Edição
do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por
Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Surtiu efeito apavorante no governo o estratégico anúncio-factoide sobre o interesse de Paulo Roberto Costa em fazer uma “delação premiada” para contar detalhes de todas as falcatruas bilionárias apanhadas pela Operação Lava Jato. Afinal, quem tem Paulo Roberto nas costas, fungando no cangote, tem pelo menos 13 bilhões de motivos para se preocupar com o futuro político imediato... Ele só precisa tomar cuidado porque o juiz Sérgio Fernando Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba, não está gostando da tentativa de lhe tomarem o caso.
A ameaça de delação premiada de Paulo Roberto tende a ser um grande blefe. O ex-diretor de “Abastecimento”, que controlava 1832 contas bancárias da Petrobras, pode estar apenas negociando, bem caro, um “seguro de vida”. Seu interesse real é nada revelar, para não se complicar ainda mais a própria situação e de muitos políticos poderosos que participaram dos esquemas operados por Alberto Youssef. Ao contrário de Costa, a defesa do doleiro adverte que ele não pretende colaborar com a Justiça, como delator de envolvidos em supostos crimes de evasão de divisas e lavagem de dinheiro.
O advogado Antônio Figueiredo Basto, que defende Youssef, recuou do factoide lançado sexta-feira passada sobre a intenção do cliente em aderir ao programa de delação premiada. Basto repetiu ontem que manterá a estratégia de pedir a nulidade das ações contra Youssef – preso há cinco meses na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. O defensor já advertiu que não vai aderir a qualquer acordo que venha a ser firmado com a defesa de Paulo Roberto Costa:
“Meu cliente não tem nada a colaborar com a Justiça. Tivemos uma longa conversa nesta tarde e meu cliente concordou comigo. Sou contra um acordo de delação premiada neste momento. Compreendemos a posição do Costa, e caso ele decida fazer é um direito dele”.
Por coincidência, a advogada Beatriz Catta Preta, depois se reunir ontem com Paulo Costa, desmentiu a versão de sexta-feira passada sobre a delação premiada: “Esta é uma decisão muito pessoal do denunciado e nada foi definido. Vamos avaliar qual a melhor linha de defesa e não há qualquer proposta de acordo”.
Por enquanto, Paulo Costa conseguiu o objetivo de apavorar os companheiros no governo e na Petrobras. A intenção é que nada de ruim aconteça com ele e sua família – todos implicados na Lava Jato por denúncias do Ministério Público e da Polícia Federal. Com este “seguro de vida”, Paulo Costa tentará “vender” bem caro seu silêncio forçado.
Se o seu blefe dará certo? Tudo indica que sim. Pelo menos até a decisão eleitoral de outubro. Depois, dependendo do resultado das urnas eletrônicas inconfiáveis, tudo pode acontecer...
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© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 26 de Agosto de 2014.
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