. “Isso está possibilitando abrir um comércio forte no local”, disse.