sábado, 10 de janeiro de 2015

2014 foi marcado pelo crescimento da perseguição aos cristãos, especialmente por extremistas muçulmanos.




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Enquanto os olhos do mundo pareciam fixos para a Síria e o Iraque em 2014, a vida dos cristãos piorou de maneira ainda mais profunda na África, segundo o relatório anual sobre a liberdade religiosa publicado esta semana.



A situação deteriorou-se mais rapidamente na África subsaariana, em países onde o extremismo islâmico é a principal fonte de pressão sobre os cristãos. O ranking World Watch List, coproduzido pela Missão Portas Abertas, publicada desde 1993, classifica os 50 países considerados mais hostis aos cristãos durante um período de 12 meses. Ele examina a liberdade religiosa para os cristãos em cinco áreas: privado; família; comunidade; nacional; e da igreja. Também mede os índices de violência com morte.



A lista aponta que 4.344 cristãos foram mortos por causa da sua fé no ano passado, mais que o dobro dos 2.123 do relatório de 2013, e mais que o triplo do 1.201 de 2012. A maioria dessas mortes ocorreu na Nigéria, onde 2.484 vítimas foram mortas, e na República Centro-Africano, onde 1.088 pessoas pereceram.



De modo geral, os índices dos 50 países aumentaram em quase 10 por cento em comparação com a lista publicada no início de 2014. Inegavelmente, a violência contra os cristãos vem numa ascendência sem paralelo nas últimas décadas.


O relatório também aponta um ressurgimento de hostilidade anticristã em partes da Ásia e da América Latina, regiões onde as condições tinham sido relativamente favoráveis em anos anteriores. Pela primeira vez em três anos, o México está de volta na lista, em 38º lugar.



Em 40 dos 50 países do ranking de perseguição, a Portas Abertas aponta para o “extremismo islâmico” como a principal fonte de preocupação.



“É justo dizer que o extremismo islâmico tem dois centros globais de atuação. Um no Oriente Médio árabe, mas o outro está se firmando na África subsaariana, onde até mesmo estados de maioria cristã estão experimentando níveis sem precedentes de exclusão, discriminação e até a violência”, afirmou Ron Boyd-MacMillan, diretor estratégia e pesquisas da Portas Abertas.



Tiffany Lynch, analista política da Comissão Internacional Sobre Liberdade Religiosa, acredita que o grande catalizador do último ano foi o fortalecimento da organização terrorista Estado Islâmico. Por causa disso, grupos como Boko Haram e al-Shabaab, grupos islâmicos que atuam na África, foram estimulados a subir o grau de violência.



Com exceção da Coréia do Norte, que permanece como número 1 na Lista desde a sua criação, onde a motivação para perseguir é ideológica e não religiosa, nos outros países essa é a tendência. Líderes hindus e budistas fundamentalistas sentem-se ameaçados pelo crescimento do cristianismo e tem reagido fortemente em locais como Laos, Sri Lanka e Índia.



A propósito, a Índia ocupa hoje sua posição mais alta no ranking desde que este foi criado.


 O objetivo da Portas Abertas é chamar atenção para fatos que normalmente não são destacados pela mídia. Os três países que não estavam na lista em 2014, mas aparecem na de 2015 são Turquia (41º), México (38º) e Azerbaijão (46º). 


Os dez países onde os cristãos enfrentaram a maior pressão e violência em 2014 foram:



1 – Coreia do Norte
2 – Somália
3 – Iraque
4 – Síria
5 – Afeganistão
6 – Sudão
7 – Irã
8 – Paquistão
9 – Eritreia
10 – Nigéria

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