Dois dos principais candidatos ao Planalto investiram em estratégias opostas para fisgar o eleitor no primeiro programa do horário eleitoral, nesta terça-feira (19).
Enquanto a campanha da presidente Dilma Rousseff (PT) buscou humanizar a figura da petista, a equipe de Aécio Neves (PSDB) compôs a imagem de um "estadista" ao apresentar o tucano.
O programa de Dilma chegou a exibir imagens da presidente preparando uma macarronada e cortando tomates. O texto dizia que ela era "uma mulher que acorda cedo, trabalha muito e tenta aproveitar qualquer tempinho que resta para ter uma vida normal".
A estratégia tenta aproximar Dilma do público e diminuir a rejeição da candidata que, em São Paulo, chega a quase 50% do eleitorado. Nesse intuito, a campanha também adotou tom menos ufanista ao falar da gestão.
Como antecipou a Folha, o ex-presidente Lula, principal fiador de Dilma, pediu uma espécie de voto de confiança. Disse que ela faria um segundo mandato melhor.
Ele usou sua gestão como exemplo, e disse que, reeleito, governou com mais "experiência". "Imaginou o prejuízo que o país teria tido se eu não tivesse um segundo mandato? Se outro qualquer chegasse querendo inventar a roda?", indagou Lula.
Foram ressaltadas vitrines da gestão Dilma, enfatizando programas como o Pronatec e o Mais Médicos.
O ataque aos adversários foi indireto. "O pessimista é eminentemente uma pessoa que desistiu antes de começar", disse Dilma.
O PT investiu em imagens aéreas, mostrando um Brasil "grandioso", marca das últimas campanhas do marqueteiro João Santana.
A equipe de Aécio adotou outra estética. O tucano foi filmado dentro de um estúdio, fazendo uma longa análise sobre o Brasil. Terno e gravata, semblante sóbrio, disse que o país está "pior do que há quatro anos" e se apresentou como gestor capaz de inaugurar um "novo jeito" de governar.
Ele frisou a inflação e o baixo crescimento. "O que depende do brasileiro está dando certo. O que depende do governo, está dando errado."
No filme, as imagens da fala de Aécio eram exibidas em ambientes diferentes, simulando a audiência dos eleitores, que ora viam o candidato na TV dentro de casa, ora o ouviam pelo rádio.
A publicidade do tucano, capitaneada por Paulo Vasconcelos, planejou exibir o "discurso de um estadista". Queriam que Aécio fosse visto como o homem com capacidade de liderar o país.
A abertura do programa do PSDB foi usada para fazer uma homenagem a Eduardo Campos (PSB), que morreu em um acidente aéreo na última quarta-feira (13).
O PSB foi o primeiro partido a exibir seu programa na TV. Toda a propaganda foi dedicada a Campos. Marina Silva, que assumirá a candidatura, só apareceu nas imagens.
A propaganda embalou frases de Campos com a música "Anunciação", cantada por Alceu Valença. A homenagem do PT a Campos foi feita por Lula, que disse ter uma relação de "pai e filho" com ele.
Durante o programa eleitoral, a Globo marcou 5,5 pontos no Ibope. Na segunda, no mesmo horário, a audiência foi de 11,5.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
Nenhum comentário:
Postar um comentário